de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 12 Novembro , 2009, 11:48


12 de Novembro de 1991

Todos nós, portugueses, bem como os povos civilizados do mundo, ficámos chocados com as notícias e imagens que nos chegaram de Timor, no dia 12 de Novembro de 1991. As tropas indonésias, de braço dado com alguns cúmplices timorenses, dispararam contra a população que se refugiou no cemitério de Santa Cruz, em Dili. Ainda hoje retenho na retina o sofrimento de um povo que reza em Português, e que lutou, heroicamente, pela sua independência. E foi esse massacre, exibido nas televisões, que convenceu o mundo democrático da justeza das reivindicações daquele povo. Aqui fica o registo para que não caia no esquecimento..


Editado por Fernando Martins | Domingo, 23 Novembro , 2008, 10:41

Xanana, o herói timorense, anda nas bocas do mundo, acusado de ditador. O filho querido do povo Lorosae, que sofreu nas masmorras a tirania dos que não queriam Timor livre e independente, “já não goza da admiração de outrora”, no dizer do EXPRESSO.
Durante anos, mesmo depois da independência da ex-colónia portuguesa, era escutado com respeito e seguido com devoção. Presentemente, e depois de uma nebulosa eleição que o levou ao poder, como primeiro-ministro, não falta quem o acuse de estar ilegitimamente no cargo, chegando-se ao ponto de dizer que está conotado com atitudes autoritárias. Estará, assim, a cair em desgraça.
Sempre vi em Xanana um herói simples, com capacidade de se dar a causas justas, como a da libertação do seu povo. Até admirava o seu estilo, que chegou a ser parodiado em programa televisivo. Vi, algumas vezes, como humanamente acalmou o povo revoltado e resolveu conflitos entre militares, governantes e a população. Mas também registei, embora à distância, as eleições pouco claras e as manobras pouco democráticas que o levaram à chefia do Governo. Então tive pena do Xanana.
Para mim, os heróis raramente têm uma segunda oportunidade. De repente, quando menos se espera, passam a ser olhados com desconfiança. Não me espanta nada que isso venha realmente a acontecer.
Teria sido bem melhor para a história de Timor e para o próprio Xanana que ele tivesse ficado simplesmente numa situação de reserva da nação. Xanana, sem cargos políticos na sociedade timorense, seria muito mais útil ao seu povo do que na chefia do Governo. O futuro o dirá. Mas, pelo que é possível perceber, o Xanana, mártir da independência, estará a ser destruído, com a sua própria colaboração.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 12 Novembro , 2008, 18:14

A Marieke lembrou hoje um acontecimento brutal que correu mundo. Não fora ela, e eu por aqui continuaria na minha indiferença em relação àquele drama. O massacre de Santa Cruz, em Timor, mostrou ao mundo o que estava a passar-se naquela ex-colónia portuguesa, ocupada, à força, pela Indonésia. Os governantes do nosso País e outras instituições bem clamavam pela libertação do povo timorense, mas todos faziam ouvidos de mercador, ignorando ou fingindo ignorar o sofrimento de uma nação, que os portugueses ajudaram a nascer. Os grandes do mundo, os que põem muitas vezes os interesses pessoais acima dos interesses dos mais frágeis, nunca quiseram ouvir quem pedia justiça e o direito de viver livre. Faz precisamente nesta data 17 anos que o massacre aconteceu e até parece que todos já esquecemos o sofrimento dos timorenses, como se eles não precisassem de nós. Dos nossos apoios e da nossa solidariedade, no esforço que estão a fazer para traçarem caminhos de progresso e de democracia plena.
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