Semente lançada que acolhe o tempo do fruto
António Marcelino
Bento XVI regressou a Roma. Não veio a Portugal como turista, nem à conquista de simpatias, nem a procurar ou evitar proventos de manifestas diferenças. Veio como peregrino e profeta, como irmão mais responsável numa obra apostólica - a missão evangelizadora - que a uma grande maioria dos portugueses diz respeito.
O leque abriu-se: uns sentiram-se conquistados e emocionados; outros continuaram a olhar para trás e a fazer comparações; para outros, vir ou não vir, era e foi indiferente; outros, poucos mas livres para opinar, não deixaram de protestar pelos incómodos causados à sua ideologia, ao trânsito ou à economia débil do país; muitos, finalmente, acolheram com alegria a visita e a mensagem de Bento XVI e têm agora na sua mão a sorte do futuro com a semente lançada e acolhida no terreno preparado do coração.
A verdade é que ele veio, esteve e partiu. Diz a comunicação social que partiu muito contente. Falou a grupos e a multidões, a crentes, a menos crentes e a descrentes. Cada qual o ouviu a seu jeito Não polemizou com ninguém. Não atacou ninguém. Não desfiou verdades abstractas. Não fez imposições, mas propostas.