de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 12 Abril , 2010, 10:06

Crónica de um Professor

 

 

 

 

 

Abraços grátis!

 

Maria Donzília Almeida

 

 

À festa da Páscoa, que celebrou a ressurreição de Cristo, parece que a natureza quis associar-se num acto de renovação e aí está no seu esplendor.

O sol, após um longo divórcio da terra, reatou as relações amistosas que fazem a harmonia das coisas, dos seres vegetais, das pessoas, em suma da vida. Andava toda a gente tristonha, sorumbática, pesarosa. O tempo tem de facto uma influência marcante no humor das pessoas, basta analisar o temperamento fogoso e extrovertido de quem tem o astro-rei como presença constante e de forte expressão - os Brasileiros.

Foi neste sábado de Abril, que em passagem pela Lusa Atenas, me encontrei, confortavelmente instalada, numa esplanada, em pleno Largo da Portagem.

O tempo estava delicioso, prenunciando os amenos dias de Verão, que nesta cidade, são por vezes tórridos. Alguns turistas já demandavam os encantos desta cidade dos amores, aparecendo com os seus trajes frescos e descontraídos e a avidez de absorver o máximo desta urbe académica. É bom ser turista em terra alheia! E....na nossa também!


Editado por Fernando Martins | Domingo, 04 Abril , 2010, 11:03

 

 

 

RESSURREIÇÃO

 

Jesus desceu a nós, veio em Missão

Trazer a cada um sua Verdade;

Veio falar de Amor e Caridade,

Veio dizer que o outro é um irmão.

 

A cada um de nós deu Sua mão

Para vencer a dor e a ansiedade;

Veio alterar as leis da sociedade,

Veio falar de Espr’ança e Salvação.

 

Pregou e fez milagres p’ra mostrar

Que há algo que transcende e faz pensar

E que pode mudar a nossa sorte!

 

Na cruz foi um arauto do perdão

E quando aconteceu Ressurreição

Mostrou que há outra Vida além da Morte!

 

 

Maria Celeste Salgueiro Seabra

 


Editado por Fernando Martins | Domingo, 04 Abril , 2010, 05:32

 

 

 

 

O RESSUSCITADO, FONTE DE VIDA NOVA

 

 Georgino Rocha

 

A Páscoa cristã está cheia de gestos, símbolos e ritos, que traduzem em linguagem de iniciados a novidade que acontece a Jesus de Nazaré com a sua ressurreição e, a partir d'Ele, a cada um dos seus discípulos. Também toda a humanidade beneficia, a seu modo, desta maravilha em expansão no universo.

 

A Ele me dirijo, especialmente hoje, porque nos garante que há um futuro feliz para todos, que a vida tem sentido, que vale a pena ser fiel a causas nobres e que a semente do amanhã está contida no presente.

 

N'Ele, a fé pascal encontra apoio firme, luz progressiva, força revigorante e paz justa; vence velhos temores e cobardias tantas vezes silenciadas.

Com Ele, a esperança humana não se confunde com optimismos ingénuos nem com sucessos fáceis, não brota do triunfo efémero nem do fracasso duradoiro; mas é fruto da adesão afectiva ao seu Evangelho e da parceria solidária com o seu projecto de salvação.

Por Ele, o coração abre-se ao amor de doação, capaz de perdoar a todos e em todas as circunstâncias, de abraçar com entusiasmo e sem discriminação os feridos da vida, as vítimas das injustiças, os sentenciados de leis iníquas.

 

N'Ele, os que lutam por causas dignas encontram um modelo, os que sofrem perseguição um guia e os que morrem um Amigo que sabe compreender, acolher e fazer festa.

Com Ele, o mundo deixa de ser teatro de alguns e faz-se companheiro de todos, as coisas recuperam a sua beleza e funcionalidade, a pessoa humana descobre os horizontes da sua vocação e missão.

Por Ele, tudo quanto de bom se faz na terra comporta gérmenes de eternidade e são abençoados o amor e a amizade, o trabalho e o progresso.

 

Jesus crucificado é agora o ressuscitado. Por Ele, com Ele e n'Ele, a história encontra o sentido pleno, a vida abre-se a novas e definitivas dimensões, a humanidade reencontra a sua vocação e missão originais. A verdade de Cristo alicerça a base da nossa liberdade e faz-nos antever, com confiança, o futuro que nos espera e que, desde já, vamos construindo com as nossas opções.

 

 


Editado por Fernando Martins | Domingo, 04 Abril , 2010, 00:01
 
Com votos de Santa Páscoa para todos,
na alegria de Cristo Ressuscitado
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Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 01 Abril , 2010, 23:09

 

 

 

 

“Tudo é possível a quem crê”

 

 

«Foi este o lema da caminhada quaresmal que queremos prosseguir no tempo pascal com energia redobrada. Por isso, continuamos a seguir os passos de Jesus, agora nas suas aparições aos discípulos.
Estas aparições são encontros exemplares de quem acaba de viver uma tragédia de morte e desilusão, que se transforma em fonte de vida, força de convocação e raiz de esperança.
Esta é a novidade gerada pelo Senhor ressuscitado no coração daqueles que fizeram a experiência de O ver glorificado. A partir de então, tudo é visto, apreciado e valorado de acordo com novos critérios: a razão humana como a aliada natural da fé, o amor conjugal como a relação normal entre homem e mulher, a verdade como força que liberta, a confiança como atitude estruturante da vida em sociedade, a solidariedade como expressão da responsabilidade de todos por cada um.»

 

 

Ler toda a Mensagem aqui 

 

 

 

 


Editado por Fernando Martins | Sábado, 18 Abril , 2009, 12:03

Férias da Páscoa

Era a primeira aula do 3.º Período, logo após as férias da Páscoa. Vinha mesmo a talho de foice, o tema daquela unidade didáctica -Descrever acções no passado.
Os alunos vinham ainda cheios daquela energia que se recupera e desenvolve nos períodos de interrupção lectiva. E… falar daquilo que tinham feito, nesses dias, seria para eles agradável e estimulante. A teacher aproveitava as vivências dos seus alunos, para servirem de motivação ao tema que ia tratar e também para lhes fazer crer que a aprendizagem duma língua estrangeira tem interesse e tem, na verdade, uma utilidade prática. A Pedagogia e a Didáctica, sempre de mãos dadas!
Assim, inquiriu quais tinham sido as tarefas/actividades em que se tinham ocupado, durante esse período de tempo. Logo acudiram, em simultâneo, as mais díspares respostas, mas duma espontaneidade genuína. O Daniel levou uma fartura ao pai; O Miguel Ângelo foi à piscina e fartou-se de nadar; o Kevin foi à Feira de Março; o Luís foi ao hospital visitar uma tia doente; alguns não foram a lado nenhum e ficaram em casa, a saborear o aconchego do lar… a ver televisão, jogar no computador, ajudar as mães nos recados. Todo este vocabulário era um manancial precioso para a teacher, que queria ensinar-lhes o past dos verbos regulares e alguns irregulares. Sabia, pela sua larga experiência, que era um assunto árido para os discentes, que nunca acolhem muito bem as lições de gramática. Esta precisa de vestir-se de atractivas roupagens para se insinuar junto dos alunos. A teacher tinha ali, as “fantasias” com que mascarou a “intrusa”! Ir nadar, ir à Feira de Março, comer farturas e sobretudo folares, era de facto aliciante para os alunos quebrarem as barreiras da aprendizagem e falarem pelos cotovelos. A mestra dava-lhes a ajudinha de que precisavam e… foi vê-los contar com entusiasmo as suas aventuras das férias. Mas… havia ali o Coelho, não o da Páscoa, mas aquela bolinha de carne, em oposição às bolinhas de pêlo, forma ternurenta com que a teacher apelidara os seus homónimos... os coelhinhos! Aquela criaturinha, cara de lua cheia, roliço de carnes e com a impetuosidade do mar que banha a sua Costa Nova a correr-lhe nas veias, estava ali, impávido e sereno, a congeminar a sua contribuição para aquele relato de aventuras. A sua postura era de alergia à língua estrangeira; ainda não vislumbrara a vantagem, o interesse de aprender a falar outro linguajar, para um dia, num futuro próximo… vir a falar aos peixinhos, seguindo as pisadas dos progenitores! Será que estes não entenderiam a sua língua materna, aquela e única que no berço aprendera? Não, o “Caramelo”, aqui, sinónimo de Coelho, pela doçura que ambas as palavras evocam, não estava para aí virado... para falar Inglês! Mas... o Caramelo não quer dar parte de fraco, pensa e age sempre, deitando umas pitadas de humor nas suas tiradas. Assumindo um ar de superioridade adulta e dando às suas palavras um tom convincente, exclama: - Não vou estar aqui… a falar da minha vida privada!!!
A teacher conteve, a custo, uma gargalhada espontânea… e a aula prosseguiu o seu ritmo normal, evocando, com nostalgia, as peripécias das Férias da Páscoa!

Mª Donzília Almeida
17.o4.09

Editado por Fernando Martins | Sábado, 11 Abril , 2009, 16:47

Desde os primórdios da minha existência como ser humano racional, que me deslumbro com esta festa do calendário litúrgico. Festa sim, em toda a abrangência da palavra, pois se comemora, agora, não a natividade, mas sim a vitória da vida sobre a morte!
Desde miúda que observo como a natureza, nesta Primavera farta, se associa a este cântico de louvor ao nosso Criador, e a minha alma, que por vezes se vestiu de luto, enverga agora as cores mais garridas, numa alegria esfuziante e numa candura extemporânea. É para mim a festa da Primavera! Quando desço ao jardim, sou assaltada por um espectáculo verdadeiramente sinestésico. Os amores-perfeitos, os lírios, as prímulas, os ranúnculos, os goivos... presenteiam-me com a garridice das suas cores vivas... Os beijinhos de frade ainda estão a ensaiar os primeiros passos nesta aventura da floração! Mas... quando eclodirem, aparecerão aos magotes ou enfileirados como numa qualquer filinha indiana para beijar a mão ao pontífice! Ao tacto será experimentada a textura acetinada dos amores-perfeitos, que deixam uma sensação de aveludada fragrância!
E perante esta explosão dos sentidos, que me atestam toda a generosidade com que fui dotada pela herança genética... num acto de contrição, eu penitencio-me, nesta quaresma tardia, a espreitar já os laivos da libertação! Sim, prescindindo da confissão e penitência consequente, eu admito e condeno o meu pecado da ingratidão. Não para com alguns humanos, a quem já demonstrei que não sou sofro de amnésia, mas perante o Criador! Aqueles momentos de algum desalento perante as procelas da vida, aquelas dúvidas que me assaltam, sobre os desígnios que presidiram à minha peregrinação na terra, são a manifestação humana desse meu pecado da ingratidão.
Deus foi muito generoso para comigo, facultando-me uma riqueza incalculável, nos dons de que me dotou e de que eu sou altamente beneficiada. Não são um dado adquirido, não são! Quantos cegos adorariam contemplar a riqueza policroma do meu jardim primaveril? Quantos surdos-mudos não rejubilariam ao sentir a beleza dos acordes melodiosos da música, em tantas formas consubstanciada? E enumeraria uma panóplia de maravilhas que não estão ao alcance de todos. E... todos somos filhos de Deus, como desde menina me habituaram a ouvir!
Depois disto, fico verdadeiramente grata ao meu Senhor, pela maravilhas que em mim operou! E..são tantas, que não irei enumerar, pelo perigo de cair num narcisismo pretensioso.
Mas recordo aquela saída da garotinha que, perante um espectáculo de rara beleza, para ela, saiu-se com esta: - O céu estava tão azulinho, tão azulinho que até parecia um moranguinho!
E... viva a Páscoa, o Homem novo, a libertação interior e a natureza engalanada para proclamar a ressurreição de Cristo!
Eu... sou fã d'Ele! Do Homem... íntegro, sábio, maduro... que não condenou a Maria Madalena, antes lhe perdoou e a mandou ir em paz... como é apanágio das almas nobres!

M.ª Donzília Almeida
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 08 Abril , 2009, 19:40

Páscoa - Vitória da vida

Com mera naturalidade e numa primeira sensação, verificamos que a morte nos aparece a prevalecer sobre a vida. Foi o que aconteceu com Jesus Cristo, naquela sexta-feira, 7 de Abril do ano 30. Com imenso amor, Ele amou de tal modo os homens e as mulheres que deu a vida por eles. Depois, quando parecia evidente que tudo ia terminar em derrota, eis que Deus intervém poderosamente e ressuscita o seu Filho e Servo fiel. Não há poder humano que resista ao querer de Deus.
É esta a mensagem do dia de Páscoa para os cristãos e para as pessoas de boa vontade. A vitória da vida surge mesmo através da morte. Assim como a bela rosa se abre entre espinhos, a linda flor de nenúfar cresce no meio dos pantanais e a esperança vence qualquer crise, também a vida em autenticidade manifesta-se naturalmente pelo testemunho alegre da fé em Cristo e pelas obras de serviço aos irmãos. A Deus, que é o Vencedor e o Senhor da Vida, pertence sempre a última palavra, que é a palavra da vitória. Neste ano paulino, recordo o que escreveu o apóstolo na primeira carta aos coríntios (15, 54-57): - «A morte foi absorvida na vitória»; por isso, «dêmos graças a Deus, que nos dá a vitória por Jesus Cristo.»
Nesta data singular, inundada de alegria festiva, faço votos sinceros por uma Páscoa muito feliz, como expressão de júbilo tanto no seio das nossas comunidades e das nossas famílias, como no íntimo de todas as pessoas que, por qualquer motivo, vivem connosco, nas cidades, vilas e aldeias da nossa Diocese de Aveiro.
Aveiro, 8 de Abril de 2009
António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 07 Abril , 2009, 18:25
São Paulo

1.Estamos na antigamente chamada «Semana da Paixão», agora a quinta da Quaresma, e parece-me oportuno chamar hoje a atenção para alguns textos de Paulo.Falar de Paulo como poeta parece mais um título provocador e, de facto, não está nos esquemas habituais dos teólogos e exegetas falar de Paulo como poeta, mas antes como um judeu convertido, um pregador itinerante de Jesus morto e ressuscitado, um catequista de adultos, um organizador de comunidades cristãs, um apologista da mensagem cristã, um pensador, um homem da reflexão a tender para o sisudo. É verdade, mas também é verdade que, nas suas catequeses escritas ou cartas pastorais, Paulo inclui alguns textos poéticos de fina sensibilidade que a Igreja utiliza na «Liturgia das Horas» com o nome de «hinos» ou «cânticos». Alguns exegetas discutem se eles serão todos da iniciativa de Paulo ou recolhidos nas assembleias cristãs. Seja como for, a sua inclusão nas cartas revela a sensibilidade de Paulo e a força evangelizadora desses textos.
Ao falar de «hinos», não deve pensar-se em textos com rima. Essa nem é característica essencial da poesia. O texto poético traduz em poucas palavras, escolhidas e densas, o dinamismo interior de um acontecimento, de um gesto, de uma pessoa. Faz apelo ao rosto oculto das coisas e o texto releva o que está para além da sintaxe gramatical. A poesia ultrapassa a prisão da morfologia mas não a verdade das coisas e dos factos «Ser poeta é ser mais alto», «é ter sede de infinito e dar de beber». Aquilo que na poesia parece excessivo é, afinal, o espaço exigido pela abundância da Criação e dos gestos divinos. É esse mistério da abundância que Paulo exprime nesses textos, o «comprimento, largura, altura e profundidade» do amor de Cristo.
D. Joaquim Gonçalves
Bispo de Vila Real
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