Na planura alentejana
se reflecte o braseiro escaldante
de um verão sem vento
Rebolam anseios de fugas na tarde longa
onde estendo
lentamente
um grito dolente
para além de horizontes que não alcanço
nesta tarde calmosa de Agosto
Na planura amortecida em sono de estio
vai renascer cada manhã fresca
cândida e leve
a paz sonhada
em cada madrugada
Na planura ressequida do Alentejo
tão esquecido
há-de voltar aos olhares
de quem passa
a esperança de vida nova
sempre tão apetecida
Agosto de 2008
Fernando Martins