Ontem, no Museu Marítimo, em cerimónia integrada nas comemorações dos 110 anos da restauração do Município de Ílhavo, o presidente da autarquia, Ribau Esteves, afirmou que o lançamento da edição fac-similada do Foral de Ílhavo simboliza uma justa homenagem “a toda a nossa gente”, sublinhando que urge investigar mais o nosso passado para melhor “prepararmos as gerações vindouras”.
Disse que importa valorizar permanentemente o nosso património e promover a cultura a todos os níveis, nomeadamente, em torno de tudo o que estiver ligado às nossas tradições, como o mar e o bacalhau.
Na sua intervenção, o presidente ilhavense salientou as apostas feitas no âmbito cultural, frisando os dinamismos comunitários, mas também os de cidadãos sem quaisquer ligações associativas. Referiu que o pilar estratégico da cultura, em que a autarquia tem investido, é fundamental para o desenvolvimento sustentado.
Lembrou que o individualismo que nos caracteriza tem sido a causa do nosso atraso, face aos países europeus, adiantando que o desafio que se nos impõe exige a cooperação à escala intermunicipal e com o sector universitário, essencial para implementar candidaturas a ajudas com sabor a êxito. Ainda sublinhou que é tempo de se cultivar a solidariedade em favor de municípios menos desenvolvidos da nossa região.
Mas se é verdade que o Foral se apresenta como marco essencial da vida do nosso município, já que representa uma certa autonomia em relação aos Senhores de então, também é verdade que Ílhavo é uma povoação já referenciada no século XI, como atestam alguns documentos citados por Saul Gomes, docente universitário e responsável pela introdução histórica e revisão científica desta obra digna de qualquer estante. E acrescentou que Ílhavo se reafirma no contexto da reconquista cristã e da rota dos cruzados a caminho da Terra Santa, de passagem por terras do Vouga.
Recordou que Ílhavo foi desde tempos imemoriais uma terra de agricultores e de pescadores, tendo-se destacado pela força comunitária das suas gentes, mais do que pela extensão do seu território.
Por sua vez, Alfredo Marques, presidente da CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro), garantiu que Ílhavo desempenha na região um papel preponderante que vai para além do seu desenvolvimento territorial, económico e demográfico, graças ao dinamismo do presidente Ribau Esteves, bem patente nas suas intervenções junto das instâncias regionais.
Fernando Martins