de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 11 Janeiro , 2010, 21:22


Papa lança alerta contra os flagelos da pobreza
e da fome e da destruição do ambiente


Bento XVI apelou esta Segunda-feira à defesa do ambiente e ao desarmamento nuclear, num encontro com o corpo diplomático acreditado no Vaticano, assinalando o início de um novo ano.

O Papa apresentou um retrato preocupante do mundo, com referência a “graves violências”, associadas aos “flagelos da pobreza e da fome e também às catástrofes naturais e à destruição do ambiente”.
Em particular, condenou as “resistências de ordem económica e política na luta contra a degradação do ambiente”, lembrando o fracasso da recente Cimeira de Copenhaga sobre as alterações climáticas.
Neste contexto, Bento XVI deixou votos de que “no decurso deste ano, primeiro em Bona e depois no México, seja possível chegar a um acordo para enfrentar de maneira eficaz esta questão”.
“Trata-se de uma aposta tanto mais importante quanto em jogo está o próprio destino de algumas nações, nomeadamente alguns Estados insulares”, precisou.
O Papa afirmou que “a negação de Deus desfigura a liberdade da pessoa humana, mas devasta também a criação” e que “daqui resulta que a salvaguarda da criação não visa tanto responder a uma exigência estética, como sobretudo a uma exigência moral".
Na linha de várias outras intervenções proferidas nos últimos meses, Bento XVI pediu que “esta atenção e este empenho pelo ambiente apareçam devidamente ordenados no conjunto dos grandes desafios que se colocam à humanidade” e criticou o “açambarcamento por alguns dos bens destinados a todos”.

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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Junho , 2009, 14:29

A Justiça Social virá quando não forem precisos os Bancos Alimentares

Quem há por aí capaz de duvidar da generosidade dos portugueses? Só os pessimistas, os que olham apenas e só para o seu umbigo. Afinal, pese embora as dificuldades por que todos passamos, o nosso povo soube responder ao apelo do Banco Alimentar Contra a Fome, durante o último fim-de-semana.
Segundo números já apurados, e que apontam para 1935 toneladas de alimentos recolhidos, houve um aumento, em relação a Maio do ano passado, da ordem dos 18 por cento. Ainda bem.
Contudo, é bom que nos habituemos à ideia de que esta é a solução imediata para responder à fome de muitos milhares de portugueses. A solução definitiva virá quando os Bancos Alimentares não forem precisos. Nessa altura, não haverá injustiças sociais.

FM

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 28 Maio , 2009, 19:24
É preciso olhar à nossa volta

Nos dias 30 e 31 de Maio, 23 mil voluntários, ligados ao Banco Alimentar Contra a Fome, vão estar nos sítios certos para recolherem alimentos destinados a quem tem fome. Vai ser um fim-de-semana aberto à solidariedade e um desafio para esquecermos as futilidades que nos ameaçam. Urge olhar mesmo para quem precisa de pão para enganar o estômago. Estamos tão fartos de engolir promessas e mais promessas, estudos e mais estudos sobre a fome que existe no mundo, em Portugal e, naturalmente, à nossa porta. Vamos, pois, olhar para o lado. É que as soluções políticas, para erradicar a pobreza, tardam.
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 06 Maio , 2009, 21:13

A crise alimentar tem muitas faces, mas duas são especialmente provocantes: a que se manifesta na legião dos esfomeados do mundo inteiro e a que se desvenda a conta gotas na opulência obesa de pequenas minorias “orgulhosamente sós”. A crise não está em haver falta de alimentos, mas na injustiça da posse, na iniquidade das leis da distribuição e comercialização, na sedução publicitária das marcas criadas para satisfazer necessidades de ostentação e luxo, na apetência desmedida que pretende alcançar e manter um padrão de vida superior às posses reguladas pela justiça equitativa.

Há fome de pão, fome que “rói” o estômago, fome que prejudica o normal funcionamento da mente e leva à inanição, à morte. E esta não se soma por dezenas ou centenas, mas por muitos milhões. E esta está remetida ao silêncio “oficioso” enquanto outras são objecto de notícias constantes, de alertas públicos, de medidas de prevenção generalizada.

Por que não atender a umas e a outras?
As razões serão muitas, mas uma adquire especial relevância: a do vazio de valores éticos, a da anorexia espiritual, a da religião dos satisfeitos com os mínimos. Esta parece ser a realidade mais dura do mundo detentor dos alimentos, da riqueza, da obesidade e de tantas outras malformações consequentes.

Há alimentos para todos. Não tem justificação ética a actual situação em qualquer parte do mundo. E ou se resolve a bem de uns e de outros ou tenderá a acentuar-se a desigualdade social com o cortejo de “anoréxicos” espirituais e de famintos reais, com o aumento dos que morrem por doenças de abundância egoísta e com o crescimento exponencial dos que são vítimas do esgotamento total das energias humanas. Isto é, a humanidade pressionada pelas circunstâncias tem de redescobrir a sua vocação original: reconhecer a dignidade de cada um, ser solidária, fazer chegar a todos o indispensável para uma vida digna.

É lei da própria natureza, assumida pela ética cristã e pela moral económica: os bens estão ao serviço da vida. Não há contra-ordenação justificável. Em caso de extrema necessidade, tudo está permitido e pode ser recomendado. A procura de bens para sobreviver pode chegar a estes limites, como parece verificar-se na situação actual.

Georgino Rocha

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 25 Fevereiro , 2009, 22:49

Corar de vergonha


Para os católicos de todo o mundo, começa hoje a Quaresma. Um tempo especial de preparação para a Páscoa. A grande festa do Cristianismo.
Para estes mais de mil e cem milhões, esta Quarta-feira ficará marcada pela prática do jejum. Mas, se para a maior parte dos cerca de 280 milhões que habita na Europa, um dia de privação voluntária de alimentos será, sobretudo, razão para dar graças pela sua abundância, nos restantes dias do ano, para a quase totalidade dos 150 milhões que habita em África, o mais provável é que este seja apenas um dia com a mesma fome de outro qualquer…
Apesar de trinta anos de progressos - segundo o Banco Mundial - há ainda hoje mais de mil e 400 milhões de pobres que vivem com pouco mais de um dólar por dia.
Um estudo da ONU revelou-nos, esta semana, um dado ainda mais chocante: metade da comida que actualmente se produz no mundo é desperdiçada.
Não fosse assim e não só chegaria para alimentar a totalidade da população mundial como aquela que se prevê venha a existir em 2050. Para isso, bastava que se aumentasse a eficiência na cadeia alimentar e se combatesse o desperdício.
Um terço do leite produzido nunca é bebido. Um quarto da produção americana de frutos e vegetais apodrece na distribuição. Metade do lixo dos aterros australianos é constituída por restos alimentares.
Um terço dos alimentos comprados na Grã-Bretanha nunca é ingerido.
Em tempos de crise, um mundo assim devia fazer-nos corar de vergonha. Basta querer para mudar.

Graça Franco

In RR
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Dezembro , 2008, 13:01

EM TEMPOS DE CRISE HÁ MAIS GENEROSIDADE

O Banco Alimentar Contra a Fome bateu um novo recorde de recolha de alimentos. Os portugueses deram mais de 1900 toneladas de alimentos o que corresponde a mais 19 por cento que em Dezembro do ano passado.
Já diversas vezes constatei que em tempos de crise há mais generosidade. Os sociólogos terão, com certeza, explicação para o facto. Cá para mim, quem sofre e quem experimenta, no dia-a-dia, as dificuldades da vida, compreende, melhor que ninguém, a urgência de olhar para os mais pobres.
Congratulo-me com isso, mas que a generosidade não se fique por aqui, mas que seja, em cada momento, um estímulo para a procura de soluções políticas e sociais para a erradicação da pobreza.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 25 Novembro , 2008, 11:42

A CRISE ATINGE MAIS OS MAIS FRÁGEIS DA SOCIEDADE

Nos dias 29 e 30 de Novembro, o Banco Alimentar vai recolher alimentos junto das grandes superfícies. Precisa, por isso, de voluntários, que possam dar algum do seu tempo para esta tarefa.
Todos sabemos que a crise que estamos a sentir na pele atinge muita gente, mas com mais força os mais frágeis da sociedade. Porém, é precisamente nestes momentos que a solidariedade deve manifestar-se com mais vigor. Que cada um saiba dar um pouco do seu tempo, mas também daquilo que tem, alimentos ou dinheiro, na certeza de que esse gesto irá direitinho para quem passa fome.
Eu sei que às vezes temos dificuldade em acreditar que há gente sem pão para comer, em época de tanta abundância para alguns. E se nos convencermos desta realidade, então mais força encontraremos em nós para a partilha, urgentíssima.

Editado por Fernando Martins | Domingo, 13 Julho , 2008, 18:43

A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome foi distinguida, na categoria Beneficência, nos prémios da Fundação Gulbenkian.
Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, considerou em declarações à agência Lusa que o Prémio Gulbenkian é um reconhecimento da actividade que tem sido feita de forma "estruturada e consistente" através da "mobilização colectiva".
“É um motivo de grande alegria. É um reconhecimento muito importante e dá-nos uma responsabilização acrescida", afirmou Isabel Jonet, acrescentando que com este prémio o júri terá querido mostrar que os bancos alimentares são um "exemplo de mobilização colectiva", através de voluntariado, em torno de "um ideal comum e que devia ser seguido".
O valor do prémio são 50 mil euros, destinados, segundo a Presidente ao investimento em melhoramentos dos bancos alimentares já existentes, à compra de equipamentos de refrigeração e em intervenções de higiene e segurança alimentar.
Fonte: Ecclesia

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 04 Junho , 2008, 12:27
No comício da esquerda, que se realizou ontem, em Lisboa, Manuel Alegre, do PS, afirmou que "a pobreza é uma tragédia, não é uma fatalidade como a direita quer fazer crer, mas um problema estrutural que resulta de um esquema económico".
Com a crise económica a bater a todas as portas, gerando cada vez mais pobres entre nós, muitos deles com vergonha e sem capacidade para se assumirem como carentes do essencial para uma vida digna, não têm faltado organizações de todos os quadrantes, políticos e civis, a clamarem por soluções rápidas que minimizem a situação de pobreza de muitos. Como sempre, neste país de brandos costumes, não falta a solidariedade de bastantes portugueses, mas o mais importante, que é descobrir respostas políticas eficazes, continua na arca das coisas adiadas.
Ontem vi na SIC Notícias um velho revolucionário e idealista, Miguel Tavares Rodrigues, a falar com entusiasmo das suas experiências e dos seus sonhos. Mas também lhe ouvi um chavão conhecido há muito: só o povo é que faz as revoluções. Obviamente, o povo que sofre, que passa fome, que sente a opressão, que vive escravizado, que é espezinhado nos seus direitos, que não vê no sistema económico respostas para os seus dramas.
É certo que vivemos numa democracia estabilizada, mas injusta, que pertencemos à UE, organização que tem por missão sanar ou evitar conflitos, que quer o progresso económico e o bem-estar de todas os europeus. Mas nada nos garante que o século XXI seja um século sem revoluções, sem contestações em massa. Há meses, o general Garcia Leandro denunciou que já tinha sido “convidado para encabeçar um movimento de indignação”, sublinhando que “Os regimes podem renascer. Este regime está gasto.” Dias depois, comentou no meu blogue que queria “apenas alertar com ênfase que é preciso governar com muito mais competência e justiça social.”
Ora a chave da questão está aqui: é mesmo preciso governar melhor e com mais justiça social. Enquanto isto não acontecer, é certo e sabido que paira sobre nós a ameaça, legítima, dos famintos e explorados deste país.

FM

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 02 Junho , 2008, 20:49
"Apelamos aos governantes para que promovam políticas que possam corrigir o fosso que separa ricos e pobres e que tenham em vista, não o que agrada aos grupos particulares, mas sim o que pode conduzir todos os cidadãos e cidadãs a uma situação de autêntica cidadania, isto é, a condição de pessoas livres e com meios indispensáveis para tomarem o destino das suas vidas nas próprias mãos. Deixar que continue a verificar-se o agravamento do preço dos alimentos essenciais, dos cuidados de saúde, dos transportes e do acesso a uma educação efectiva só pode conduzir ao aprofundamento do fosso entre os muitos que têm pouco e os poucos que têm muito. E as consequências em termos de paz social só podem ser trágicas."

Ler o Manifesto

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 27 Maio , 2008, 11:21

Vaticano critica a falta de vontade política na crise alimentar

O director dos serviços de informação do Vaticano, padre Federico Lombardi, lamentou “a falta de vontade política” para resolver a crise alimentar mundial, numa reflexão sobre o “vertiginoso” aumento dos preços dos cereais.
O Padre Federico Lombardi fez estas declarações no programa do Centro Televisivo do Vaticano, “Octava Dies”, no início do mês de Maio, considerando que o espectro da fome, devido ao aumento dos alimentos, deve “interpelar as consciências, pois não se deve à falta de capacidade do homem produzir alimentos.”
Este responsável do Vaticano, lembrou, no referido programa televisivo, que no ano de 2000 “a maior cimeira de Chefes de Estado da história proclamou, solenemente, a Declaração do Milénio da ONU, onde enunciava os oito mais urgentes objectivos, a atingir até ao ano do ano 2015, para o bem da humanidade, sem que, até agora, se tenha feito algo de concreto para o seu cumprimento e aplicação, apesar de se terem passado quase oito anos sobre a sua assinatura.”
Recordo que, no passado dia 17 de Abril, tive ocasião de escrever, aqui, um texto: “ONU: que objectivos para o ano 2015?”, através do qual deixava explícita a facilidade como a comunidade internacional assume, só através das palavras, compromissos de acção e a dificuldade que tem em concretizá-los, em actos concretos.
Infelizmente, tem sido esta a regra que impera nos grandes centros de decisão mundial - e a ONU, através, deste exemplo, e não só, é um deles –, em que não só vão adiando o que é inadiável como se deixam que situações gravíssimas, quer sejam políticas, humanitárias ou ambientais, se agravem ainda mais, perante a indiferença e a passividade dos responsáveis políticos.
Vindo de um responsável da Santa Sé, esta análise crítica ganha uma dimensão maior e realça que entre as boas intenções proclamadas e os actos (não) praticados grande e determinante é a diferença. Vivemos, pois, num mundo de promessas não assumidas e permanentes de mentiras, para justificar o seu não cumprimento.
Este porta-voz do Vaticano sublinhou, ainda, que o número de pessoas desnutridas e com fome está a crescer novamente, numa crise que não parece passageira, para logo acrescentar “o que falta no mundo não é comida ou capacidade para produzi-la, mas vontade para resolver o problema mais grave que aflige a humanidade.”
Citando estudos de especialistas, o padre Federico Lombardi menciona três causas para este fenómeno: “ a distorção no mercado, provocada por subsídios à agricultura dos países ricos; a nova produção de biocombustíveis; o maior consumo de carnes em grandes países como a China e a Índia, de forma que boa parte da produção agrícola já não se destina directamente aos cereais para a alimentação humana, mas animal.”
Apesar de já não ser a primeira vez que o Vaticano toma posição sobre a mais recente crise alimentar mundial, estas afirmações do seu porta-voz reforçam a atenção e a preocupação com que a Igreja Católica acompanha o evoluir desta crise.
Como já tive ocasião de referir, precisamos, urgentemente, de uma nova ordem mundial, mais justa e equilibrada e, para isso, a vontade do homem é o fundamental.
A manter-se tudo na mesma, acabará por ser a fome, a miséria e o desespero que acabarão por criá-la, da forma mais dolorosa, inclusive para os próprios que nada fazem, neste momento, para que ela surja.

Vítor Amorim

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 22 Maio , 2008, 09:04
Os problemas da fome e da subalimentação voltaram a ser notícia de primeira página. As pessoas responsáveis sabem que estes problemas nunca deixaram de existir, com gravidade extrema, e que o seu agravamento actual era previsível. Sabem igualmente que se têm desenvolvido esforços meritórios para os resolver, e sabem, tragicamente, que não se conhecem estratégias válidas para que eles sejam erradicados.
Em relação à fome em Portugal, ainda não assumimos, responsavelmente, o problema; nem nós, cidadãos, nem o Estado nem a maioria das instituições. Em contrapartida, a acção social da Igreja e alguns contributos não confessionais oferecem uma proposta parcial, bastante simples, que poderia generalizar-se facilmente a todo o país. Ela foi apresentada, há cerca de vinte e cinco anos, nas primeiras semanas nacionais de pastoral em Fátima, e visava todos os problemas sociais.
Segundo esta proposta, a acção social deveria visar quatro objectivos fundamentais: - a assistência, a promoção, o desenvolvimento e a transformação social. Aplicando os quatro objectivos às situações de carência alimentar no país, parecem recomendáveis três linhas de acção: - a resposta imediata (de natureza assistencial); a cooperação para a autonomia pessoal alimentar; e a intervenção no desenvolvimento local. - A resposta imediata consiste em «dar de comer a quem tem fome»; a cooperação para a autonomia respeita ao contributo para que as pessoas carenciadas encontrem soluções, não dependentes de outrem, para a superação de suas carências, não caindo na habituação nem no oportunismo; e a intervenção no desenvolvimento local deveria traduzir-se na criação de condições para se evitarem tais carências. Naturalmente, estas linhas de trabalho social não se podem limitar ao âmbito local; mas dificilmente produzirão resultados consistentes se não começarem por aí.
Limitando-nos, por ora, só às respostas imediatas - «dar de comer» - justifica-se formular as seguintes questões: - Existem razões válidas para que não se crie, em cada freguesia ou paróquia, um grupo de voluntariado social de proximidade (com representantes das diferentes zonas), que tome conhecimento de cada situação de carência alimentar, e desencadeie as iniciativas imediatas para a superar? Existem razões válidas para que esse grupo, a junta de freguesia, a paróquia, as instituições sociais públicas e particulares, os cafés e restaurantes, outras empresas e tantas outras entidades não dêem as mãos para que ninguém passe fome e para que sejam bem aproveitados os excedentes alimentares? Existem razões válidas para que não se intervenha junto das autarquias locais, de organismos da administração pública central e do próprio Governo, a fim de que também eles se comprometam seriamente na erradicação de tão grave flagelo? Felizmente, já é significativo o número de entidades que, a par dos bancos alimentares contra a fome, actuam deste modo; importa que congreguem seus esforços, e que o movimento contra a fome se difunda por todo o país.

Acácio Catarino

Fonte: Correio do Vouga

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 20 Maio , 2008, 14:13
Violência na África do Sul (foto do PÚBLICO de hoje)

Segundo a comunicação social desta manhã, os portugueses que vivem na África do Sul estão a acolher os cidadãos moçambicanos, com o objectivo de os pôr a salvo da onda de violência contra comunidades africanas, a qual já fez pelo menos 24 mortos em vários bairros de Joanesburgo, na última semana. Os africanos, oriundos de países vizinhos da África do Sul, ao fugirem da miséria, encontram agora carrascos no país do antigo “apartheid”.
Tem-se dito que a falta de água e a fome serão, no futuro, causas de violência e de guerras. Da fome já se sabia que provocava ondas de migrações e de selvagens ataques a quem tinha que comer. Da água, que não tem faltado, dizem os entendidos em geografia humana, que se espera violência sem fim.
É triste verificar como povos africanos massacram irmãos da mesma raça, só por pensarem que alguém vem ocupar o seu lugar e comer do mesmo pão. A fome, afinal, ensombra a razão e transforma pessoas boas em pessoas violentas. Os pobres atacam, sem dó nem piedade, os mais pobres dos pobres. No entanto, foi bonita saber que a comunidade portuguesa radicada naquele país protege os moçambicanos. Afinal, Moçambique, como outros países lusófonos, está no coração de Portugal.

FM

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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 16:42
D. Carlos Azevedo, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, lembra que temos de estar mais atentos à crise socioeconómica

“Importa que as instituições da Igreja estejam muito próximas das dificuldades e a partir de instâncias de observação da realidade socioeconómica, possam ir de encontro às situações mais críticas”
“A Igreja está presente no terreno, nas paróquias, onde se conhecem as situações e se acompanham, mas é preciso abrir cada vez mais os olhos sobre estas realidades e criar um observatório social”
Clique aqui para ler mais

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 05 Maio , 2008, 12:04
PEDE:
"aos governos para deixarem de apoiar a produção de produtos energéticos a partir de produtos agrícolas para que a produção agrícola se volte a orientar para a produção de bens alimentares, designadamente de primeira necessidade"
E ALERTA:
"as autoridades para a necessidade de redobrarem os apoios aos mais carenciados, distribuindo bens de primeira necessidade aos mais necessitados e com manifesta escassez de recursos financeiros e alimentares"
Leia mais aqui e aqui

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