de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 02 Fevereiro , 2010, 16:41
Carlos Sarabando e Fernando Lages

A população das Gafanhas
tem de olhar mais para a sua banda


Numa terça-feira de Janeiro, com muito frio, à noite, ensaiava no Stella Maris, na Gafanha da Nazaré, o Grupo Coral da Filarmónica Gafanhense, uma instituição mais que centenária. Nasceu em Ílhavo em 1836, mas em 1982 resolveu transferir a sua sede para a Gafanha da Nazaré. Nessa altura mudou de nome, trocando Ilhavense por Gafanhense, já que quase todos os componentes eram gafanhões. Foi uma maneira de evitar a morte que se anunciava, segundo os dirigentes de então.
Homens e mulheres da casa dos 40 anos, em média, sob a batuta da professora de música do Conservatório de Aveiro Cristina Ribau, aqueciam gargantas e afinavam tons, num ambiente alegre e descontraído.
O Grupo, em acentuado crescimento humano e musical, tem participado em concertos, sendo o seu reportório constituído por música variada, não faltando a componente litúrgica. Actua, normalmente, em conjunto com músicos da Filarmónica Gafanhense.


Cristina Ribau

Cristina Ribau aceitou o desafio lançado pelo presidente da instituição, Carlos Sarabando Bola, porque o projecto era e é “interessante”. A maioria dos coralistas não sabe música, mas todos mostram grande determinação, ao aceitarem participar neste desafio. Contudo, “por não saberem música, absorvem com gosto as orientações dadas”, sublinha a professora.
Pessoalmente, Cristina Ribau garante que o interesse manifestado por todo o Coral lhe dá “grande prazer”. Também considera muito importante o apoio momento a momento oferecido pela direcção da Filarmónica.
Participar num coral é garantidamente um bem, porque o trabalho em conjunto é enriquecedor para quem canta, ao mesmo tempo que “estabelece amizades e desenvolve o gosto pela harmonia”, salientou a nossa entrevistada. E não será que a harmonia musical contribui para a harmonia de cada um de nós?
Por outro lado, a “música cultiva a emoção, criando nas pessoas a predisposição para descobrir a riqueza musical que está dentro de cada um de nós”, por vezes de forma escondida, adianta a Cristina.
O Grupo Coral está a apostar em melhorar a “expressão nas suas actuações, avançando com peças de estrutura musical mais elaborada”, frisou. “ E a entrada de jovens para o grupo seria uma mais-valia”, concluiu Cristina Ribau.


Fernando Lages, o maestro titular da Filarmónica Gafanhense, residente na Vila da Feira, é simultaneamente o responsável pelas escolas de música. Porque reconhece que as bandas necessitam de rejuvenescer a cada momento, sabe que as escolas de solfejo e de aprendizagem dos mais diversos instrumentos são o melhor suporte para a formação dos executantes. Graças a isso, a Filarmónica é constituída por 40 músicos, 80 por cento dos quais são jovens. O mais idoso tem 79 anos e o mais novo 11. Este último, que toca clarinete, é músico da banda há cinco anos.
O maestro sabe que nos tempos que correm não é fácil atrair jovens para assumirem compromissos. Os desafios são muitos e variados. Urge, pois, “cultivar na juventude a sensibilidade musical, acompanhá-la continuamente no processo de aprendizagem, apoiá-la e incentivá-la a toda a hora”. Por outro lado, não pode faltar “uma pedagogia de exigência, no sentido de que sejam assíduos às aulas, aos ensaios e às actuações”.
Apesar de todo o esforço dos professores e da direcção, há sempre os que desistem. Normalmente, por razões compreensíveis, nomeadamente, académicas, profissionais e mudança de residência.
Quanto ao reportório, a Filarmónica Gafanhense oferece música para todos os gostos e idades.
Música clássica e ligeira, sempre de qualidade, adequada ao público para quem actua, aos ambientes e situações, tanto em festas como em cerimónias cívicas e religiosas.
Fernando Lages afirma, com convicção, que as Filarmónicas são uma grande escola de música, que não descura o factor social e humano.
O presidente da direcção, Carlos Sarabando, fala com entusiasmo desta colectividade, que é a mais antiga do Concelho de Ílhavo.
Tem um orçamente algo limitado, de cerca de 40 mil euros anuais, sendo certo que o crescimento da Filarmónica, a vários níveis, tem sido contínuo, desejando, contudo, crescer muito mais. Reconhece que a população da terra ainda se não habituou a olhar para a banda com o entusiasmo que gostaria e de que a colectividade precisa, daí a vontade que o anima de provocar um melhor casamento entre o povo das Gafanhas e a sua banda de música. Para este orçamento, a associação conta com o apoio da Câmara Municipal de Ílhavo e da Vista Alegre, mediante acordos de cooperação.
Além da Filarmónica, a instituição tem o Coral, uma Banda Juvenil e uma Orquestra com músicos que também são executantes na banda, movimentando mais de cem pessoas, de ambos os sexos.
A colectividade tem 300 sócios mas as perspectivas apontam para 500 até ao fim do ano. Ainda neste ano do centenário da freguesia da Gafanha da Nazaré vais ser gravado um CD.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 26 Outubro , 2009, 22:17

Filarmónica Gafanhense


Filarmónica Gafanhense tem um sonho...

A Filarmónica Gafanhense celebrou, no sábado, 24, mais um aniversário, o 173.º, de uma vida longa em prol da cultura musical. Houve concerto nas escadarias da igreja matriz, romagem ao cemitério e participação na eucaristia das 19 horas, que animou com o seus músicos e coral.
Muitas pessoas assistiram, em sinal evidente de que gostam da nossa Filarmónica, sempre presente nos mais diversos eventos que ocorrem não só na freguesia da Gafanha da Nazaré, mas também na área concelhia. As suas actuações passam, ainda, por muitas festas, um pouco por todo o lado.
A Filarmónica, mãe do Grupo Coral, da Banda Juvenil e da Orquestra Jovem, ainda assume a responsabilidade, que é uma necessidade, de formar os seus músicos e coralistas, com a contribuição, indispensável, de professores especializados no ensino da música e de vários instrumentos.
Presentemente, tem 40 executantes musicais e outros tantos coralistas, ostentando o estatuto de Utilidade Pública, como reconhecimento pela sua acção no domínio da cultura.
Segundo nos afirmou o seu director, Carlos Sarabando Bola, a Filarmónica Gafanhense tem um sonho, que acalenta há anos: possuir uma sede onde possa ensaiar, ensinar e preservar a sua memória, com 173 anos de vida. Há promessas que esperam concretização. Pode ser que a festa do centenário da freguesia e paróquia traga novidades.



Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 08 Outubro , 2008, 21:12

172 ANOS AO SERVIÇO DA CULTURA MUSICAL

Eu não sei se muitos gafanhões sabem que a Filarmónica Gafanhense vai completar 172 anos de existência. Mas é verdade. No dia 11, sábado, essa efeméride vai ser condignamente celebrada.
Penso que nem sempre damos o devido valor às nossas instituições, sejam elas de carácter cultural, social, desportivo ou religioso. Mas devíamos fazê-lo, porque elas são o exemplo mais expressivo do entusiasmo dos nossos antepassados.
Se eu pudesse consultar o historial de cada uma, para registar datas importantes das suas vidas, não deixaria de as divulgar, para que servissem de estímulo a quantos esperam que sejam só os outros a trabalhar para a sociedade.
No sábado, pelas 16 horas, vai haver uma romagem ao cemitério da Gafanha da Nazaré, para homenagear os antigos músicos da banda.
Às 18 horas, na igreja matriz, vai ter lugar uma eucaristia solene, acompanhada pelo coral da banda e pela Orquestra da Filarmónica Gafanhense.
Pelas 21.30 horas, será a vez de um concerto musical no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, com apresentação da Banda Juvenil, Orquestra Jovem, Banda Filarmónica e Grupo Coral.

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