de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 11 Junho , 2010, 22:25

 

Douro

Os Velhos do Restelo...

O Presidente Cavaco Silva recomendou há dias aos portugueses que fizessem férias cá dentro. A recomendação, em minha modesta opinião, tem a sua lógica. Por cá, também é possível gozar excelentes férias, um pouco por toda a parte. Temos boas praias, zonas rurais lindíssimas, recantos paradisíacos, serras que oferecem panoramas ímpares...

Aquilo que eu entendi como óptimo foi logo visto por outros como péssimo. Cada cabeça cada sentença. Também é verdade.

Mas os tais Velhos do Restelo perguntaram logo: E se os outros Presidentes recomendam mesmo?

Pois é... Mesmo assim, vou pelo Presidente Cavaco Silva.

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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 31 Maio , 2010, 10:06

 

 

O sol está aí e as temperaturas começam a subir. Ainda bem que assim é. Por várias razões: o sol é fonte de vida e alegria; as férias para muitos estão à porta; todos precisamos de descontrair, com ou sem preocupações laborais; nem só de tristezas e aflições pode ser o nosso dia-a-dia; tem de haver vida para além das crises económicas.

Como a nossa vida é orientada e influenciada em grande parte pela comunicação social e pelos agentes económicos, sociais e culturais, é certo e sabido que vamos pôr para trás das costas os problemas intrincados, as angústias dos défices, as complicações das incertezas profissionais e tudo quanto nos possa incomodar.

As televisões e demais órgãos de comunicação social estão atentos aos fenómenos cíclicos que marcam os nossos passos neste mundo competitivo, porque sabem que dificilmente poderemos viver em stresse permanente. Vai daí, já começaram a preparar a festa. O Campeonato do Mundo de Futebol está aí. Tudo o que é drama vai hibernar. Por uns tempos, claro.

 

FM


Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 18 Março , 2010, 11:43

 

Praia da Figueira deserta...

 

 

Por enquanto tenho a sorte e o prazer de poder sair, um dia que seja, para respirar diferente. Vou andar por aqui a ver o mesmo mar e a olhar sonhos de férias que me ocupam a imaginação e a ânsia de viver em plenitude, ao gosto da minha idade. Depois, claro, direi um pouco do que vi, estimulando outros a olhar, que isto ainda não custa dinheiro. O belo pode estar em qualquer  esquina.

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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Dezembro , 2009, 18:54


Para a formação de crianças e jovens

 
Na sequência de boas experiências anteriores de ocupação dos tempos livres dos jovens, através da realização de actividades de carácter pedagógico, desportivo e lúdico, a Câmara de Ílhavo aprovou a realização do Programa Municipal Férias Divertidas Natal 2009. Trata-se de uma mais-valia para a formação integral dos jovens do nosso município.
Esta acção destina-se a crianças e jovens com idades compreendidas entre os seis e os 15 anos e tem por base a generalização da prática desportiva, factor essencial de melhoria da qualidade de vida e fundamental na formação pessoal, social e desportiva dos participantes.
As inscrições, limitadas ao número de vagas, serão aceites nas Piscinas Municipais de Ílhavo e da Gafanha da Nazaré até uma semana antes do início do Programa.

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Editado por Fernando Martins | Sábado, 29 Agosto , 2009, 15:46

A idade é culpada de muita coisa, boa e menos boa. Se olhar bem, penso que o bom sobreleva o menos bom. Ainda bem.
Este mês de Agosto, dos muitos que já vivi, este terá sido o pior. Raros foram os dias em que me senti com calor ou com temperaturas amenas. De manhã, quase sempre registei um ventinho agreste e céu com nuvens mal-encaradas, que me obrigavam a procurar um sol directo que me levasse a dispensar os agasalhos próprios do Inverno. Só em casa me via garantidamente confortável. Daí o facto de me refugiar na leitura e na escrita, com fugazes passeatas para me deleitar com o agradável encontro com o mundo em férias ou sem férias.
Tomei nota da falta de muita gente, talvez pressionada pela crise que os órgãos de comunicação social nos traziam à memória a todo o momento, na impossibilidade, certamente, de outros temas ou de imaginação para os descobrir. De modo que tive pena de viver um Agosto tão chocho, pese embora o constante prazer que vivi com familiares e amigos, que tiveram a paciência de me acompanhar.
E quando desabafava, recordando férias de antanho, com a família toda à minha volta, que o frio, o vento e o desconforto que o triste tempo me dava, alguém comentou, assertivamente: Isso é por causa da idade. Se calhar até é.

Fernando Martins
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 25 Agosto , 2009, 19:28
Ria da Aveiro (foto do meu arquivo)

A Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro programou uma semana repleta de actividades com ciência, destinadas a crianças dos seis aos 12 anos. Conhecer a biodiversidade da Ria de Aveiro a bordo de um moliceiro; cozinhar com fornos solares; provar biscoitos geométricos; participar em espectáculos de Química e Física, são apenas algumas das actividades propostas para a semana de 31 de Agosto a 4 de Setembro. As inscrições estão abertas.
Ler mais aqui

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Editado por Fernando Martins | Domingo, 09 Agosto , 2009, 18:55
Visita para repetir? Claro!
 

Quando, há anos, visitei São Pedro de Moel, fiquei com a ideia de que se tratava de uma terra arejada, encravada entre o Pinhal de Leiria e o Mar, onde veraneia gente de haveres. Vivendas recentes que casam bem com moradias de traça antiga mostram que houve cuidado com a urbanização e com o asseio. Bom sítio para umas boas férias à beira-mar, com ladeiras a exigirem boas pernas para subir e descer.
Durante esta visita, confirmei que se tem mantido o rigor na manutenção da povoação, imposto desde há muito. Hotéis e residenciais, restaurantes e pensões, estabelecimentos preparados para atender os residentes e visitantes, tudo serve para garantir uma ambiência que pode ser desfrutada por muita gente, principalmente no Verão, época de maior afluência.
Na praça, qual varanda virada para a praia, pontifica o busto da figura maior desta terra – Afonso Lopes Vieira – que o soube respeitar, tanto quanto o poeta a soube amar. Mas dele, da sua obra e do seu museu, falarei, com mais pormenor, num próximo registo. Se o não fizesse, seria crime de lesa-poesia e de lesa-solidariedade.
Nessa varanda, com tendas de artesanato variado, mais doces regionais, como penso, até nem faltou a propaganda política, da CDU, com o ainda bem conhecido homem da Rádio, Cândido Mota, a debitar os slogans do partido que mais lutas políticas apoiou ou promoveu na Marinha Grande, sede do concelho a que pertence São Pedro do Moel e centro vidreiro de renome internacional, embora, segundo penso, a entrar em decadência nos últimos anos. Não sei se agora estará em recuperação… Deus queira que sim.
A marca do poeta está em cada canto. No restaurante Brisamar, premiado pela gastronomia, higiene alimentar e profissionalismo, onde degustei uma bem composta cataplana, acompanhada por um branco do Ribatejo, de nome e preço a condizer com o repasto, apreciei uma quadra de Afonso Lopes Vieira, que ali está há 45 anos, como me informaram. Mais ainda: um quadro, em jeito de tríptico, de Carlos Reys, e uma vitrina de peças de vidro dignas de museu. Visita para repetir? Claro!

FM

Editado por Fernando Martins | Sábado, 08 Agosto , 2009, 19:10


Férias bem diferentes do século XIX

Nas férias, gosto de sair um pouco para conhecer as terras que quase se avistam do lugar onde assentei arraiais. Por vezes chego mais longe, sem perder de vista os horizontes ou a rota segura. Hoje fui a Vieira, para ver o mesmo oceano que oiço e vejo desde menino. Verão, o deste ano, sem o calor que almejo, mas nem por isso falta gente de todas as idades, no areal e na povoação, carregada disto e daquilo que junto das ondas é preciso.
Não me aventurei pela praia, mas apreciei o prazer que muitos sentem, como que indiferentes ao ventinho agreste que me obrigava a procurar abrigo. Gostei de ver Vieira de Leiria, com a azáfama do Verão.
E enquanto olhava à volta, dei comigo a pensar, nem sei por que carga d’ água, que era nesta praia, mais metro menos metro, que as personagens principais do célebre romance de Eça de Queirós – O Crime do Padre Amaro – veraneavam, carregando para aqui, desde Leiria, o essencial de que precisavam, para umas boas férias, de banhos de mar e de sol. Não havia, certamente, hotéis, restaurantes, bares e outros estabelecimentos que, nos tempos que correm, contribuem para o bem-estar dos veraneantes que demandam estas paragens. Tão-pouco andariam, os banhistas do século XIX, como os de hoje. As modas das praias, a apetência pela tez morena e as possibilidades de férias estavam longe dos tempos actuais. Gostei do que vi na povoação e na praia, com acessos fáceis e asseio a condizer com o bom gosto de quem chega e de quem está. É difícil estacionar? Com calma tudo se consegue.

FM
 
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 05 Agosto , 2009, 18:33
Renoir


Desejar, desejar desesperadamente

Desejar, desejar desesperadamente
desejar até à dor e à angústia
até ao grande vazio amargo
desejar que seja de outro jeito
desejar o fim das crueldades
das loucuras, da estupidez, do abjecto,
desejar a satisfação, a luz, a ternura
ter muita fome, ter muita sede
do mundo diferente
e de si-mesmo diferente.


Maurice Bellet
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 04 Agosto , 2009, 10:02
Barcos de Monet


Trabalhar com as próprias mãos

Trabalhar com as próprias mãos
em tarefas caseiras, na costura,
no seu ofício, na bricolagem
e fechar o rádio e todo o zunzum interior
escutar o que fala sem palavras
enquanto as mãos se ocupam
e ocupam a superfície da alma.
Ou então, conduzir um automóvel
muito distendido, atento, delicado
uma vez que essa ocupação deixa livre
um pensamento sem pensamento
que amadurece algures

Maurice Bellet
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 03 Agosto , 2009, 14:29


Férias são para descansar,
mas há quem as use para servir os outros

"A Marisa Sapina recorda-se de quando esteve na Guiné-Bissau há seis anos e uma criança lhe pediu uma colher - não tinha nenhuma. "Quem entre nós não tem dezenas de colheres? Mas dar uma colher naquela situação era estragar o trabalho que estava ali a fazer. Disse ao miúdo que iria tentar arranjar. Falei com as irmãs da missão e só uns dias depois de eu vir embora elas deram a colher."
Foi a primeira experiência de Marisa, professora de línguas, como leiga missionária, apoiando no terreno o trabalho das missões católicas em países mais pobres - o número dos portugueses que o fazem disparou este ano e as férias são uma altura privilegiada para colaborarem em missões nos países em desenvolvimento."

António Marujo, no PÚBLICO de ontem


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Editado por Fernando Martins | Domingo, 02 Agosto , 2009, 11:55
Pintura de Carlos Reis


Permanecer em paz

Permanecer em paz
que é a harmonia dos poderes
para lá (certamente) do turbilhão
para lá da abstenção serena
para lá do abandono voluntário dos heróis
na harmonia dos poderes
coincidindo com a mais humilde humildade
isto, na mediocridade dos dias
sem altivez, sem saber e algumas vezes sem graça.


Maurice Bellet
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Editado por Fernando Martins | Sábado, 01 Agosto , 2009, 10:53
Pintura de Van Gogh


Abrir a Sagrada Escritura

Abrir a Sagrada Escritura
e aí está!
Não é um livro, não é o Livro,
é o lugar da Palavra
que se estende para além das palavras
sonho sem sonho à margem do texto
ressonância através de todas as espessuras da vida
fonte cuja nascente é invisível,
pensamentos, imagens, palavras
movimentos sóbrios do coração
a Letra é necessária
o espírito vai
porque o sentido da Escritura é a vida salva.

Maurice Bellet


Nota: Texto e foto do snpc

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Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 31 Julho , 2009, 12:15
Tela de José Malhoa


Ler um livro

Ler um livro de pensamento exigente
com um forte desejo da verdade
sem avidez em saber
sem pretensão de disputar
mas por gosto, por amor da verdade
Abrir a porta profunda
a todo o pensamento que emerge
e deixá-lo permanecer em paz
de modo que ele venha a dar o seu fruto.



Maurice Bellet
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 29 Julho , 2009, 11:05

AMO-TE, Ó LEI MAIS SUAVE

Amo-te, ó lei mais suave,
na qual amadurecemos, quando com ela em luta estávamos;
ó grande saudade que não dominámos,
ó floresta da qual nunca saída encontrámos,
ó canção que em cada silêncio cantámos,
ó rede de obscuridade,
em que nossos sentimentos presos abrigávamos.

Tão infinitamente grande te começaste,
naquele dia em que nos começaste,
e tanto amadurecemos nos sóis de tuas horas,
tanto nos alargámos e nos plantámos profundamente,
que em Homens, Anjos e Nossas Senhoras
agora te podes cumprir descansadamente.

Deixa a tua mão na encosta dos céus pousar
e tolera em silêncio o que te estamos na sombra a preparar.

Rainer Maria Rilke (1875-1926)
In «O Livro de Horas», ed. Assírio & Alvim
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