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O seu a seu dono
Celebra-se hoje o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Gostaria que não fosse só mais um dia importante. Gostaria que fosse, para muitos, um ponto de partida para boas leituras. Mas ainda gostaria que houvesse respeito pelos direitos de autor.
As boas leituras, e apenas essas, são fonte de conhecimentos, de educação da sensibilidade, de partilha de saberes e de vivências, de abertura aos outros e ao mundo.
Penso que nunca se editou tanto como agora. Quando entro numa livraria actualizada, fico espantado com a oferta de obras excelentes ao lado de literatura de cordel. Toda a gente escreve, e ainda bem. Porém, nem sempre bem. Tudo é relativo, mas quantas vezes, meu Deus, chego ao fim de alguns livros com a nítida sensação de que não lucrei nada.
De outros, sinto que ganhei muito. E de outros tantos sou confrontado com a necessidade de uma releitura…
Os Direitos de Autor são propriedade privada. Se alguns são donos de casas, carros e outros bens, os criadores são legítimos senhores do que produzem com o seu saber e arte. É legítimo que esses direitos sejam tidos em conta. Contudo, frequentemente, não o são.
Não raro, deparo-me com textos meus em trabalhos diversos, jornais, livros e em provas académicas, sem indicação da fonte. Não é legítimo nem honesto. O seu a seu dono.
Fernando Martins