de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 18 Fevereiro , 2010, 09:13

O meu conterrâneo e amigo, C.te José Vilarinho,  cá está de novo a dar-nos conta do que vai vendo e apreciando nos seus Cruzeiros, por paragens carregadas de história e de sonhos...

Com um obrigado pelo sua partilha, aqui fica o que nos enviou.

 

Fernando Martins

 

 

Nascer do sol

 

Caro amigo professor Fernando e todos os leitores do seu Blogue
 
Parece coincidência, mas eis-me aqui, no início do primeiro cruzeiro da temporada e navegando no meio do Canal do Suez, quando recebo a sua mensagem.
Parece que tinha que partilhar esta experiência consigo e com os seus leitores.
 
 
 
 

Oásis

 

A Passagem do Canal do Suez

 
 
O Canal do Suez liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, facilitando assim o trânsito de navios entre o Ocidente e o Oriente, sem ter que dar a volta ao Cabo da Boa Esperança (África do Sul).
A travessia deste canal é feita em regime de Comboios (Grupo de navios ), saindo um de Port Said para o Sul em direcção ao Suez e outro do Suez em direcção ao Norte, a Port Said.
Cada Comboio pode ter ate 25 navios, mas, como o canal só permite tráfego em um sentido de cada vez, o Comboio do Norte pára a meio da travessia, no GREAT BITTER LAKE, esperando a passagem do Comboio do Sul, que faz a travessia sem paragens.
Neste momento o Canal permite a passagem a navios até 20 metros de calado.
A travessia leva cerca de 15 a 17 horas, dependo do número de navios e tempo de espera.
É fantástica a sensação de se estar a navegar pelo meio do Deserto, sempre com areia dos dois lados a perder-se de vista, por um canal que foi aberto pelo homem ao longo de muitos anos.
Mesquita
 
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Editado por Fernando Martins | Sábado, 22 Agosto , 2009, 22:46
Troll Fjord
Spitzbergen

Seven Sisters

Aqui ficam, para contemplação, mais três fotos, gentilmente enviadas por José Vilarinho, dos seus cruzeiros nos mares do norte.

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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 18 Agosto , 2009, 22:19



O José Vilarinho enviou-me, há dias, notas do seu diário de bordo, com belíssimas fotografias. Umas já as publiquei. Outras ficaram em arquivo. Como algumas pessoas me falaram da beleza das fotografias, aqui ficam mais duas, para regalo de quem sabe apreciar coisas bonitas.
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Ver mais aqui

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 13 Agosto , 2009, 12:56

A conversa a bordo lembrava
os nossos bravos pescadores dos dóris
;

Iceberg

A minha última estadia nestas áreas do Norte foi há cerca de dez anos. Agora, ao voltar a tantos Glaciares, já antes visitados, é realmente assustador ver o quanto eles estão recuados em relação a um passado tão recente, devido ao aquecimento global.
Em algumas viagens, efectuadas até bem perto dos glaciares nos nossos Zodiacs, era possível ver e ouvir o constante desmoronar de grandes pedaços de gelo que se desprendiam do glaciar, para iniciarem a sua viagem em direcção ao Sul.
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Magdalena

Foi possível desembarcar em Magdalena Fiorde, uma reserva natural no norte dos Spitzbergen, onde tivemos o primeiro encontro com ursos polares, que cada vez se acercam mais de nós, devido à falta de comida. Uma baleia morta na baía servia de banquete diário a estes animais tão belos e tão perigosos.
Como temos várias tripulações portuguesas, um dos momentos altos destas viagens ao Norte é sempre a passagem por áreas onde é possível encontrar o FIEL AMIGO, o Bacalhau.
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Pesca de bacalhau

A partir das ilhas Lofoten, é fácil pescar bacalhau em quase todos os portos.
Num destes portos, organizei uma saída num dos nossos Zodiacs para umas horas de pesca. São sempre momentos de relaxe, mas, ao fim de algumas horas de pesca, a conversa a bordo lembrava os nossos bravos pescadores dos dóris.
O dia era de sol, a temperatura 17 graus, mas mesmo assim as mãos e os dedos já davam indícios de cansaço e dor.
A pergunta é: como era possível aguentar tantas horas, tantos meses, em condições tão difíceis, aquele trabalho da pesca do bacalhau à linha, efectuada no passado pelos nossos homens, verdadeiros heróis?
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Bacalhau
O resultado da nossa faina não foi má e houve bacalhau para toda a tripulação.
Na Gronelândia foi fácil ver de muito perto os megaicebergs na sua navegação em direcção ao Sul, sinais claros dos degelos que se passam no Norte.
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Glaciar
Caro amigo, a conversa já vai longa, pois quando começo a divagar sobre estes assuntos, perco a noção do tempo.
Como deve imaginar, é muito difícil seleccionar, em milhares de fotos tiradas, as melhores que possam retratar um pouco tudo isto. Muito gostaria eu de as poder enviar todas, mas não é possível.

Um abraço para si e para todos os leitores do seu Blogue.

José Vilarinho
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 11 Agosto , 2009, 16:58

Comandante José Vilarinho, ao centro, num Polar-Bar

ITTOQOORTOMIT, para quem chega,
é como chegar ao fim do mundo

Espero que estas minhas linhas o possam encontra de boa saúde, assim como toda a sua família.
Deve pensar que me esqueci de si e dos leitores do seu blogue, mas não é o caso; apenas a rotina por aqui tem sido muito pesada e stressante, pois estes cruzeiros do norte são mais exigentes, a nível de horas na ponte; e no final, quem paga é o descanso.
De qualquer modo, não podia deixar de passar algumas imagens destes distantes destinos, que muito gosto de partilhar consigo e com todos os leitores do Pela Positiva.
Da minha parte, mais uma vez, um muito obrigado pela companhia feita através da blogosfera, pois é raro o dia em que não vou dar uma espreitadela, para saber coisas da nossa terra.

Paquete do Com. José Vilarinho


Estou quase no final da minha temporada. Dentro de 15 dias desembarco para férias. Estou a terminar uma viagem de 23 dias, que nos levou desde a Alemanha, subindo toda a Noruega, depois todo o Spitzbergen, até aos 80 graus de Latitude Norte.
Daí cruzámos para as distantes paragens da Gronelândia, descendo a sua costa Leste até a uma pequena cidade chamada ITTOQOORTOMIT, que, para quem chega, é como chegar ao fim do mundo.
Da Gronelândia cruzámos para a Islândia, Ilhas Faroes, de volta ao Sul da Noruega, e vamos terminar na Alemanha, de novo.
A subida da Noruega é feita através das passagens maravilhosas dos famosos Fiordes, onde cada cidade visitada parece um paraíso, tirado de um livro de histórias de encantar, onde não faltam as lendárias personagens Norueguesas, chamadas TROLLS, a dar-nos as boas-vindas.

Bebé em terra de muito frio


A natureza mistura, numa harmonia perfeita, neve, florestas, água doce originária dos degelos nas montanhas, criando lindíssimas quedas de agua, e, na base de tudo, água do mar.
Tudo isto torna os fiordes da Noruega algo único, que só visitando é possível apreciar devidamente, já que não há fotos que possam descrever tanta beleza.
No Norte da Noruega foi possível admirar um maravilhoso Sol da meia-noite, no Cabo Norte, e desde então praticamente não se encontram seres humanos, pelas remotas paragens dos Spitzbergen.
Ao chegar a Ittoqoortomit, uma pequena aldeia perdida no sul da Gronelândia, voltamos a encontrar pessoas, e aí muitos valores das riquezas materiais, tão importantes no mundo ocidental, perdem todo o seu valor, e somos levados a pensar, seriamente, quanto somos RICOS, sem muitas vezes darmos o devido valor a essa realidade.


Iceberg a caminho do Sul


A pobreza e as condições de vida destas 200 pessoas que ali vivem, em condições tão difíceis, principalmente no Inverno, são visíveis por todos os lados da aldeia.
São visitados apenas por dois navios de abastecimento duas vezes por ano, raramente são visitados por navios de cruzeiro, mas mesmo assim é possível ver alegria no rosto das crianças que brincavam com vários objectos e que alguns deles, no nosso civilizado mundo, são chamados lixo ou sucata.
As pessoas que se cruzavam nos caminhos sorriam, simpáticos e felizes, por poderem mostrar os seus bebés, as suas casas e os seus cães.
:
José Vilarinho
NOTA: Continua
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