de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 11 Janeiro , 2010, 21:55




De registar o ar intimidatório
dos soldados romanos

Realizou-se este domingo, dia 10 de Janeiro, mais um cortejo de Reis, cumprindo-se assim a tradição, que perfaz hoje um século.
Com condições meteorológicas adversas, chuva e frio de rachar, nada fez demover dos seus intentos, as inúmeras pessoas que integraram o desfile.
Com paragens em locais estratégicos da nossa vila, o espectáculo iniciou a sua actuação, no extremo sul da Gafanha da Encarnação, com a representação do auto dos reis. Com a sua origem no teatro das moralidades da Idade Média, temos aqui a recriação de cenas bíblicas relacionadas com o acontecimento histórico que acabámos de festejar — o nascimento de Jesus. A Anunciação do Anjo a Maria, a fuga para o Egipto, o temor do rei Herodes perante o nascimento de um rei que o pudesse destronar, etc, foram cenas que os actores amadores dramatizaram perante a audiência fiel de todos os anos.





Ao longo da freguesia foram construídos cenários improvisados, de acordo com os vários passos dos autos, sendo de referir e louvar a cedência de um palco volante, montado sobre o camião que o Sr Fernando Ribau gentilmente facultou para o efeito. Deve fazer-se aqui referência ao extremo labor de tanta gente voluntária que deu do seu precioso tempo para que tudo corresse na perfeição. Entre actores e outros participantes, contabilizaram-se 100 figurantes. Houve muito empenho e dedicação na confecção do guarda-roupa, muito trabalho de pesquisa para recriar, o mais fiel possível, os costumes, trajes, todo o ambiente da época. A caracterização foi tão boa, que a título de gracejo, o Pe Francisco Melo, no seu discurso de agradecimento à comunidade, aludiu ao ar intimidatório dos soldados romanos!



Houve brilhantismo nos adereços dos actores e muito colorido na indumentária das pessoas do povo que integraram o cortejo. E, apesar do frio que se fazia sentir, a adesão foi em massa.
Para encerrar as actividades, foi feito o agradecimento às várias entidades que contribuíram para a realização deste evento, nomeadamente a autarquia, na cedência do palco, à junta de freguesia, ao Pe Francisco Melo e a todos os populares que das mais diversas maneiras contribuíram e/ou integraram o cortejo.
Uma palavra especial para os progenitores do “Menino Jesus”, que emprestaram solenidade e realismo à festa, cedendo o seu bebé, para ficar ali nas palhinhas do presépio, durante a representação.Com todo o frio que estava, só mesmo um ser divino tinha a capacidade de resistir à intempérie!

M.ª Donzília Almeida

10.01.10



Editado por Fernando Martins | Domingo, 10 Janeiro , 2010, 11:50

No Palácio de Herodes (foto de arquivo)


As comunidades católicas das Gafanhas da Nazaré e Encarnação andam hoje envolvidas com os seus Cortejos dos Reis, respeitando tradições e devoção ao Menino Deus nascido a 25 de Dezembro. Depois dos cortejos, realizados mesmo debaixo de inverno, haverá os leilões das ofertas. Não poderei estar, que o tempo não mo permite, mas não serei gafanhão totalmente ausente destas manifestações da fé de um povo. Que tudo corra bem, apesar de tudo, são os meus votos.

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 06 Janeiro , 2010, 17:00

Os magos à espera de serem recebidos pelo Rei Herodes

Tradição antiga a que não podemos ficar alheios

A Gafanha da Nazaré vai viver, no próximo dia 10 de Janeiro, mais uma festa, com o envolvimento do povo que a sente como tradição que importa preservar. Trata-se do Cortejo dos Reis, que seguirá o trajecto habitual, com início em Remelha, onde o Anjo anuncia aos pastores o nascimento do nosso Salvador, num humilde presépio, na cidade de Belém.
Perde-se no tempo a organização do primeiro cortejo levado a cabo, na quadra natalícia, pela comunidade católica de Nossa Senhora da Nazaré. Sabe-se que é antiga e que os autos, apresentados durante o cortejo, foram elaborados a partir da Bíblia e do livro Mártir do Gólgota, de Perez Escrich. Mas mesmo sem data de nascimento conhecida, todos os gafanhões interiorizaram a necessidade de celebrar o Natal de Cristo, à volta da visita que os Magos Lhe fizeram, para O adorar, como Rei do Universo.
Este ano, o Cortejo dos Reis vai ter uma alteração significativa, na apresentação dos autos. As cenas do Palácio de Herodes vão ter lugar, pela primeira vez, que saibamos, no Cruzeiro, seguindo-se os outros autos como é costume. Termina o cortejo com a cerimónia, sempre esperada, com alguma ansiedade, do Beijar do Menino, na igreja matriz, enquanto são entoados cânticos natalícios, alguns deles exclusivos da nossa comunidade.
Gostamos destas vivências natalícias, preparadas com sentido de fé, com o tempo preciso, por pessoas que assumiram há muitos anos essas tarefas como devoção anual, a que não podem, nem devem, faltar. Alguns, sobretudo os mais velhos, sabem de cor os papéis de todos, podendo substituir-se uns aos outros, em caso de urgência, com toda a naturalidade.
Como manda a tradição, espera-se que todos os movimentos, serviços, irmandades, instituições e organizações, empresas, famílias e povo em geral se mobilizem, com espírito de partilha.
Depois, há a preparação dos presentes, os grupos que se constituem para a recolha de donativos e para a animação, os carros que se enfeitam, os cânticos que se ensaiam e o leilão das ofertas e cuja receita reverte para a construção da nova Residência Paroquial, no local da antiga. Mais uma razão para todos participarmos nesta festa que é nossa e à qual não podemos ficar alheios.

Fernando Martins



Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 28 Dezembro , 2009, 12:50

Cena de o Presépio (Foto do meu arquivo)

Com os meus votos de Bom Ano

Depois do Natal, as gentes das Gafanhas começam a preparar, com mais intensidade, os Cortejos dos Reis. Tradição antiga que se mantém actual, apesar das solicitações hodiernas desafiadoras de outros interesses. O porquê de tudo isto não terá explicação fácil. A verdade é que, ano a ano, o povo sabe que tem de entrar nesta festa, acompanhando os Magos, sem camelos que os transportem mas com cavalos, que procuram o encontro com o Menino-Deus.
Há autos que recordam cenas bíblicas, cânticos a condizer com a quadra e presentes para o Menino. Só que, o Menino, desde que nasceu, nos ensinou generosidade e desprendimento dos bens terrenos, deixando tudo o que Lhe dão para as comunidades paroquiail que O adoram.
Esperando que os povos das Gafanhas se empenhem, como sempre o fizeram,  para que a festa seja o mais participada possível, aqui deixo os meus votos de Bom Ano Novo.

FM


Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 12 Janeiro , 2009, 19:49


(Clicar nas fotos para ampliar)
Grande adesão de gente laboriosa

Ontem, 11 de Janeiro, realizou-se o tradicional, esperado e sempre aplaudido, Cortejo dos Reis. Efeméride de relevo, do calendário religioso, vai ganhando forma e colorido, à medida que a gente nova e cheia de vigor integra e dinamiza esta actividade.
Este ano, foi de destacar o esforço, trabalho e dedicação, com que as inúmeras tarefas, relativas ao evento, foram levadas a cabo.
Em vários pontos da vila, palcos improvisados, artística e minuciosamente decorados, serviram de cenário aos vários actos do auto que aí era levado à cena.
É de louvar o empenho e a adesão da imensa gente que colaborou na concretização deste acontecimento.
Os actores, amadores na sua totalidade, incluindo várias faixas etárias, em que contracenaram crianças, jovens e adultos, contribuíram com o seu melhor para darem corpo e brilhantismo à representação. Esteve à altura o guarda-roupa, criteriosamente escolhido e confeccionado por mãos de mestra, bem adequado às características das diferentes personagens. Houve colorido, colaboração e saudável confraternização, numa actividade que tem o mérito de envolver e congregar a população desta pacata vilinha.
Até o novo pároco da Gafanha da Encarnação, o jovem Pe Paulo, integrou o cortejo, com a sua jovialidade e alegria próprias, fazendo jus ao seu papel de pastor de almas.
À tarde, foi feito o leilão das oferendas recolhidas no cortejo, verificando-se mais uma vez uma grande adesão das gentes desta terra laboriosa.

M.ª Donzília Almeida

Editado por Fernando Martins | Domingo, 11 Janeiro , 2009, 18:18

Para todos os meus leitores e amigos, em especial para os que gostam das nossas tradições.


Editado por Fernando Martins | Domingo, 11 Janeiro , 2009, 16:59



(Clicar nas fotos para ampliar)

O mais importante é a alegria


No final do Cortejo dos Reis, depois de todos os participantes terem beijado o Menino, o Prior da Freguesia, Padre Francisco Melo, antes da bênção, louvou o envolvimento do povo nesta manifestação de fé, que é também uma antiga tradição das gentes das Gafanhas. E sublinhou que este Cortejo dos Reis faz parte da nossa identidade, que é preciso preservar.
Depois, frisou o facto de muitos intervenientes mudarem de papéis, nos autos de Natal apresentados, durante o Cortejo, “como quem muda de camisa”, por tudo isto lhes estar, decerto, no sangue e na alma. A tradição oral, que se mantém entre nós há mais de um século, está enraizada na memória da nossa gente.
Quem como eu presenciou de perto o desenrolar do Cortejo dos Reis, mais na parte final, pôde confirmar o interesse e o carinho com que o nosso povo viveu esta festa. Representando, cantando, animando e valorizando, com os mais diversos contributos, uma festa popular com marcas indeléveis dos nossos antepassados.
Como disse o nosso Prior, o mais importante não será o dinheiro que se recolhe das “ofertas para o Menino Jesus”, como diz o povo, porque o que conta é esta alegria, este interesse e este respeito pelas nossas tradições, que fazem parte da nossa cultura e da nossa identidade.

FM

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 07 Janeiro , 2009, 11:56


Tradição continua a ser respeitada
na Gafanha da Nazaré


Como todos os anos, vai realizar-se o Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré, no domingo depois da Epifania, 11 de Janeiro. Trata-se de uma tradição bastante enraizada nesta paróquia, com o povo a viver, de certa forma, a alegria da visita ao Menino-Deus, seguindo a Estrela de Belém que há mais de dois mil guiou os Reis Magos.
Previamente, o povo organiza-se para participar condignamente. As comissões dos lugares distribuem tarefas, ornamentam os carros, ensaiam cânticos apropriados e outras modinhas e formam grupos para recolha de donativos. No meio de tudo isto, há os espontâneos, que procuram vestir-se de maneira original: à moda antiga, uns, e de qualquer forma, outros.
Durante o cortejo, que começa manhã cedo no lugar de Remelha, com a aparição do anjo a anunciar aos pastores o nascimento do nosso Salvador, não falta quem cante e quem apresente autos natalícios, repetidos há muitas décadas. São ensaiados, no tempo certo, pelos mesmos actores, que sabem de cor o que têm a dizer, quando é chegada a hora de entrar em cena.
As ruas da Gafanha da Nazaré tornam-se mais animadas ao som dos cânticos, muitos deles exclusivos deste povo. A fechar o cortejo, lá vão os Reis Magos, montados nos seus cavalos, seguindo a estrela que os guia até ao presépio. E no final, na igreja matriz, todos vão beijar, como muita devoção, o Menino Jesus.
Depois, a festa continua com o leilão dos presentes, nunca faltando os que fazem “render o peixe”. O rendimento reverterá para as obras da residência paroquial da Gafanha da Nazaré.

Fernando Martins
NOTA: Ilustração do artista Manuel Correia

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