de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 06 Abril , 2009, 16:47
O SEU PRIMEIRO CONTO ENTRA NO PLANO NACIONAL DE LEITURA

João Alberto Roque, 47 anos, professor de Biologia e Geologia na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, contista, inscreveu dois primeiros prémios no seu currículo literário. O primeiro alcançado no concurso Matilde Rosa Araújo, patrocinado pela Câmara Municipal da Trofa, em 2006, com o conto “Pirilampo e os deveres da escola”, e o segundo no concurso António Feliciano Rodrigues (Castilho), organizado pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Funchal, em 2008, com “O primeiro passo na Lua”.
O “Pirilampo e os deveres da Escola” foi editado com ilustrações de Helena Zália e entrou já no Plano Nacional de Leitura (PNL). “O primeiro passo na Lua”, para além da edição por conta da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, tem já agendada publicação na Editora Nova Vega, esperando o autor que o seu conto veja a luz do dia a 20 de Julho de 2009, quando perfaz 40 anos sobre a chegada do homem ao satélite da Terra.
João Roque sempre gostou de escrever, mas foi no Timoneiro, há anos, que descobriu a sua veia ficcional, quando alimentava, mensalmente, a rubrica “À volta de um provérbio”. Os anos foram passando, até que alguém colocou na escola onde lecciona um cartaz anunciando um concurso literário da Câmara da Trofa. “Aquilo desafiou-me; eu era capaz de escrever e de concorrer; em dois ou três dias tinha o conto escrito e quando o acabei gostei muito do que tinha escrito; pedi à colega Cláudia Ribau que o ilustrasse e enviei o trabalho; surpreendentemente, acabei por ganhar.”

Para o nosso entrevistado, os concursos têm de interessante a certeza de que o que escrevemos “vai ser lido por alguém; alguém que, em princípio, tem capacidade crítica; no concurso da Trofa, por exemplo, o júri era constituído por gente de pergaminhos: António Torrado, Viale Moutinho, Armandina Maia, António Pontes (vereador da autarquia) e, sobretudo, Matilde Rosa Araújo, que representou, para mim, uma satisfação muito grande”.
Questionado sobre as fontes de inspiração, João Roque garantiu-nos que o seu filho David e uma gatinha abandonada no quintal da família foram os inspiradores do “Pirilampo e os deveres da escola”. E porque “a minha filha mais pequena, a Cecília, também merecia uma história, outra nasceu, e depois mais outra e outras...”
Sobre o sentido pedagógico que ressalta nos seus contos, o professor Roque lembra que os seus textos reflectem, naturalmente, os temas das disciplinas que lecciona. “Há sempre algo de autobiográfico”, acrescenta.
Quando escreve para crianças e adolescentes, tem normalmente uma preocupação educativa, embora alguns autores defendam que o principal é divertir. No entanto, frisa que, “se o escritor conseguir as duas coisas, ser educativo e divertido, então é oiro sobre azul”.
Diz que a escrita brota nele “por intuição”, mas admite que “pode escolher palavras mais simples, para que o texto seja mais fácil de entender por quem o vai ler”.
Considera que o filho David, de 12 nos, é o seu principal leitor, de quem recebe as primeiras impressões, mas não deixa de referir que também gosta de ler os seus contos à filha Cecília.
Não tendo sido um pai habituado a inventar histórias para adormecer os filhos, João Roque insiste na ideia de que prefere escrevê-las. Contudo, esclarece que nos seus escritos “haverá um bocadinho desses pais que gostam de as contar”. E a propósito do que escreve para a Cecília, salienta que se baseia “em pequenas coisas do dia-a-dia, com carácter pedagógico”.
Quando a faceta de contista se manifestou com os prémios conseguidos, e com a natural divulgação que os mesmos justificaram, este professor da Secundária da Gafanha da Nazaré começou a ser solicitado por diversas escolas, em especial para responder às muitas questões postas por alunos que já leram o “Pirilampo e os deveres da escola”, graças à entrada do livro no PNL.
Considera, por isso, que este facto é uma indiscutível mais-valia, “em termos de o conto poder ser lido por mais crianças”. Mas isso também lhe traz a obrigação “de manter o nível”, disse.

Fernando Martins


OS CONTOS PREMIADOS




No conto “Pirilampo e os deveres da escola”, David era capaz de ficar esquecido a brincar com qualquer coisa insignificante, ou a olhar para uma mosca ou ficar à janela a ver as plantas crescer no jardim... até os seus dedos podiam ser tanta coisa diferente que não precisava de mais nada para se entreter durante largos minutos. Ele sabia que tinha de fazer os trabalhos que a professora mandava mas... distraía-se com tanta facilidade!
Na escola, a professora pediu aos meninos que fizessem uma redacção. Sobre que havia de ser a do David? Sobre a sua gatinha, claro! Fez a redacção tão depressa que a professora ficou espantada. Estava bem feita e até tinha o desenho da gata e o pormenor da sua cauda com a ponta branca.
“O primeiro passo na Lua” leva João Alberto Roque a apoiar-se em marcas da história, para assinalar a chegada do primeiro homem ao solo lunar. Neil Armstrong, o astronauta dos EUA, pronunciou então uma frase que ficou célebre: “Este é um pequeno passo para o homem; um gigantesco salto para a humanidade.”
No conto, o autor consegue envolver um rato na expedição. Antecipando-se ao astronauta americano, o rato, com o seu fato espacial, dá o primeiro passo na Lua. De facto, “Este é um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para um rato.”

FM

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 23 Fevereiro , 2009, 10:19


Um presidente da Junta de Freguesia
que merece o nosso reconhecimento

Manuel da Rocha Fernandes (acrescentava Júnior, para que não fosse confundido com seu pai, que tinha o mesmo nome), mais conhecido por Senhor Rocha ou Mestre Rocha, foi presidente da Junta de Freguesia entre 1942 e 1963.
Exerceu essas funções, tanto quanto sei, pelo gosto que tinha em servir a sua e nossa Gafanha da Nazaré. Faleceu em 1985, com 78 anos de idade.
Sendo certo que “Deus, que é Deus, não agrada a todos”, como reza o ditado, também terá os seus críticos. Contudo, a balança pende mais para o lado dos que recordam o quanto de importante fez na freguesia. Justa é, portanto, a rua que lhe dedicaram e que liga, perpendicularmente, as ruas Camilo Castelo Branco e Padre Américo.
Não se trata de uma rua com muito movimento, mas nem por isso deixa de assinalar a acção deste gafanhão em prol da nossa terra.
No seu livro “Hidro-Aviões nos céus de Aveiro”, Joaquim Duarte, que conheceu de perto e conviveu com o Senhor Rocha, recorda os tempos em que o nosso homenageado foi um conceituado Mestre nas oficinas da Escola Naval de S. Jacinto. Referiu que era um Mestre “estimado na Escola, quer pelo pessoal militar, quer pelo pessoal civil, a que pertencia e de quem veio a ser chefe durante vários anos”.
Noutra passagem do seu livro, sublinha os grandes melhoramentos que valorizaram bastante o viver das gentes de então, de que destacou “o Mercado, o Edifício dos Correios, Escolas e novas estradas”, mantendo “acesa disputa com presidentes da Câmara de Ílhavo, sempre na defesa da sua terra”.
Enquanto presidente da Junta, o Senhor Rocha defendeu estrategicamente a zona da igreja matriz, “centro geográfico da Gafanha da Nazaré”, como costumava frisar, para ali se instalar o mercado e os Correios, que muitos queriam ver na Cale da Vila, por na altura ser o lugar da freguesia com mais comércio e indústria.
Para as ruas, lutava sem tréguas para conseguir traçados rectilíneos. Era paciente e arguto negociador com os proprietários, demonstrando-lhes as vantagens de haver ruas com poucas curvas.
Recordamos que era bom orador e homem disponível para servir, também na comunidade religiosa. Foi durante muitos anos ensaiador do grupo coral, que dirigia, sobretudo, nas missas festivas. Chegou a ensaiar e a dirigir outros corais, ainda nas eucaristias das festas, nas Gafanhas da Encarnação e do Carmo. Lembramos bem que era acompanhado, muitas vezes, pelo Padre Redondo ao órgão. Ainda nos garantiram que o Senhor Rocha é o autor dos cânticos do Cortejo dos Reis, e não só, que os mais antigos recordam com saudade, como comprovámos, há dias, ouvindo melodias suas, entoadas pela Maria Lourenço, a sacristã da nossa paróquia.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 30 Janeiro , 2009, 12:27
A única atleta nacional olímpica na disciplina do Disco
 

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Teresa Machado, com quem toda a gente se cruza na Gafanha da Nazaré, porque nesta terra nasceu e sempre aqui viveu, é, até hoje, a única atleta olímpica das Gafanhas. E a nível nacional, é a única atleta olímpica, na disciplina do Disco.
Com resultados muito bons, tanto nos quatro Jogos Olímpicos em que participou (Barcelona, Atlanta, Sidney e Atenas), como em Campeonatos da Europa e do Mundo, para além de bastantes “meetings”, esta atleta gafanhoa não esquece quanto o desporto lhe deu. Considera, como muito valiosos, os benefícios que recebeu, quer no âmbito desportivo e social, quer cultural e económico. Também não esquece a riqueza humana que os contactos internacionais lhe proporcionaram.
Começou cedo a sua paixão pelo Atletismo, quando venceu, em representação da escola do 2.º Ciclo do Ensino Básico, uma prova de lançamento de Peso, em 1986. A seguir esteve no Galitos e em 1987 Júlio Cirino (ver Timoneiro do mês de Janeiro) passa a ser seu treinador, nas disciplinas de Peso e Disco. Ainda foi atleta do Sporting e da Junta de Freguesia de S. Jacinto.
Confessa que se sentia com “capacidade para chegar longe no desporto”, coisa rara para uma menina da época. Nessa altura, “as meninas das minhas idades inclinavam-se mais para “o ballet, a natação e a ginástica artística”, disse.
Os resultados começaram a entusiasmá-la, apesar das improvisadas condições de treino, que a obrigavam a andar com o seu treinador de um lado para o outro. A prática do lançamento de Disco exigia amplos espaços, não fosse dar-se o caso de atingir alguma pessoa ou automóvel que passassem perto.
Treinou em terrenos baldios da Gafanha da Nazaré, no Rossio e na actual zona do Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, na Mata de S. Jacinto e em áreas cedidas onde agora existe o actual Porto de Aveiro, entre outras. Aqui, chegou a perder alguns discos, que ficaram mergulhados na ria.
A sua grande experiência olímpica, por ser a primeira, aconteceu em Barcelona, em 1992. “Só me apetecia chorar, com as sensações de ver um estádio cheio, com as pessoas a aplaudirem e a baterem os pés, incitando os atletas a darem o máximo”, contou-nos a Teresa. E acrescentou: “É que eu estava habituada a ver, em Portugal, pouca gente a assistir; víamos, normalmente, familiares, namorados e amigos.”
A Teresa confessa-nos que desde o início se sentiu muito apoiada e estimulada pelo seu treinador Júlio Cirino, um amigo que “se actualizava constantemente, estudando e participando em muitas actividades”. Aliás, também reconhece que lucrou em estágios da Federação Portuguesa de Atletismo, “onde contactou e aprendeu com ensinamentos e conselhos de outros treinadores”.
Com a experiência de Barcelona, o lançamento de Disco passou a ser a sua modalidade prioritária, conseguindo bons resultados em Atlanta (10.º lugar) e Atenas (6.º). E porque seria fastidioso indicar tudo o que fez nas inúmeras provas em que participou, para além dos campeonatos da Europa e do Mundo, é justo referir que subiu ao pódio em Itália, Brasil, Espanha, Argentina, Irlanda, Bélgica, Holanda, Áustria, Grécia, Marrocos, Chipre, Noruega, Alemanha e Portugal. No nosso País, continua recordista nacional de Peso (17,26 m) e Disco (65,40 m).
Teresa Machado, graças ao seu esforço nos treinos, chegou a ser considerada, por especialistas, a atleta “mais tecnicista na disciplina do Disco”.
A nossa entrevistada adiantou, nesta altura em que decidiu mudar de vida, que não tem visto, com pena, atletas que ocupem o seu lugar. Diz que é fácil atingir bons níveis até à faixa etária de juniores, mas as maiores dificuldades surgem nos escalões seniores. “Aqui, é mesmo preciso muita dedicação, muito esforço, muito treino, muita vontade, muita coragem e muita força, para chegar onde eu cheguei”, explicou.Durante a entrevista, pudemos testemunhar a alegria e a emoção que lhe inundavam o semblante, ao recordar a sua exemplar carreira de atleta, sem grandes meios à partida. Contudo, não deixámos de registar algumas mágoas. “Quando eu estava no auge, não faltava gente que me incitava e me dava pancadinhas nas costas, prometendo-me mundos e fundos para quando eu abandonasse as competições; depois, na fase descendente, a que ninguém pode fugir, os amigos de outrora começaram a deixar de me conhecer”, sublinhou.
Presentemente, trabalha como Técnica Auxiliar de Fisioterapia numa clínica de Taboeira, não vendo, ao fundo do túnel, qualquer hipótese de voltar a dedicar-se ao Atletismo, em novas funções. Precisa de estar mais livre, ao fim de tantos anos de sacrifícios.

Fernando Martins
 
NOTA: Texto publicado no TIMONEIRO

Editado por Fernando Martins | Domingo, 04 Janeiro , 2009, 12:51

JÚLIO CIRINO:
Uma vida dedicada ao Atletismo com muita paixão

Quando contactei o Júlio Cirino, estava ele a chegar de uma viagem à Guiné-Bissau, onde se deslocou na qualidade de formador de treinadores de Atletismo. Antes, andou por Espanha, Hungria e Croácia, entre outros países. Em breve irá a Cabo Verde e Angola.
Membro da IAAF – Federação Internacional de Atletismo Amador, dá o seu contributo do muito que sabe, ensinando alunos universitários e treinadores de Atletismo, sobretudo na área dos Lançamentos, de que se tornou especialista, no país e no estrangeiro.
Júlio Cirino esteve ligado à FPA – Federação Portuguesa de Atletismo, entre 1997 e 2007, como treinador nacional de Lançamentos. Presentemente, é colaborador da mesma federação, para os sectores do Peso e Disco, abrangendo jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos.
Em conversa com o Júlio, percebe-se facilmente a sua paixão por este desporto, paixão que começou ainda jovem, como atleta de meio-fundo, sobretudo nos 1500 metros obstáculos. Chegou a ser detentor do recorde nacional dos 1000 metros, no âmbito escolar, com a marca de 2’ 41’’, mais tarde batido pelo Fernando Mamede, com 2’ 39’’.
A sua grande campeã foi Teresa Machado (de que falaremos em breve), possuidora de um palmarés invejável, tanto em Portugal, como nos campeonatos da Europa, do Mundo e nas Olimpíadas. Mas não se pense que o fim da carreira desta atleta corresponde ao fim da paixão do Júlio Cirino.
Aposentado da sua actividade profissional, não está conformado e continua à procura de potenciais campeões. Hoje, tem sob sua orientação sete atletas no Peso, Disco e Martelo. E diz, com a certeza de quem conhece do que fala, que todos eles poderão vir a participar em competições internacionais, “ao mais alto nível”, se forem “persistentes e se seguirem as suas orientações”.
Na altura em que começou no Atletismo, não havia na Gafanha da Nazaré qualquer clube que se interessasse por esta modalidade desportiva. E no Distrito de Aveiro, em 1966, só havia o Estarreja e o Espinho, o que o levou a recorrer ao primeiro, para poder praticar o desporto da sua eleição. Mais tarde, recebe convites do Benfica, do Sporting e do Futebol Clube do Porto, optando por este último, por ser o que ficava mais à mão. Neste clube, conseguiu alguns recordes do Norte, em 1500 metros obstáculos.
A tropa, cumprida em Lisboa, levou-o a virar uma página na sua vida desportiva, optando por aprender com o mítico Prof. Moniz Pereira. Desse mestre, diz que colheu frutos “fundamentais para a sua função de treinador”, como “A pontualidade, a disciplina que impunha e a teimosia que o levava a chegar onde queria”. E recorda uma célebre frase ouvida ao mestre: “Se dispensassem os atletas das suas ocupações profissionais, da parte da manhã, os resultados do nosso Atletismo seriam outros.” À sombra desse princípio, Carlos Lopes começou a mostrar a sua têmpera de campeão, dando enormes alegrias aos portugueses.
Sobre o trabalho desenvolvido na Gafanha da Nazaré, Júlio Cirino lembra que, em 1972, a convite de João Fidalgo e de José Alberto Loureiro, dirigentes do Grupo Desportivo da Gafanha, aceita colaborar como treinador. Um mês depois, já tinha 87 jovens, entre os 10 e os 16 anos, a treinar no campo do Forte. E sublinha: “O recrutamento foi feito através do TIMONEIRO; batíamos à porta das famílias, para se obter autorização, e os treinos começaram, com muito entusiasmo.”
“Por falta de energia eléctrica, os treinos não podiam continuar a partir de Novembro. Mas com a colaboração do Padre Domingos, prior da Gafanha da Nazaré, foi possível utilizar o salão paroquial. A seguir, passámos ao Mercado. E com a iluminação do campo do Forte, voltámos de novo para lá”, esclarece.
Reconhecendo que pela sua vida de treinador já passaram mais de 1000 atletas, Júlio Cirino frisa que a Teresa Machado foi a sua campeã mais credenciada. Apareceu-lhe, em 1986, por indicação do Leopoldo Oliveira, ao tempo professor de Educação Física.
Informado das potencialidades da Teresa, soube orientá-la, levando-a a obter resultados nunca antes alcançados por atletas gafanhões, em especial nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Atlanta, Sydney e Atenas, que o nosso entrevistado teve o prazer de acompanhar.
Paralelamente à sua actividade de treinador, Júlio Cirino participa em inúmeros congressos, seminários e acções de formação, nacionais e internacionais, tanto para aprender como para ensinar, como o atestam os muitos diplomas, medalhas e troféus.
Diz que ao longo da vida aprendeu bastante pelo estudo e pelo convívio directo com grandes treinadores, de que destaca, para além de Moniz Pereira, Raimundo Fernandez, espanhol, que o levou a acompanhar, de perto, a selecção cubana de Atletismo, e Renato Carnevali, um italiano que o ensinou a planificar treinos intensos e curtos, que conduzem a excelentes resultados.
Júlio Cirino já escreveu dois livros: um sobre “O Corredor de Meio-Fundo – Fundamentos Gerais” e outro sobre “Fundamentos Gerais do Treino para Lançadores”. Na forja está “O Lançamento do Peso – da Iniciação ao alto Rendimento”. E tem ainda, em preparação, “Histórias da Minha Terra”, o seu primeiro trabalho fora da área desportiva.

Fernando Martins
Nota: Texto publicado no TIMONEIRO

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 22 Dezembro , 2008, 14:17

O sol brilhante e acariciador convidou-me esta manhã para um passeio pela nossa Av. José Estêvão. Meia dúzia de passos andados, dei de chofre com a notícia do falecimento do Dr. Maximiano Ribau, com a provecta idade de 96 anos.
Licenciado em medicina pela Universidade do Porto, em 1940, desde essa data começou a exercer clínica na sua terra Natal, Gafanha da Nazaré.
O Dr. Ribau foi médico, de inúmeras famílias e pessoas desta sua terra, durante décadas. E em épocas de parcos haveres, para muitos, sempre atendeu os pacientes, sem preocupações de receber os honorários que lhe eram devidos. Tratava-os, ao domicílio ou no consultório, e depois se via…
Foi meu médico durante muito tempo, sobretudo durante uma grave doença pulmonar que me afectou, fatal para muitos nessa altura. Recordo bem a forma persistente com que me assistia, como me levava a especialistas para não haver dúvidas sobre o tratamento a seguir, como ralhava comigo quando não tomava alguns remédios intragáveis. E ainda recordo a sua alegria (e a minha) quando me deu por curado. Mas acrescentou, então sem perigo de me provocar qualquer angústia, que escapei por milagre. Sempre lhe fiquei grato por isso.
O Dr. Ribau ainda se envolveu nos assuntos da terra, chegando a criar a Cooperativa Humanitária, fruto de um sonho seu, que nunca chegou a atingir os objectivos que se propunha, por várias razões.
O Dr. Ribau, que hoje nos deixou, perdurará na memória de muitos gafanhões como médico competente, interessado pelos seus doentes e amigo da sua terra e das suas gentes.
O seu funeral será amanhã, pelas 15.30 horas, com missa de corpo presente, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré.
Paz à sua alma.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 03 Dezembro , 2008, 15:17



Frei Silvino Teixeira Filipe

Neste mês de Dezembro, em que se celebra mais uma quadra natalícia, caracterizada pelo espírito de festa, família e comunhão de pessoas, dedicamos a rubrica “a nossa gente” ao Frei Silvino Teixeira Filipe.
Nascido a 19 de Janeiro de 1954, na freguesia da Gafanha da Nazaré, Município de Ílhavo, o Frei Silvino completou a instrução primária na Escola Primária da Cambeia, tendo prosseguido os estudos no Liceu
Nacional de Aveiro.
Para fazer o Postulantado, ingressou no Noviciado dos Padres do Carmo de Fátima a 4 de Fevereiro de 1974, tendo a partir daí trilhado um caminho com vista à vida sacerdotal: tomou o hábito do Carmo a 8 de Outubro do mesmo ano e fez a sua Profissão Simples na Ordem a 21 de Setembro de 1975, ambos em Fátima.
No ano lectivo de 1975-1976 frequentou o Seminário Carmelitano de Viana do Castelo, onde estudou latim, grego e outras matérias. Em 1976, iniciou os estudos filosóficos e teológicos no ICHT – Instituto de Ciências Humanas e Teológicas, do Porto (1º ano), frequentou os 2º e 3º anos na Universidade Pontifícia de Salamanca, regressando ao ICHT para concluir a referida licenciatura.
A 16 de Novembro de 1980, consagrou-se perpetuamente ao Senhor como Carmelita Descalço pela Profissão Solene, no Convento do Carmo de Aveiro, onde foi igualmente ordenado de diácono a 1 de
Março de 1981.
A ordenação presbiteral aconteceu a 27 de Setembro de 1981, na Igreja da Gafanha da Nazaré, pelo Bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade.
Nesse ano, voltou ao Convento do Carmo de Viana do Castelo para trabalhar como missionário no Seminário Carmelitano e também no secretariado diocesano da pastoral da Juventude, onde permaneceu até 1984. Os 3 anos seguintes foram vividos na Casa do Carmo, em Fátima, como responsável do Postulantado.
No dia 20 de Julho de 1987, celebrou a sua primeira Missa como conventual do Convento do Carmo de Aveiro, onde se encontra desde então, tendo cumprido há dois anos o jubileu das suas bodas de prata sacerdotais.
Para o homenagear, a Câmara Municipal de Ílhavo e a Ordem dos Padres Carmelitas promoveram a apresentação do Livro “Alegrai-vos! Homilias do Frei Silvino”, que decorreu na Biblioteca Municipal de Ílhavo, no dia 16 de Dezembro de 2006, do qual apresentamos um pequeno excerto inteiramente dedicado à época natalícia que se avizinha:

“Nos braços do Menino de Belém que se estendem como um bebé para nós, devemos ver o amor de Deus e agradecer-Lhe porque nos criou para sermos como Ele, Deus.
Que o Natal nos anime a todos na fé de seguir, servir, amar e louvar aqui e para sempre o Deus que Maria trouxe no seu ventre, deu à luz em Belém e é o Senhor de toda a história e de todos os homens.
É Natal, alegremo-nos e rejubilemos porque somos para Deus o melhor que ele tem, porque somos para Deus a obra mais preciosa e Ele não nos deixa ficar pelo caminho, quer levar-nos para a casa onde um dia nasceremos depois da morte, como Ele nasceu no Natal em Belém.
A todos, santas e alegres festas do Natal de Cristo nosso Deus, Redentor e Criador. Que assim seja.”

In Alegrai-vos! Homilias do Frei Silvino
– “Solenidade do Natal(I) – Somos o melhor que Deus tem!”
In "Viver em...", da CMI
NOTA: Mais um amigo meu que foi contemplado, pela Câmara Municipal de Ílhavo, com uma referência na sua Agenda "Viver em..." de Dezembro. Oportuna, sem dúvida, até porque nos ofereceu uma mensagem natalícia do homenageado, Frei Silvino, transcrita do seu livro "Alegrai-vos!". Conheço Frei Silvino desde sempre. Mais concretamente, desde a sua participação em tudo o que dizia respeito à Igreja Católica, tendência natural que ele soube cultivar com esmero, até se definir, já na juventude, pela vida religiosa, como consagrado. O meu amigo Silvino nunca deixou de manifestar a sua amizade para comigo, numa resposta à amizade que nutro por ele. O seu empenho pela causa do Evangelho está bem patente naquilo que faz, com os jovens e com todos quantos se abeiram dele. Frade por convicção e opção forte, Frei Silvino granjeia amizades e irradia simpatias onde quer que se encontre. Por isso, esta justa homenagem da nossa Câmara Municipal de Ílhavo, que aplaudo.
FM

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 03 Novembro , 2008, 12:06

Capitão Amantino Lopes Caçoilo


No mês em que o País e o Município de Ílhavo comemoram o Dia Nacional do Mar, a 16 de Novembro, a Câmara Municipal de Ílhavo dedica a rubrica “Nossa Gente” a um grande homem da Pesca e do Mar, o Capitão Amantino Lopes Caçoilo.
Filho de António Lopes Caçoilo e de Maria da Luz Lopes, Amantino Caçoilo nasceu a 5 de Setembro de 1946, na Gafanha da Nazaré. Casado, e com duas filhas, o Capitão reside actualmente na sua cidade-natal, onde assume as funções de Técnico Superior da Unidade Operacional da Forpescas, em Ílhavo, estando a sua actividade profissional desde sempre ligada ao Mar.
Após terminar o Secundário, no Liceu Nacional de Aveiro, em 1966, Amantino Lopes Caçoilo deixou a terra que o viu nasceu e rumou à Escola Náutica Infante D. Henrique, em Oeiras, onde concluiu o Curso Geral (1969) e o Curso Complementar de Pilotagem (1986), tendo, mais tarde, concluído a Licenciatura em Administração e Gestão Marítima, já em 1999. Ao seu já vasto currículo, Amantino Caçoilo acrescentou, ainda, outros Cursos de Formação, na sua maioria ligados à Pesca, mas não só. Em 1986, terminou o curso de Simulador de Radar, na Escola Náutica Infante D. Henrique, o curso Avançado de Combate a Incêndios, na Escola da Armada, e, ainda, o curso de Novas Tecnologias de Pesca, do Instituto Superior de Estudos Marítimos. Já na década de 90, o Capitão Ilhavense ainda teve tempo para se dedicar a um curso de Informática e a um outro de Aperfeiçoamento para Gestores de Formação, alargando o seu leque de especialidades.
Paralelamente a vários estudos e participações em diversas conferências de âmbito nacional e internacional, Amantino Caçoilo manteve a sua vida profissional bastante preenchida.
Começou por desempenhar funções de Piloto na pesca do bacalhau, em 1970, em navios da EPA – Empresa de Pesca de Aveiro, subindo de posto em 1973, onde foi Imediato até ao ano de 1979. Sempre ligado à pesca de bacalhau, foi pela Sociedade da Pesca Silva Vieira e da TAMNEV, S.A. que se tornou Capitão, em 1980, onde desempenhou funções no domínio da gestão da sua frota de navios.
A sua relação profissional com o Forpescas – Centro de Formação Profissional para o Sector das Pescas teve início em 1987, contando já com quase vinte anos de vida. A partir de 1989, o Capitão Ilhavense assumiu um conjunto vasto de responsabilidades, que abrangeram quase todos os domínios técnicos da empresa, desde Navegação, Segurança, Formação, Gestão de Recursos Humanos. Em 2003, abraçou a função de Director Regional do Centro de Formação em Ílhavo, tendo sido o principal responsável pela criação do FORMAR – Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar, em 2008.
Enquanto munícipe e cidadão activo, o Capitão Amantino Lopes Caçoilo manteve uma postura social bastante interventiva. Foi Sócio-fundador e Director da Associação para os Desenvolvimento dos Interesses da Gafanha da Nazaré (ADIG) e Vice-presidente do Grupo Desportivo da Gafanha. Foi, ainda, Vice-presidente e Presidente da Fundação Prior Sardo e Membro da Direcção da Rádio Terra Nova, da Direcção da Cooperativa Cultural e Recreativa da Gafanha da Nazaré e do Concelho Pastoral da Paróquia da mesma. Ao seu longo e brilhante curriculum, Amantino Caçoilo acrescenta, actualmente, as funções de Presidente da Assembleia de Freguesia da Gafanha da Nazaré.
Capitão de Mar e eterno académico das Pescas, Amantino Lopes Caçoilo é um orgulho para as gentes da sua terra e uma referência para o Município, que tem no Mar a sua Tradição.
In "Viver em" , da CMI


NOTA: Dá-me sempre um prazer especial verificar que os meus amigos são distinguidos pelas suas qualidades, no domínio da sua intervenção social, cultural ou profissional. O meu amigo Amantino, que conheço desde sempre e que tenho acompanhado ao longo da vida, é um desses. O que tem feito sob diversos pontos de vista, em resumo, aí está, bem retratado, na agenda "Viver em" da nossa Câmara Municipal. Porém, eu ouso sublinhar a sua inquietude face às injustiças que afectam as pessoas e a comunidade, levando-o a ser, quando é preciso, contundente e exigente com tudo e com todos. Não é dos que ficam calados a ver passar a carruagem. É dos que protestam com veemência. Sempre pelo que considera justo.
Um abraço para o meu amigo Amantino
FM

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 09 Outubro , 2008, 15:02

Eng. Vasco Fernando Ferreira Lagarto


No mês de Outubro, especialmente dedicado ao arranque de mais um ano lectivo para os milhares de crianças e jovens do Município, a Câmara Municipal de Ílhavo dedica a rubrica da “Nossa Gente” ao Eng. Vasco Fernando Ferreira Lagarto, figura incontornável de importantes projectos ligados às telecomunicações, à investigação, à educação e à cultura.
Nascido a 26 de Julho de 1950, licenciou-se em Engenharia Electrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto com apenas 22 anos, alcançando, três anos mais tarde, o estatuto de Master of Science em Telecomunicações, pela Universidade de Essex, em Inglaterra.
Vasco Lagarto iniciou a sua actividade profissional, no Centro de Estudos de Telecomunicações da Portugal Telecom, a actual PT Inovação, sendo responsável pelo desenvolvimento de equipamentos de telecomunicações utilizados na digitalização da rede nacional, assim como de alguns equipamentos de transmissão óptica. Em 1981 e 1982, o perito português foi convidado, pela ITU (International Telecommunication Union), para participar numa missão na Argélia, sendo, a partir daí, bastante requisitado para várias acções de âmbito internacional. Entre 1974 e 1979, Vasco Lagarto exerceu a profissão de docente na Universidade de Aveiro, leccionando várias disciplinas na área das telecomunicações.
À agenda profissional, por si só bastante preenchida, o Eng. Vasco Lagarto conseguiu acrescentar outras tantas actividades e projectos, desta vez ligadas à cidade que o viu crescer. Enquanto membro da Cooperativa Cultural e Recreativa da Gafanha da Nazaré, Vasco Largarto implementou o importante e pioneiro projecto Esteiro, de rede informática inter-escolas, em quatro escolas primárias da Gafanha da Nazaré. Em 1986, fundou a rádio local Rádio Terra Nova, mantendo-se como seu director desde então. Ao importante cargo de director, Vasco Largarto adicionou-lhe a responsabilidade pela criação do Estaleiro Terravista (acesso gratuito à Internet) exis-tente no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré desde 1997, bem como a ligação das escolas à Internet através da Rádio Terra Nova, entre 1998 e 2000.
O Eng. Vasco Lagarto, preside desde Abril de 2008 à Fundação Eng. António Pascoal.
Casado com a D. Margarida Bola e pai de três rapazes, João Pedro, Luís Tiago e Rui Duarte, Vasco Lagarto ainda teve a oportunidade de concluir o curso de Auditoria pelo Instituto de Defesa Nacional, em 2004, e ser marinheiro na Regata da STI entre Falmouth e Ílhavo a bordo doveleiro Astrid.

In “Viver em…” da CMI

NOTA: Não fiquei surpreendido com a inclusão do meu amigo Vasco Lagarto na lista de “A nossa gente” na agenda “Viver em”, editada pela Câmara Municipal de Ílhavo. Fundamentalmente, porque há muito o admiro como figura de relevo da nossa terra, ocupando um lugar ímpar na comunidade a que pertence. E se é justo realçar tudo quanto foi realçado no texto de “Viver em”, permitam-me que acrescente algo mais da faceta deste gafanhão que nunca regateou o seu contributo à sociedade que, por norma, ouve o que ele diz, para bem da nossa terra e das suas gentes: nos conselhos que dá, nas sugestões que apresenta, nas propostas que faz, nos projectos que lança, nas iniciativas que promove.
O Eng. Vasco Lagarto, para além de tudo isso, e mesmo sem mencionar o muito que tem feito ao longo da vida, em prol da comunidade, tanto de âmbito cultural como social, passando pelo testemunho religioso e pela intervenção cívica, ele é, essencialmente, um homem bom, generoso, disponível para os outros, com uma rara capacidade de diálogo e com jeito para dar, a quem precisa, a palavra certa na hora exacta.
Por tudo isto, e por muito mais que poderia acrescentar, aqui fica o meu aplauso para a homenagem singela que lhe foi prestada.

FM

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 05 Setembro , 2008, 19:42
Alfredo Ferreira da Silva, no Festival de 2008


Alfredo Ferreira da Silva

Neste mês de Setembro em que no dia 21 se realiza a Procissão em Honra da N.ª S.ª dos Navegantes, organizada pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, e que este ano integrará o programa oficial da Regata dos Grandes Veleiros, da responsabilidade da Câmara Municipal de Ílhavo, dedicamos esta rubrica ao Sr. Alfredo Ferreira da Silva, Presidente da referida Associação.
Natural da Macinhata do Vouga, Concelho de Águeda, Alfredo Ferreira da Silva nasceu a 1 de Janeiro de 1932, contando já com 76 preenchidos anos de vida.
Após a conclusão da 4ª classe, foi trabalhar no estabelecimento comercial de um irmão, em Aveiro, e aí permaneceu até ser chamado ao serviço militar, tendo posteriormente passado por diversas firmas ligadas ao ramo do comércio, deixando sempre marca positiva da sua passagem.
Há cerca de 47 anos, foi viver para a Freguesia da Gafanha da Nazaré, onde desde logo demonstrou ser um Cidadão solidário e activo na construção e na promoção do Município de Ílhavo, tendo, em 1977, integrado o Executivo Municipal, do mandato de 3 anos presidido pelo Eng. São Marcos Simões, naquelas que foram as primeiras eleições democráticas.
Em 1983, voltou à Câmara Municipal de Ílhavo como Vereador, primeiro no mandato do Inspector José Francisco Corujo, acumulando igualmente funções como dirigente da Cooperativa Eléctrica da Gafanha da Nazaré e, três anos mais tarde, no mandato do Eng. Rocha Galante, como Vice-Presidente, por mais quatro anos.
Sempre envolvido nas questões culturais, sociais e religiosas da Gafanha da Nazaré, Alfredo Ferreira da Silva foi durante muitos anos responsável pela Catequese, organizando as festas de encerramento do ano catequético.
A ausência de um grupo de folclore da terra nessas festividades fez surgir a ideia da necessidade de formar um grupo folclórico, tendo Alfredo Ferreira da Silva sido o mentor e um dos fundadores do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (1983).
Sob a sua direcção nestes 25 anos de vida, o Grupo que, conta actualmente com cerca de 50 elementos, tem como principal objectivo a defesa dos usos e costumes dos nossos antepassados, dedicando-se à pesquisa e arquivamento de tudo o que está relacionado com o folclore, tais como danças, cantares e trajes.
Neste seguimento também a recuperação e transformação da típica Casa Gafanhoa em Museu teve origem nesta Associação e veio a concretizar-se pela Câmara Municipal de Ílhavo, a 11 de Novembro de 2000, data da sua inauguração.
Foi pelo trabalho notável que tem desenvolvido ao nível da preservação e da promoção dos valores da história e da cultura do Município de Ílhavo, muito em especial no que respeita à gestão do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que a Câmara Municipal de Ílhavo agraciou Alfredo Ferreira da Silva com a Medalha de Mérito Cultural em Prata, no âmbito das Comemorações do Feriado Municipal de 2007.

In “Viver em”, da CMI
:
NOTA: Permitam-me que manifeste a minha satisfação por ver a justiça da Câmara Municipal de Ílhavo nesta homenagem, embora singela, ao meu amigo Alfredo Ferreira da Silva. Não há dúvida nenhuma sobre o seu envolvimento social, cultural e religioso na Gafanha da Nazaré, freguesia que o adoptou como filho dilecto. Não é todos os dias que encontramos, em qualquer terra, um homem que se deu e dá todo aos interesses da sua cidade, sacrificando, por vezes, a própria vida pessoal. O Alfredo, quando se envolve seja no que for, assume por inteiro as responsabilidades inerentes às tarefas que urge concretizar, vencendo obstáculos, ultrapassando barreiras, estimulando outros para que o acompanhem, com determinação. Nem sempre é seguido, porque a disponibilidade dos alguns não será tão completa como a sua, mas ele lá está, na hora precisa, para resolver os problemas. Os meus parabéns ao meu amigo Alfredo. E também à nossa autarquia, pela coragem em distinguir quem merece, com oportunidade.
FM

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 29 Agosto , 2008, 10:46

"BRAVAS MULHERES, AS DA GAFANHA!"

“Mulheres da Gafanha, à hora em que vão levar o almoço aos homens que trabalham nos estaleiros. A vida duríssima que levam, naquelas terras que outrora foram dunas batidas rijamente pelo mar e que são hoje solo fertilíssimo devido ao seu labor constante, marca-lhes as feições e dá-lhes um todo viril, decidido, forte. Nenhuma tarefa as faz recuar. São, quase todas, mulheres de pescadores de bacalhau ou de operários, e elas próprias trabalham no que se lhes proporciona, quando não é preciso sachar o milho ou colher a batata, muito abundante ali. A sua existência passa-se em permanentes fadigas e sobressaltos. Usam uma linguagem desabrida, que chega a ser chocante, porque se habituaram a encarar a vida e as pessoas de forma hostil, à força de lutar e sofrer de muitos modos. Tudo se resume, porém, a um desabafo, tão natural, para elas, como respirar, rir ou falar. Bravas mulheres, as da Gafanha! No fundo, todas as mulheres do povo se parecem umas com as outras, vivam onde viverem. Pode variar o aspecto exterior, mas a sua natureza é a mesma. Mais ou menos rudes, conforme o seu nível de vida, todas são irmãs na luta, na resistência ao trabalho e ao sofrimento, no heroísmo obscuro com que suportam o peso de uma existência sujeita às suas inclemências. Instintivas e directas, na sua maneira de encarar as realidades, não podem ser julgadas apenas pelo que fazem e dizem. A força que as impele tem raízes fundas, na terra e na própria vida.”
Maria Lamas,
In "As Mulheres do Meu País"
Nota: Foto do mesmo livro
Leia mais aqui

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 18 Agosto , 2008, 21:41

O Navio-Museu Santo André vai ser palco, no dia 22 de Agosto, pelas 18.30 horas, de mais uma merecida homenagem ao Capitão Francisco Marques, com a projecção do filme “A Faina Maior do Capitão Francisco Marques”.

Leia mais em Ponto de Encontro
Nota: Foto de Ponto de Encontro

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 01 Agosto , 2008, 09:35
Para conhecer mais Gente nossa e, ainda, a história da Filarmónica Gafanhense, clique aqui e aqui.

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 28 Julho , 2008, 12:34
Rosa Bela Vieira e Maria da Luz Rocha

Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira são dos tais casos que não podem ficar esquecidos. Pelo seu testemunho de vida e pela sua entrega aos outros, aos que mais sofrem, há mais de meio século. Decerto como muitos outros das nossas comunidades, de quem ninguém fala, mas que encarnam vidas exemplares.
Clique aqui para ler mais

Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 12 Junho , 2008, 11:57
"Foi em casa do tio João que um dia, aí por 1945, conheci uma figura típica e algo misteriosa. Aparecia de tempos a tempos e fixava residência em casa de alguns gafanhões, que o recebiam como se fora um parente próximo. Cediam-lhe um quarto, comia à mesa com as famílias que o acolhiam, conversava e dava conselhos a todos. Das suas palavras, serenas e bem medidas, saíam conceitos cheios de filosofia, que eu não entendia, mas que os sentia nos rostos extasiados de gafanhões iletrados e pouco viajados. Era o Catitinha, que até os fotógrafos da região gostavam de registar para a posteridade."
Ler mais em GALAFANHA

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 09 Junho , 2008, 15:39
Quando procurava um livro de interesse imediato, veio-me à mão um outro do meu amigo de saudosa memória, Joaquim Duarte, “Hidro-Aviões nos céus de Aveiro”. Foi uma boa ocasião para reler uma ou outra passagem e para ver fotos que fazem parte da Escola da Aviação Naval de S. Jacinto.
De página em página, cheguei a uma que recorda um gafanhão que deixou a sua marca na Gafanha da Nazaré, pela maneira como lutou pelos seus interesses, enquanto presidente da Junta de Freguesia e para além dela. Trata-se do Mestre Rocha, com quem conversei inúmeras vezes sobre o que seria melhor para a nossa terra. Recordo, bem, o que ele me dizia, quando vinha em defesa das suas ideias: “Eu fui testemunha ocular e auricular!” Perante isto, eu tinha mesmo de acreditar nas suas convicções.
Contudo, hoje não quero falar das conversas que tive com Mestre Rocha, mas, sim, do que dele disse Joaquim Duarte, no seu livro “Hidro-Aviões nos céus de Aveiro”.
Leia mais em GALAFANHA

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