de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 17 Junho , 2009, 14:32


Faz-nos falta quem escreva bem e com graça. Também com sentido de oportunidade. Um exemplo que vale a pena sublinhar está no jornal PÚBLICO e chama-se Miguel Esteves Cardoso. Leio-o regularmente.
Aqui fica uma passagem digna de registo:

“Falta fazer o elogio do sedentarismo. É o indesporto radical do nosso tempo. Define-nos. Delicia-nos. Sentamo-nos e sentimo-nos bem. Sentemo-nos pois.”

Miguel Esteves Cardoso

Editado por Fernando Martins | Sábado, 23 Maio , 2009, 18:02


Mesmo quando denuncia,
é de amizade que se trata

O Cón. António Rego, director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja Católica em Portugal, lançou esta Quinta-feira, em Lisboa, a sua nova obra "Um Ramo de Amendoeira", que reúne os editorais escritos ao longo dos últimos anos para o semanário Agência ECCLESIA.
O título da obra evoca uma passagem do livro do profeta Jeremias, no meio de um período negro de Israel.
Na apresentação do livro, D. Manuel Clemente, Bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, bens Culturais e Comunicações Sociais, falou do autor como uma das "personificações mais interessantes do que pode e deve ser a comunicação social".
Após salientar a "qualidade evidente e actualidade constante" da escrita do Cón. António Rego, o Bispo do Porto destacou três pontos fundamentais: "espírito, coração e engenho".
"Mesmo quando denuncia, é de amizade que se trata", sublinhou.
Leia mais aqui

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 18 Maio , 2009, 18:01

“DIÁRIO XII”, de Miguel Torga,
em versão integral para telemóvel ou Messenger

São 27.882 palavras, 114.796 caracteres que pretendem provocar a discussão em torno do futuro da Língua Portuguesa, numa época em que os jovens escrevem cada vez mais, mas talvez estejam a escrever cada vez pior

O “Diário XII”, de Miguel Torga, foi integralmente convertido para “linguagem SMS”. A “proeza” tem a autoria de duas alunas da Licenciatura em Comunicação Social do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), de Coimbra. Micaela Andreia Neves e Márcia Arzileiro, entretanto já licenciadas, não chegaram a converter a totalidade da obra, tendo a parte sobrante sido entregue a duas jovens de 14 anos, Mariana Alves e Laura Sobral, ao tempo frequentando o 8.º ano da Escola EB 2 3 Eugénio de Castro.

A conversão foi efectuada da 3.ª edição revista do Diário XII, composto e impresso nas oficinas da Gráfica de Coimbra em Julho de 1986. O Diário XII, com 204 páginas, inclui 251 entradas, de 17 de Maio de 1973 a 22 de Junho de 1977. 46 dessas entradas são constituídas por poemas.A versão em sms compreende 27.882 palavras, 114.796 caracteres (sem espaços), encontrando-se disponível, na íntegra, em http://diarioxii.blogspot.com/

Ao blog continente da versão integral do “Diário XII” em “linguagem SMS”, juntam-se outros três. Em http://torgaemsms.blogspot.com/ disponibilizam-se dezenas de notícias sobre o tema, do mixuguês à taquigrafia, dos etnolets às palavras em vias de extinção.

Por seu turno, o blog “Sítios” (http://mapastorga.blogspot.com/) georeferencia o itinerário do escritor na edição XII do seu “Diário”. São ao todo 62 mapas e fotos, publicação com recurso ao “Google Maps”. Por último, referência para o blog “TORGA EM SMS – OPINIÕES QUE CONTAM” (http://torgaemsms2.blogspot.com/).

A coordenação do projecto solicitou a vários especialistas opinião sobre a iniciativa, pedindo-lhes também que se pronunciem sobre os desafios que se colocam à Língua Portuguesa, tendo por base a generalização da "linguagem SMS" entre os jovens.
Fonte: Informações prestadas por Dinis Alves

Editado por Fernando Martins | Domingo, 07 Dezembro , 2008, 21:09

“O escritor e jornalista António Alçada Baptista morreu hoje aos 81 anos.
António Alçada Baptista nasceu em 1927 na Covilhã. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Alçada Baptista tem uma vasta obra literária publicada. Esteve também ligado ao jornalismo e à edição. Foi ainda cronista.
Identificado por muitos como “o escritor dos afectos” e um defensor da liberdade Alçada Baptista foi um dos fundadores da revista “O tempo e o Modo”, que marcou gerações. Era ainda editor da Moraes Editora.
Alçada Baptista foi condecorado com a Ordem de Santiago, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo pelo Presidente Ramalho Eanes e com a Grã Cruz da Ordem do Infante pelo Presidente Mário Soares.
Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, lembrou, em declarações à TSF, o “homem de causas”: “Foi um homem de causas, dos direitos do homem e da democracia. Mas temo que seja esquecido enquanto escritor para ser lembrado enquanto pessoa”.
O corpo vai ser velado na Igreja das Mercês, em Lisboa, sendo amanhã levado para o Cemitério dos Prazeres.”


Esta foi a notícia que hoje à noite me surpreendeu no PÚBLICO online. Inesperada, como todas as mortes o são, por mais evidentes que elas se tornem, atingiu-me profundamente, como se fosse a morte de um amigo próximo.
Há anos que me habituei a ler Alçada Baptista, à medida que os seus livros foram aparecendo no mercado. Havia no que escrevia um não sei quê que mexia comigo. A serenidade que deixava transparecer no que dizia e escrevia? A familiaridade que me tornava próximo do que contava? Os afectos que se reflectiam no meu espírito? A naturalidade que dele emanava? As causas em que me envolvia? A simplicidade com que escrevia e falava? As reflexões que me suscitou? As estórias que contava como poucos? A sua vastísima cultura? A naturalidade com que aceitava os outros, independentemente das suas opções? Talvez um pouco de tudo isto.
Podia não concordar com tudo o que defendia, podia discordar das suas posições, mas gostava de ler este escritor memorialista que me envolvia na sociedade que ele próprio vivenciou e que o definiu como homem bom, de afectos, de amores, de paixões, de entusiasmos, de projectos, de consensos, de diálogos.
Paz à sua alma.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Domingo, 07 Dezembro , 2008, 11:18

Alice Vieira evocou no Jornal de Notícias um escritor brasileiro que muito a marcou. Diz assim: "Erico Veríssimo foi um dos homens da minha vida. Não houve escritor nenhum que me tivesse influenciado tanto. Acho mesmo que a vontade de escrever, a descoberta da maravilha que era usar as palavras para contar uma história - e, mais do que isso, para transmitir uma emoção - foi com ele que aprendi."
Esta evocação também me trouxe à memória uma entrevista que este escritor, autor de "Olhai os Lírios do Campo", concedeu a Igrejas Caeiro, numa rádio que não posso precisar. À pergunta do entrevistador, sobre qual era o seu livro de mesa-de-cabeceira, Erico Veríssimo respondeu que era a Bíblia.
- É crente? - questionou Igrejas Caeiro.
- Não.
- Como assim?
- É que ainda não encontrei nenhum código de vida superior à Bíblia! - respondeu o escritor.
FM

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 25 Novembro , 2008, 19:14

Eça agHora

Disse João da Ega,
Que não era um primo
A campanhas alegres dado,
Depois que encontrou
Carlos, no avistado arrimo
Do Turf, num Rossio ultrapassado
Pelos anos em que ensonou
Num País de lupanares e calotes,
E de malandros aos magotes,

Num País de corridas falazes
E de vestidos sérios de missa,
Com jornais bafientos
E de artigos rançosos
Lidos por uns tantos rapazes
De futuros pachorrentos
E costumes ociosos:

«-Falhámos na vida, menino!»

E os tempos verbais trocados
Ensinam a História redita,
Desde os serões iluminados
Pelas lições da monarquia,
À juventude nérvea de sabedoria
E impaciência liberal,
Que corre num vai-vem
Num outro aterro irreal
Aquém delirante do trem
Que nem sempre alcançamos.

E assim vai o País de quem promete
Lançar carris em largueza
Para deixar de vez a charrete
E permanecer na certeza
Das falas finais que relembramos:

«-Ainda o apanhamos!»


Hélder Ramos
25.XI.2008
NOTA: A propósito do dia de hoje, aqui segue um poema dedicado a Eça de Queirós, pelo 163º aniversário. É um poema ao estilo parodioso do romancista, inspirado em algumas personagens e obras marcantes do autor.
Hélder Ramos

Editado por Fernando Martins | Domingo, 09 Novembro , 2008, 11:55
Raul Brandão foi para mim o escritor que melhor retratou a Ria de Aveiro e as gentes ribeirinhas, quando por aqui andou em 1922, para depois publicar no seu muito badalado livro “Os pescadores”. Já tenho falado deste escritor e elogiado o que escreveu. Gosto da poesia que brota da sua alma.
Raul Brandão apresenta-se em "Os pescadores" como um tipo "esgalgado e seco, já ruço, que dorme nas eiras ou sonha acordado pelos caminhos". "Sou eu que gesticulo e falo sozinho, envolto na nuvem que me envolve e impregna. Que força me guia e impele até à morte?”
Quando relembra o seu regresso do mar, das muitas viagens que fez, para depois descrever, com arte e poesia, o que viu e sentiu, diz que vem sempre “estonteado e cheio de luz” que o trespassa.
Depois pega nos “apontamentos rápidos”, em “meia dúzia de esboços afinal, que, como certos quadradinhos, do ar livre, são melhores quando ficam por acabar”. E acrescenta com nostalgia de poeta da prosa: “Estas linhas de saudade aquecem-me e reanimam-me nos dias de Inverno friorento. Torno a ver o azul, e chega mais alto até mim o imenso eco prolongado… Basta pegar num velho búzio para perceber distintamente a grande voz do mar. Criou-se com ele e guardou-a para sempre. – Eu também nunca mais o esqueci…”
FM

Editado por Fernando Martins | Domingo, 07 Setembro , 2008, 10:11


Às vezes, dá-me para isto: Mostrar que pela nossa terra passaram grandes vultos, que deixaram marcas disso mesmo. Nem sempre, porém, tenho a disponibilidade para procurar esses registos. Mas os meus amigos podem dar uma ajuda... Fico à espera de textos e fotos.
FM
Mais Eça na Costa Nova. Leia aqui

Editado por Fernando Martins | Sábado, 06 Setembro , 2008, 14:01


Eça de Queiroz passou pela Costa Nova, conforme referiu em alguns escritos. Leia aqui.


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