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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/_edOTyb048mE/StRdfGBCqKI/AAAAAAAAMwI/et7A2rLPdXw/s1600-h/tolentino.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/_edOTyb048mE/StRdfGBCqKI/AAAAAAAAMwI/et7A2rLPdXw/s200/tolentino.jpg" /></a><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="color: red; font-size: large;"><strong>Os «não-praticantes» têm também </strong></span><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="color: red; font-size: large;"><strong>as suas expressões que é preciso reconhecer</strong></span><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><br /><div style="text-align: justify;">A categoria “católico ou cristão não praticante” faz pele de galinha a muita gente que assim reage contra o conformismo dos que receberam uma herança cristã sem nunca verdadeiramente a ter assumido. Engrossam as estatísticas mais genéricas, reconhecem-se num determinado conjunto de referências e partilham até uma esporádica ou difusa atmosfera religiosa, mas afastaram-se de uma integração prática e plena na dinâmica eclesial. Por isso, são olhados, tantas vezes, como um peso-morto que a Igreja tem de carregar e em relação ao qual pouco ou nada pode fazer.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ora, sem simplificar aquilo que é complexo, deve-se dizer, porém, que eles representam também um imenso desafio. Hoje alguns autores da sociologia da religião preferem mesmo utilizar a designação “cristão cultural” para descrever este povo que, talvez de modo apressado, se chamava de “não-praticantes”. Verdadeiramente, os “não-praticantes” têm também as suas expressões que é preciso reconhecer: no seu modo de viver há práticas que persistem e outras que vão sendo transformadas; há um confronto com o Absoluto e um sentido do Transcendente, talvez soletrados com outra dicção, mas não necessariamente despojado de intensidade; há a procura dos valores evangélicos, mesmo quando explicitamente já não tomam o Evangelho como referência… Claro que nem tudo é igual, e há uma explícita maturidade cristã que tem de ser anunciada com desassombro. Mas isso não é incompatível com uma arte do encontro (e do re-encontro) que precisamos todos, praticantes e não-praticantes, de descobrir.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Da passagem recente de Enzo Bianchi entre nós, anotei, por exemplo, estas palavras, que nos obrigam certamente a pensar: «Creio que também há lugar para uma espiritualidade dos agnósticos e dos não-crentes, daqueles que se colocam à procura da verdade porque não se satisfazem com respostas pré-fabricadas e definidas de uma vez para sempre. É uma espiritualidade que se alimenta da experiência da interioridade, da procura de sentido e do sentido dos sentidos, do confronto com a realidade da morte como palavra originária e da experiência do limite; uma espiritualidade que conhece também a importância da solidão, do silêncio e do meditar».<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">José Tolentino Mendonça<br /></div><br />In <a href="http://agencia.ecclesia.pt/">Ecclesia</a>