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Afinal conseguiu-se ligação. E nunca mais esqueço a transmissão de vozes e gestos que se elevaram em tons, ritmos, ritos, cores, evocativos da policromia cultural e religiosa do nosso planeta. E nem por um momento se pareceu com babilónia de religiões ou mistura anódina de credos. Tudo foi cristalinamente iluminado pelo sol poente no Vale da Umbria, com uma espécie de encontro da poeira fina da terra com o sol magnificente, de todos, no poema miraculoso de Assis.
Recordo também 2002, pouco tempo depois do 11 de Setembro, com João Paulo II muito mais envelhecido e doente, e com uma violenta tempestade sobre a celebração de Assis. Wojtila repetiu o gesto, presidindo ao rito comum duma lâmpada de azeite acendida pelo representante de cada Confissão Religiosa.
Em 2007, no Oitavo Centenário da conversão de S. Francisco de Assis, na sequência de João XXIII e João Paulo II, Bento XVI, em peregrinação espiritual lembrou a “intuição profética” de João Paulo II, considerando-a um “momento de graça”. E lançou um apelo veemente: “que cessem todos os conflitos armados que ensanguentam a terra, se calem as armas, e, em todo o mundo, o ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão, a divisão à união”. Puro espírito de Assis.