Homem de temperamento difícil, tão agreste como as penedias do seu Marão, tinha na alma a simplicidade de uma criança e uma ternura ímpar que reflectia em muito do que escrevia, quer em prosa quer em verso.
Não gostava de dar entrevistas nem autógrafos, não gostava de festas sociais nem de grandes convívios, mas gostava de calcorrear as serras do seu Reino Maravilhoso que tanto retratava na sua extensa e diversificada obra.
Coimbra vai abrir hoje a casa em que viveu, durante 40 anos, na cidade dos doutores, nos Olivais, revelando, com ela, algumas facetas da sua riquíssima sensibilidade.
Penso que no futuro e a partir de hoje todos teremos que meter nas nossas agendas este destino, talvez para descobrirmos um pouco mais a alma deste escritor multifacetado.