de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 27 Maio , 2009, 10:39

Risos

É sempre doce a lembrança que me fica
Das brincadeiras puras dessa infância
Que, recordada, assim a tal distância,
Tem um encanto bom que não se explica.

E a vã saudade um templo santifica
Onde guarda, para sempre, a tal fragrância
Que nem o Tempo, com a sua arrogância,
Desvirtua, molesta ou danifica.

Sinto no peito o repicar do sino
De todos os meus risos de menino
Que me invadem o corpo de candura.

Sei bem que nada fiz para o merecer
Mas queria, quando a luz se escurecer,
Por eles ser levado à sepultura.

Domingos Freire Cardoso

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