Painel, lado direito
Espelho de água
Altar com pedra do túmulo de S. Pedro, ao centro
UMA OBRA À MEDIDA DAS NECESSIDADES
Quando entrei na igreja da Santíssima Trindade, fiquei com a sensação de uma grande beleza. Uma beleza sóbria e imponente pelas formas e decorações de enorme riqueza artística. Também de uma beleza que convidava ao silêncio e ao recolhimento. Os meus olhos ficaram fascinados pelo que viram. Arte em todos os pormenores; sem saber que mais admirar. Se a variedade de expressões artísticas, oriundas um pouco de todo o mundo, se a luminosidade serena que tudo envolve, se a ausência de ruídos ou sons do exterior, se a serenidade de quem entra e sai, se a fuga aos estereótipos nos rostos de Cristo e de Nossa Senhora, se o painel atrás do altar, no presbitério, de ouro e terracota, com o título expressivo de “Chamamento Universal da Igreja” .
Depois, o piso inferior, onde sobressaem os painéis de azulejos Siza Vieira, em que o autor procurou representar “A Galilé dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo”. Capelas, salas para encontros, espelhos de água, tudo acoplado a um claustro amplo e bem iluminado.
Era dia de semana, mas a igreja da Santíssima Trindade estava com visitas contínuas, sem possibilidades de ali se desenvolverem actos de culto ou encontros de formação e de espiritualidade. Eu engrossei o número de visitantes na quarta-feira última. Mas estou em crer que, muito em breve, naquele espaço, à sombra da Senhora de Fátima, um fervilhar de actividades dará outra vida ao novo templo e seus anexos. E os que agora criticam o dinheiro que ali se gastou hão-de reconhecer a mais-valia que representa esta obra grandiosa para o século XXI. Uma obra à medida das necessidades espirituais dos católicos do mundo inteiro.
Fernando Martins