de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 28 Março , 2009, 10:53

Vaga a origem, futuro incerto

Ur-Mesopomâmia, talvez a origem...
Talvez a origem dos barcos moliceiros.
Talvez Tartessos dos velhos marinheiros,
Névoas de génese que não me afligem.

Mais me atormenta o porto da viagem,
O passado recente das Gafanhas, Murtosas,
Os painéis e legendas, ingénuos, escabrosas,
Cisnes, pastos bravos, maçaricos, miragens.

O chiste, os pés doridos, a vela, a gaivota,
Moliço, maresia, o lodo e o patacho,
Ancinho na lama mole... Mas eu acho
Que tão vária imagem meus sonhos enxota.

Como a um bando de belos flamingos
Tão leves, esbeltos, talvez comendo crico.
E as viagens-miragens passam e eu fico
A cismar no futuro... desses barcos lindos.

O.L.

Timoneiro, Janeiro de 1989
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Anónimo a 28 de Março de 2009 às 15:05
Parabéns, Oliveiros!
A veia poética que sempre te conheci, aqui está, com toda a garra! Mostra o que tens de bom, de sublime nessa linguagem que usas com toda a mestria. Não escondas o teu lado ascético, que produziu poemas tão belos! Até a prosa que escreves está eivada de poesia. Gosto imenso de te ler!
Continua e não deixes esmorecer o génio que está enclausurado em ti!
Os tempos que passámos em Coimbra deram frutos que estão a amadurecer! Força, sempre!
DA

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