A rua varrida,
A alma banida
De qualquer alento.
No jardim, um rebento,
Uma rosa a abrir,
Os espinhos ao ferir
Um novo tormento.
O trigo abanando
As papoilas ondulando...
As ruas desertas.
Os caminhos de pedras
Calvas, informes, incertas.
As pombas arrulhando
No pombal em frente.
No coração, esta dor
Pesar amargo, permanente
Tão faminto de calor!
Solitário viver
Deste inquieto ser!
A esperança?
Me alimenta
O sonho
Me acalenta!
Mª Donzília Almeida
1970.20 anos