de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 31 Janeiro , 2008, 17:25



O novo poder da Informalidade?

1. A época histórica que vivemos vai-se mostrando já tão diferente do passado recente. Melhor ou menos melhor, isso será outra questão. Em tempos diferentes, não chega, pois, clonar as mesmas respostas do tempo que já lá vai. Pode ser que o conteúdo seja o mesmo e, em última instância, o essencial da VIDA permanece; mas a forma, a roupagem terá de corresponder aos tempos novos da actualidade. O mundo que não nasceu como hoje o vemos, diz-nos que as próprias formas sociais foram, a certa altura, reinventadas a partir de uma nova “informalidade” encontrada.
2. Hoje procuram-se “regulações” para novas realidades até há 10 ou 15 anos inexistentes, como por exemplo todo o mundo da revolução das tecnologias das comunicações ou mesmo nas fronteiras abertas dos países nas novas áreas de comunidade (da Europeia consagrada à africana em formação). Os próprios pesos institucionais de formas cristalizadas no tempo estão a receber o desafio de uma abertura e flexibilidade sem precedentes, o que em última análise pode gerar uma instabilidade de ausência de referências. As instituições basilares da convivência humana família, escola, trabalho, política, vão sentindo esses impactos.
3. Talvez estejamos no “terminar” de um processo histórico dos últimos dois séculos da Razão de Estado. Pensávamos que, com o Estado de Direito e toda a forma de organização social, tudo estava encontrado, mas os impulsos da actual globalização e transnacionalização dos processos vai obrigando a REVER. Nestes processos de revisão ao encontro das pessoas concretas da sua situação e dignidade (o que por vezes as instituições não conseguem), a informalidade parece que vai ganhando o jogo afirmando-se com um potencial redescoberto e obrigando a descer (novamente) a Razão ao encontro da Existência humana.
4. Um autor dos anos 30, Paul Hazard, refere que «outrora, estudava-se muito o século XVII; hoje [em 1934], estuda-se muito o século XVIII». Talvez tenhamos dado prevalência ao institucional em vez da primazia às pessoas... Os tempos actuais são de reencontro com as pessoas, e as instituições que não o conseguirem perdem o significado social. Estará em andamento uma desinstaladora revolução da informalidade? Talvez, não sabemos. Uma coisa é certa, tempos de mudança profundamente complexos. Cada vez mais, e sem alarmes, nada será como dantes. Tudo dependerá dos valores profundos em que alicerçar a vida e a comunidade. Mais importante que nunca! A própria indiferença também é “sinal”…

Alexandre Cruz

paulo pereira a 28 de Novembro de 2009 às 23:06
O texto de Alexandre Cruz me faz refletir sobre a ditadura tão enrraizada da cultura dos porcessos,do planejamento estratégico, dos relatórios de riscos, de impacto ambiental,da gestão de conflitos e todo um palavrório importado do marketing norte-americano. Tudo inútil. Determina-se uma "Missão", os "Objeticvos", os "Valores, etc... e pendura-se na tela de um sítio eletrônico ou na entrada de um restaurante ou uma loja de secos e molhados com o certificado de ISO 9000 (atestado de modernidade) comprado via internet.

Penso que isto é a vanguarda do atraso. Se indagarmos aos gerentes modernos quais são os valores da sua organização eles disparam que são os democráticos, cristãos, e ocidentais! Mas, praticam o vudu, o hare-Krishina, o budismo ligth e "chic" de Holywood, a cientologia, o espiritismo kardecista ou o 'cristianismo' eletrônico dos "bispos" neo-pentecostais que vendem franquias de suas igrejas (lojas de 'fé'). Quase todos, ex-marxistas de salão, na linha da utopia.

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