Dar as mãos aos que chegam e apoiar, com a nossa solidariedade, os que têm de partir, é obrigação de cada um de nós, porque, afinal, ninguém sabe, concretamente, o que o espera um dia.
Já vi chegar até junto de mim as mais diversas pessoas de rostos, culturas e sensibilidade bem diferentes das que presenciei desde a minha infância; também já vi partir conhecidos e amigos que, nem sempre pelo espírito da aventura, experimentaram na alma a obrigação de buscar noutras paragens, de usos e costumes tantas vezes estranhos, o que de essencial lhes faltava na terra natal.
Dos que saíram e nunca mais regressaram, bem como dos que, enraizados noutros ares, com famílias que entretanto foram nascendo e crescendo, por aqui aparecem, de férias, de quando em vez, quero, neste Dia Internacional das Migrações, saudar com uma palavra fraterna e solidária, na esperança de que, onde quer que se encontrem, aqui permanecem as suas raízes, que vamos regando com a nossa amizade.
Fernando Martins