CASA DAS MEMÓRIAS
Sobre o meu corpo, o teu sorriso,
como fonte, como rio, como mar.
Nenhuma palavra diria a corrente,
verso algum cantaria a magia,
sôfrega sede no incêndio a crepitar.
Sobre a minha boca, o teu sorriso,
como música, sino em dia de Jesus Menino,
como cotovia a cantar.
Nenhum gesto dirá a saudade,
poema algum nos levará aos ramos do amor.
Era outono nas noites frias ao luar.
Era verão nos gestos quentes da idade.
O tempo permanece intacto como flor,
artíficio humano em jarra encarnada.
E eu permaneço na casa das memórias,
exígua e rasa.
Turíbia