de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 05 Junho , 2010, 23:36

 

 

José Sócrates garantiu que o Governo vai continuar com o encerramento de escolas para combater o insucesso escolar e considerou que teria sido “criminoso” não ter avançado com o processo.

 

Ora aqui está uma medida acertada e corajosa. Pese embora a impopularidade deste projecto, havemos de compreender que, sob o ponto de vista pedagógico, social e educacional, não faz sentido, em pleno século XXI, haver professores a leccionar quatro anos escolares distintos, em escolas que não reúnem há muito condições ideais para o ensino.

Há que organizar transportes adequados e pôr a funcionar cantinas? Há, sim senhor. Há que preparar escolas com salas de aula bem equipadas e com espaços para educação física e desportos? Há, sim senhor.

Sendo assim, por que razão os pais protestam? Penso que só a ignorância os pode levar a isso. As crianças, isoladas em aldeias perdidas, sem contacto com o mundo real, sem convívio com outros colegas, sem um professor para cada classe, sem usufruírem das vantagens de escolas modernamente montadas para as receber, ficariam com a sua formação básica muito incompleta. Esta é que é a verdade nua e crua. Tudo o mais é demagogia pura e simples e não perceber nada de educação.

 


Editado por Fernando Martins | Sábado, 05 Junho , 2010, 22:22

 

 

A RTP quis ajudar muita gente a viver sem crise. Vai daí, organizou um piquenique no Parque Eduardo VII com o chamariz que está na moda, alienante e sem sentido: a nossa selecção de futebol. Por umas horas, com o aliciante de ver jogadores que estão de partida para o Mundial na África do Sul, a aposta da RTP quis provar que a crise está na cabeça das pessoas.

A festa, que fez deslocar pessoal do país inteiro, segundo ouvi, serviu afinal para, à sombra de sonhos, nos convencermos de que segunda-feira está tudo bem, que não há desempregos, nem impostas a subir, nem custo de vida a aumentar, nem medo do futuro, nem nada. Se assim for, venham mais festas…

 

 

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Editado por Fernando Martins | Sábado, 05 Junho , 2010, 14:46

 

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Amanhã, domingo, vai viver-se, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, o Dia da Igreja Diocesana. O convite veio obviamente do nosso Bispo, D. António Francisco dos Santo, com o objectivo de nos levar a experienciar «a alegria de vivermos em comunhão e de construirmos juntos a Igreja de Cristo».

D. António convoca-nos para a «Festa da Esperança», lembrando a importância «de estarmos juntos» na celebração da Eucaristia  e no convívio, que vai ser animado pelos Arciprestados de Aveiro, Ílhavo, Águeda, Vagos e Albergaria.

A missa presidida pelo nosso Bispo será às 11.30 horas e o concerto pelo padre João Paulo Vaz terá lugar às 17 horas. O nosso Bispo encerrará o Dia da Igreja Diocesana às 18 horas.


Editado por Fernando Martins | Sábado, 05 Junho , 2010, 14:25

 

 

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A Revista ÚNICA do Expresso de hoje é dedicada a África, o terceiro continente mais extenso do planeta e o segundo mais populoso. É também o mais pobre e o mais subdesenvolvido. Os estudiosos destes assuntos, políticos e não só, saberão descortinar as causas. A nós compete denunciar a situação e apoiar iniciativas que levem à erradicação da pobreza e avancem para o desenvolvimento.

Talvez não satisfeito com as denúncias, o Governo de Angola impediu a entrada no país do Expresso, SIC e Visão, Público e Rádio Renascença. Trata-se de uma clara violação da liberdade de expressão, só própria de ditaduras totalitárias.

Na minha actividade jornalística, quer como profissional quer como amador, algumas vezes senti na pele a censura, política e não só. Às vezes por razões simplórias e outras declaradamente por comportamentos ditatoriais, de quem não consegue conviver com a verdade dos demais.

Quando se fala de ditaduras, lembramo-nos logo de regimes políticos, mas a censura vem de todos lados e com todos os ventos, com a economia a comandar as operações. Mas desta poucos falam. Infelizmente.

 

FM

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Editado por Fernando Martins | Sábado, 05 Junho , 2010, 11:16

 

 

 

AO MESMO TEMPO RELIGIOSO E ATEU?

 

 Anselmo Borges

 

Como aqui me refiro por vezes a quem se considera ao mesmo tempo religioso e ateu, gostaria de tentar explicar.

Podemos apresentar exemplos. É sabido que Einstein tinha profunda veneração pela natureza - uma veneração de tipo religioso -, mas não aceitava Deus como pessoal e criador. Ernst Bloch afirmava que onde há esperança há religião. Segundo a sua concepção da matéria, força divina geradora de tudo, pode esperar-se uma salto "sobrenaturante" da natureza, de tal modo que se dê a reconciliação entre a natureza e o homem, que, no limite, se poderia tornar imortal. Mas afirmava-se ateu, porque não aceitava o Deus bíblico, transcendente, pessoal e criador.

Nesta ligação à natureza, força geradora divina impessoal, há traços de religiosidade quase mística, mas, ao mesmo tempo, porque se não acredita no Deus transcendente, pessoal, criador, com quem se tem uma relação pessoal, não se presta culto, não se reza, e, sobretudo, não se espera dele a salvação. Aí está uma religiosidade ateia.

Actualmente, um exemplo desta vivência como ateu e religioso é o filósofo A. Comte-Sponville, que se define como "ateu fiel": "ateu, porque não acredito em nenhum Deus nem em nenhum poder sobrenatural; mas fiel, pois me reconheço numa certa história, numa certa tradição, numa certa comunidade, e especialmente nos valores judeo-cristãos (ou greco-judeo-cristãos) que são os nossos", e que, neste sentido, escreveu a obra L'Esprit de l'athéisme.


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