Margarida Alves, presidente da Assembleia de Freguesia
Uma das minhas paixões
é ser autarca de tão nobre terra
Margarida Alves, bancária, é presidente da Assembleia de Freguesia da Gafanha da Nazaré. Há 20 anos veio da Guarda, onde começou muito jovem a militância política na JSD. E quando chegou à nossa terra, cedo se identificou com as suas gentes.
«Quem vem do interior para o litoral traz normalmente alguns receios, à espera de encontrar realidades muito diferentes». Foi o seu caso. Imaginava que as pessoas por aqui seriam «mais individualistas», mas depois descobriu que não eram.
Entrevista conduzida por Fernando Martins
Quando sentiu gosto pela política?
Desde muito nova. Talvez por ter nascido no ano da revolução. Sempre me habituei a lidar com livros sobre política, o que agradeço a meus Pais, que primaram por me dar uma educação livre e democrática, dando-me abertura para que tomasse as minhas decisões, nomeadamente políticas.
Mas de facto houve um momento marcante na minha infância. Foi no dia 4 de Dezembro de 1980, quando foi anunciado o acidente de Camarate, em que o primeiro-ministro de Portugal, Sá Carneiro, faleceu.
Olhava para minha mãe e as lágrimas corriam-lhe. "Não é possível; isto não nos pode estar a acontecer", dizia ela. E o meu pai, na transmissão do funeral, dizia "Portugal perdeu um grande líder, mas acima de tudo um grande homem." Embora muito jovem foi uma memória que me acompanhou até hoje.