O túmulo do Prior Sardo, primeiro pároco da Gafanha da Nazaré, foi profanado na passada madrugada. Quando me deram a notícia, nem queria acreditar. Julguei até que estavam a brincar comigo, mas não. Era mesmo verdade.
A PJ e a GNR já estão a investigar, no sentido de descobrir os autores de tal ofensa à memória do primeiro gafanhão com curso superior e grande dinamizador da promoção da sua e nossa terra, contribuindo para a sua elevação a freguesia, o que aconteceu em 1910. Faz agora 100 anos.
Vândalos houve sempre. E vamos, infelizmente, continuar com eles no meio de nós. Curioso é, sem dúvida, a premeditação do acto inqualificável. Os covardes não foram profanar um túmulo qualquer, o que seria, da mesma forma, um crime condenável. Os covardes, por razões que se desconhecem, dirigiram-se ao túmulo do gafanhão que mais ficou na memória e na história da nossa terra e da nossa gente.
Os covardes, por iniciativa própria ou comandados a distância, agiram com a ideia firme de ofender a Gafanha da Nazaré e, quiçá, de perturbar as festas do centenário da freguesia, cujo programa vai ser anunciado no próximo dia 28. Se pensaram nisso, estão bem enganados. As festas vão ser uma realidade. E este gesto não deixará de contribuir para que o nosso Prior Sardo seja, ainda mais, recordado e honrado. Os gafanhões saberão, assim, fazer justiça.
Muito estranho é a coincidência da obsessão de alguém contra o Prior Sardo. Há anos, o seu busto, que nos sorria frente à igreja mariz e que ali tinha sido posto pela paróquia, com a ajuda da Junta de Freguesia e do povo, também foi roubado, sem que as autoridades conseguissem descobrir o autor ou autores da façanha.
Fernando Martins