de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 02 Fevereiro , 2010, 20:40


D. António Francisco dos Santos critica o Estado por não apoiar as pequenas e médias empresas (PME) e se esquecer dos jovens que procuram o primeiro emprego na região.

«O Bispo de Aveiro reconhece que a Universidade local está atenta às necessidades da região, mas isso só não chega: “As empresas estão atentas aos jovens que tiram aqui os seus cursos e há novas empresas a fixarem-se aqui. Em todo o caso há situações concretas de jovens que não encontram o primeiro emprego e empresas com dificuldades e acho que o estado devia dar incentivos às empresas e famílias”.
O Bispo de Aveiro elogia a Universidade local, e fica satisfeito que vá acolher um novo curso de Medicina, vocacionado para quem já é licenciado.
D. António Francisco dos Santos não dúvida que será mais uma oportunidade para Aveiro se destacar: “A Universidade de Aveiro tem tido capacidade de ser criativa e está atenta aos desafios de hoje”, afirma.»

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Nota: Texto e foto da RR
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 02 Fevereiro , 2010, 16:41
Carlos Sarabando e Fernando Lages

A população das Gafanhas
tem de olhar mais para a sua banda


Numa terça-feira de Janeiro, com muito frio, à noite, ensaiava no Stella Maris, na Gafanha da Nazaré, o Grupo Coral da Filarmónica Gafanhense, uma instituição mais que centenária. Nasceu em Ílhavo em 1836, mas em 1982 resolveu transferir a sua sede para a Gafanha da Nazaré. Nessa altura mudou de nome, trocando Ilhavense por Gafanhense, já que quase todos os componentes eram gafanhões. Foi uma maneira de evitar a morte que se anunciava, segundo os dirigentes de então.
Homens e mulheres da casa dos 40 anos, em média, sob a batuta da professora de música do Conservatório de Aveiro Cristina Ribau, aqueciam gargantas e afinavam tons, num ambiente alegre e descontraído.
O Grupo, em acentuado crescimento humano e musical, tem participado em concertos, sendo o seu reportório constituído por música variada, não faltando a componente litúrgica. Actua, normalmente, em conjunto com músicos da Filarmónica Gafanhense.


Cristina Ribau

Cristina Ribau aceitou o desafio lançado pelo presidente da instituição, Carlos Sarabando Bola, porque o projecto era e é “interessante”. A maioria dos coralistas não sabe música, mas todos mostram grande determinação, ao aceitarem participar neste desafio. Contudo, “por não saberem música, absorvem com gosto as orientações dadas”, sublinha a professora.
Pessoalmente, Cristina Ribau garante que o interesse manifestado por todo o Coral lhe dá “grande prazer”. Também considera muito importante o apoio momento a momento oferecido pela direcção da Filarmónica.
Participar num coral é garantidamente um bem, porque o trabalho em conjunto é enriquecedor para quem canta, ao mesmo tempo que “estabelece amizades e desenvolve o gosto pela harmonia”, salientou a nossa entrevistada. E não será que a harmonia musical contribui para a harmonia de cada um de nós?
Por outro lado, a “música cultiva a emoção, criando nas pessoas a predisposição para descobrir a riqueza musical que está dentro de cada um de nós”, por vezes de forma escondida, adianta a Cristina.
O Grupo Coral está a apostar em melhorar a “expressão nas suas actuações, avançando com peças de estrutura musical mais elaborada”, frisou. “ E a entrada de jovens para o grupo seria uma mais-valia”, concluiu Cristina Ribau.


Fernando Lages, o maestro titular da Filarmónica Gafanhense, residente na Vila da Feira, é simultaneamente o responsável pelas escolas de música. Porque reconhece que as bandas necessitam de rejuvenescer a cada momento, sabe que as escolas de solfejo e de aprendizagem dos mais diversos instrumentos são o melhor suporte para a formação dos executantes. Graças a isso, a Filarmónica é constituída por 40 músicos, 80 por cento dos quais são jovens. O mais idoso tem 79 anos e o mais novo 11. Este último, que toca clarinete, é músico da banda há cinco anos.
O maestro sabe que nos tempos que correm não é fácil atrair jovens para assumirem compromissos. Os desafios são muitos e variados. Urge, pois, “cultivar na juventude a sensibilidade musical, acompanhá-la continuamente no processo de aprendizagem, apoiá-la e incentivá-la a toda a hora”. Por outro lado, não pode faltar “uma pedagogia de exigência, no sentido de que sejam assíduos às aulas, aos ensaios e às actuações”.
Apesar de todo o esforço dos professores e da direcção, há sempre os que desistem. Normalmente, por razões compreensíveis, nomeadamente, académicas, profissionais e mudança de residência.
Quanto ao reportório, a Filarmónica Gafanhense oferece música para todos os gostos e idades.
Música clássica e ligeira, sempre de qualidade, adequada ao público para quem actua, aos ambientes e situações, tanto em festas como em cerimónias cívicas e religiosas.
Fernando Lages afirma, com convicção, que as Filarmónicas são uma grande escola de música, que não descura o factor social e humano.
O presidente da direcção, Carlos Sarabando, fala com entusiasmo desta colectividade, que é a mais antiga do Concelho de Ílhavo.
Tem um orçamente algo limitado, de cerca de 40 mil euros anuais, sendo certo que o crescimento da Filarmónica, a vários níveis, tem sido contínuo, desejando, contudo, crescer muito mais. Reconhece que a população da terra ainda se não habituou a olhar para a banda com o entusiasmo que gostaria e de que a colectividade precisa, daí a vontade que o anima de provocar um melhor casamento entre o povo das Gafanhas e a sua banda de música. Para este orçamento, a associação conta com o apoio da Câmara Municipal de Ílhavo e da Vista Alegre, mediante acordos de cooperação.
Além da Filarmónica, a instituição tem o Coral, uma Banda Juvenil e uma Orquestra com músicos que também são executantes na banda, movimentando mais de cem pessoas, de ambos os sexos.
A colectividade tem 300 sócios mas as perspectivas apontam para 500 até ao fim do ano. Ainda neste ano do centenário da freguesia da Gafanha da Nazaré vais ser gravado um CD.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 02 Fevereiro , 2010, 16:25

Uma peça de Joan Didion baseada nas suas memórias

«O Ano
do Pensamento Mágico»


“Sentam-se para jantar e a vida como a conhecem termina”. Na noite de 30 de Dezembro de 2003, Joan Didion e o seu marido, John, entram em casa depois de visitar a filha, internada. Joan e John sentam-se para jantar e eis quando, no silêncio que se instala, John morre de ataque cardíaco. Esta história mostra a profundidade que só as grandes relações têm e reflecte sobre a doença e a morte, sobre a probabilidade e o acaso, sobre a saudade e o amor. Uma Produção do Teatro Nacional D. Maria II, com encenação de Diogo Infante.
No sábado, 13 de Fevereiro, pelas 21.30 horas.


Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Fevereiro , 2010, 19:20

Muito mais que cidadania…
Por  Alexandre Cruz



1. Na data histórica de 31 de Janeiro, no Porto, deu-se início às comemorações do Centenário da República Portuguesa. Começaram, neste contexto histórico, a ser partilhadas muitas mensagens repletas de história e muitas entrevistas a personalidades do mundo da política e da cultura. Também aquelas perguntas breves de rua (sobre acontecimentos relacionados com a instauração da república e personalidades situadas nessa época complexa) manifestam grande desconhecimento da nossa história nacional, ou então um enviesamento menos saudável no que à história diz respeito. Um vasto conjunto de “refrães” enaltecedores da ideologia republicana está no ar; aquilo que é uma oportunidade cívica não se pode asfixiar em visões limitadas e circunscritas a ideias fechadas.



2. Um dos traços comuns do lançamento das comemorações é a necessidade de espevitar a intervenção cívica para aquilo que são as realidades e os problemas da sociedade em geral, e o tempo e o modo como a actividade política enobrece o compromisso público e particular com o bem comum. Das palavras mais ditas como apelo é a palavra «cidadania». Indo ao dicionário, cidadania no espírito da república pode-nos orientar mais para a noção de “cidade” que de “humanidade”. Poderíamos dizer, com as devidas limitações de todas as comparações, que a república cidadânica, inspirada na Revolução Francesa (1789), nascendo em contraposição e reacção ao modelo anterior (mais assente no “campo” que na cidade), aponta o caminho da exaltação mais de direitos de cidadania que de direitos humanos.

3. Se a república é o actual modelo de governança, este também precisa – à semelhança de outros modelos ao longo dos tempos – de ser confrontado para se ir purificando. A República nasceu com Platão, a comunidade ideal onde a todos é garantido o essencial; as repúblicas actuais, no “dia seguinte” à sua instauração, precisam de alerta contínuo para não caírem nos males que denunciaram no regime anterior. É bom sentir que só «cidadania» é muito pouco e que o «ser humano» é que é tudo! Ou seja: relativizar a ideologia, ela depende da sua prática.




Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Fevereiro , 2010, 18:54
D. Carlos e D. Luís



Neste dia, em 1908, no Terreiro do Paço, foram assassinados D. Carlos, rei de Portugal, e seu filho primogénito, D. Luís Filipe. Sucedeu a D. Carlos o seu segundo filho, D. Manuel II, último rei do nosso País. Com sangue, deram-se passos decisivos para a República.
Por princípio cristão e humanista, não aceito a pena de morte nem aplaudo assassinos. Houve e há quem o faça. Concordo com as revoluções, pela capacidades que elas têm ou podem ter de repor a justiça, abrindo portas a uma sociedade mais fraterna e mais humana, mas defendo que é possível tudo isso num clima predominantemente pacifista. Gandhi ensinou-nos isso.
Não acredito que possa ser possível, num ambiente democrático, voltar à Monarquia, mas creio que a República ainda não pôs de pé, entre nós, os propalados ideais republicanos, de liberdade, igualdade e fraternidade. Os ideais são inatingíveis, mas torna-se imperioso apostar na aproximação.
A morte de D. Carlos e de seu filho não dignificou a República nascente e penso até que, mais dia menos dia, um novo regime se poderia impor, numa Europa em mudança. Ainda há Monarquias, como toda a gente sabe, curiosamente em países democráticos e progressistas, onde as pessoas vivem em paz, sem guerras mesquinhas, como as que envolvem os Presidentes das Repúblicas. Por mais que se diga que o Presidente o é de todos os concidadãos, a verdade é que tudo serve para denegrir a sua imagem. Vejam os meus amigos o que acontece com o Presidente Cavaco Silva. É sempre preso por ter cão e por não o ter.

Como vivemos numa República, temos de a honrar, honrando os mais altos magistrados da Nação e respectivos símbolos. Contudo, será bom que não esqueçamos que Portugal foi construído, como estado, durante quase oito séculos, por uma Monarquia.

FM

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