de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 05 Fevereiro , 2010, 11:33

Estamos em pleno
Ano Sacerdotal

Por Francisco Melo*


Desde o início temi por esta proposta do Papa e agora confirmo algumas das minhas suspeitas… Pelo que tenho visto e ouvido, suspeito que os resultados deste Ano Sacerdotal não passem de boas intenções, discursos inflamados, preceitos, orientações e propostas subjectivas, sem sujeitos que metam as mãos na massa.
Sem ter pedido, sem contar e sem sentir necessidade parece que me querem impor um “capacete”. Sinto-me simplesmente um objecto, uma espécie de animal em vias de extinção, a quem se responsabiliza por isto e por aquilo que de mal vai acontecendo nas várias comunidades. O padre tem de… o padre deve… o padre precisa de… Toda a gente agora fala do ser padre, do novo rosto do ser padre, da sua formação, da missão do padre, dos padres para este tempo…
Não, obrigado. Agradeço a preocupação, mas NÃO QUERO. Este é o grito que sinto inundar o meu ser no meio de tantas tarefas, amarras, preceitos, formas de estar e projectos a realizar que me querem impor.
Fui padre livremente, sou padre livremente, com um único e simples objectivo: SERVIR. Assumo para isso um caminho: existir como Jesus Cristo.


Sei que sou padre para os outros… mas, faço o que posso, faço o que sei, faço o que me deixam…, sempre sombreado pela minha fragilidade. Mas não me imponham mais tarefas, amarras e fardos. Já há dois mil anos um Homem que muito incomodou falou dos fardos que alguns impõem sobre os outros, mas nem com um só dedo lhes tocam.
Deixem-me respirar, ser livre, ser pessoa, ser padre. Se o meu irmão e irmã forem para mim rostos do amor de Deus, eu serei iluminado e essa luz reflectida em mim será luz para outros.
Obrigado a todos os que, na simplicidade, são cristãos comigo e me ensinam a ser cristão.
Obrigado a todos aqueles que, sem me julgarem, me aceitam no padre que sou sem me imporem fardos pesados que não sou capaz de transportar.
Obrigado a todos os que, para além deste ser padre, conseguem ver o homem, criatura de Deus… Conseguem ver a minha humanidade.
Obrigado a todos os que, sem me imporem preceitos e fardos, me ajudam a ser padre e me fazem sentir feliz nesta missão.

* Prior da Gafanha da Nazaré
 
Nota: Texto Publicado no TIMONEIRO

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 05 Fevereiro , 2010, 11:12

No próximo dia 24 de Fevereiro, quarta-feira, pelas 18 horas, na Casa da Cultura, à Rua Pedro Monteiro, em Coimbra, vai ser lançado um livro de Dinis Alves, "A informação ao serviço da estação". Na contracapa vem um esclarecimento que aqui transcrevo, porque convencido estou de que se trata de um alerta para que os agentes da comunicação social, neste mundo e neste tempo, possam debruçar-se sobre a questão da honestidade profissional, de um serviço que deve apostar sempre numa sociedade melhor, onde não  caibam compadrios e interesses ocultos, em desfavor da verdade. Este é o primeiro dos quatro livros da tese de doutoramento de Dinis Alves.
Sendo o autor, que bem conheço, um homem da comunicação e profundamente metido no meio, o seu trabalho, que ainda não li, revelará, à partida, uma coragem  desusada. Precisamos, de facto, de livros e de gente como Dinis Alves.
FM


“Como eles nos enganam"

«Nas televisões portuguesas pratica-se um jornalismo de guerra sem que seja preciso arriscar repórteres no campo de batalha. A guerra é suja e trava-se entre as estações de televisão.
Promovem-se os produtos da casa, com os telejornais servindo de outdoors para alavancar audiências e desmoralizar o inimigo da frequência ao lado. É publicidade travestida de notícia, com a vantagem de não contar para as quotas.
O cidadão-telespectador perde, mas perde muito mais com outras práticas, muito mais condenáveis também. Há silêncios comprometedores, verdadeiros apagões noticiosos, e há desvirtuações graves merecendo lugar de destaque no pelourinho das falhas deontológicas.
Dinis Manuel Alves passou à lupa centenas de telejornais das TV’s portuguesas, dando conta, neste livro, de autênticas campanhas de manipulação informativa. “A informação ao serviço da estação” talvez se devesse chamar “Como eles nos enganam”.»


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