de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Fevereiro , 2010, 19:20

Muito mais que cidadania…
Por  Alexandre Cruz



1. Na data histórica de 31 de Janeiro, no Porto, deu-se início às comemorações do Centenário da República Portuguesa. Começaram, neste contexto histórico, a ser partilhadas muitas mensagens repletas de história e muitas entrevistas a personalidades do mundo da política e da cultura. Também aquelas perguntas breves de rua (sobre acontecimentos relacionados com a instauração da república e personalidades situadas nessa época complexa) manifestam grande desconhecimento da nossa história nacional, ou então um enviesamento menos saudável no que à história diz respeito. Um vasto conjunto de “refrães” enaltecedores da ideologia republicana está no ar; aquilo que é uma oportunidade cívica não se pode asfixiar em visões limitadas e circunscritas a ideias fechadas.



2. Um dos traços comuns do lançamento das comemorações é a necessidade de espevitar a intervenção cívica para aquilo que são as realidades e os problemas da sociedade em geral, e o tempo e o modo como a actividade política enobrece o compromisso público e particular com o bem comum. Das palavras mais ditas como apelo é a palavra «cidadania». Indo ao dicionário, cidadania no espírito da república pode-nos orientar mais para a noção de “cidade” que de “humanidade”. Poderíamos dizer, com as devidas limitações de todas as comparações, que a república cidadânica, inspirada na Revolução Francesa (1789), nascendo em contraposição e reacção ao modelo anterior (mais assente no “campo” que na cidade), aponta o caminho da exaltação mais de direitos de cidadania que de direitos humanos.

3. Se a república é o actual modelo de governança, este também precisa – à semelhança de outros modelos ao longo dos tempos – de ser confrontado para se ir purificando. A República nasceu com Platão, a comunidade ideal onde a todos é garantido o essencial; as repúblicas actuais, no “dia seguinte” à sua instauração, precisam de alerta contínuo para não caírem nos males que denunciaram no regime anterior. É bom sentir que só «cidadania» é muito pouco e que o «ser humano» é que é tudo! Ou seja: relativizar a ideologia, ela depende da sua prática.




Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Fevereiro , 2010, 18:54
D. Carlos e D. Luís



Neste dia, em 1908, no Terreiro do Paço, foram assassinados D. Carlos, rei de Portugal, e seu filho primogénito, D. Luís Filipe. Sucedeu a D. Carlos o seu segundo filho, D. Manuel II, último rei do nosso País. Com sangue, deram-se passos decisivos para a República.
Por princípio cristão e humanista, não aceito a pena de morte nem aplaudo assassinos. Houve e há quem o faça. Concordo com as revoluções, pela capacidades que elas têm ou podem ter de repor a justiça, abrindo portas a uma sociedade mais fraterna e mais humana, mas defendo que é possível tudo isso num clima predominantemente pacifista. Gandhi ensinou-nos isso.
Não acredito que possa ser possível, num ambiente democrático, voltar à Monarquia, mas creio que a República ainda não pôs de pé, entre nós, os propalados ideais republicanos, de liberdade, igualdade e fraternidade. Os ideais são inatingíveis, mas torna-se imperioso apostar na aproximação.
A morte de D. Carlos e de seu filho não dignificou a República nascente e penso até que, mais dia menos dia, um novo regime se poderia impor, numa Europa em mudança. Ainda há Monarquias, como toda a gente sabe, curiosamente em países democráticos e progressistas, onde as pessoas vivem em paz, sem guerras mesquinhas, como as que envolvem os Presidentes das Repúblicas. Por mais que se diga que o Presidente o é de todos os concidadãos, a verdade é que tudo serve para denegrir a sua imagem. Vejam os meus amigos o que acontece com o Presidente Cavaco Silva. É sempre preso por ter cão e por não o ter.

Como vivemos numa República, temos de a honrar, honrando os mais altos magistrados da Nação e respectivos símbolos. Contudo, será bom que não esqueçamos que Portugal foi construído, como estado, durante quase oito séculos, por uma Monarquia.

FM

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