de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 18 Janeiro , 2010, 23:37


Haiti, os milagres da tragédia

1. O Haiti é o novo centro do mundo. Desde o dia em que a terra tremeu (12 de Janeiro 2010) uma multiplicidade de acções vai-se estendendo pelo mundo inteiro no sentido da necessária ajuda ao povo haitiano. As contagens revelam o lado frio do acontecimento (cerca de 200 mil mortos?), mas o acontecimento trágico, tal como a dor e o sentimento, é sempre individual. Existem as descrições horrendas características do pior que a desumanidade pode sofrer, mas existem histórias de milagres de algumas vidas salvas em plena tragédia. As desgraças trazem consigo sempre também o lado do surpreendente e da valorização de cada vida salva, de cada gesto solidário, de cada momento bom.

Alexandre Cruz



2. Como em outros acontecimentos de tragédias naturais de anos recentes, a par de uma onda solidária que cresce, também a cada dia que passa nestes primeiros tempos amplia-se o caos e mesmo a insegurança onde todos lutam pela sobrevivência, denotando-se que é nesta hora da verdade que as instituições e organizações conseguem no meio de tudo gerir o caótico, porque o futuro quer recomeçar em cada gesto. Dos 80% das construções destruídas da capital Porto Príncipe, que levaram consigo uma multidão de gente, ficam sempre lições de que os males que acontecem aos que partem podem gerar novas aproximações entre os vivos, no sentido do clarividente e sábio discernimento entre o que é efectivamente o essencial da vida.

3. As Nações Unidas consideram que este sismo é o pior desastre enfrentado pela organização e o presidente Obama vem dizer que «o povo haitiano não seria esquecido», orientando o pensamento no sentido da comunidade internacional ser capaz de reflectir sobre a «responsabilidade dos países que exploraram e abandonaram o Haiti». Como dizia Einstein, nas grandes crises vêm as grandes afirmações que sintetizam tudo. O Haiti existe em tantos povos do planeta onde se espera que não exista a tragédia para vir o ansiado milagre da autêntica e contínua solidariedade.


Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 18 Janeiro , 2010, 16:05
Sobre os primórdios da península da Gafanha, leia aqui.
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 18 Janeiro , 2010, 15:54



PORTUGAL NÃO A SOUBE OUVIR E SEGUIR

Se fosse viva, Maria de Lourdes Pintasilgo faria hoje 80 anos. Nasceu em Abrantes a 18 de Janeiro de 1930 e faleceu, em Lisboa, a 10 de Julho de 2004. Foi a única mulher portuguesa a ocupar o lugar de primeiro-ministro, no pós-25 de Abril. Militante católica, assumiu na vida a aposta numa nova ordem social. Fundou, em Portugal, o Movimento Graal e dirigiu diversas instituições de vocação social e política.
Esta evocação, sucinta, pretende apenas lembrar uma mulher superior, com larga projecção internacional. Em Portugal não havia espaço nem lugar onde pudesse dar largas aos seus projectos de mais cultura e mais justiça social, alicerçadas na Doutrina Social da Igreja. A própria Igreja, aliás, também não soube aproveitar, entre nós, a força do seu carácter, a ambição do mundo melhor que ela desejava, o testemunho de um catolicismo responsável e coerente. Portugal não a soube ouvir e seguir. No estrangeiro foi ouvida e respeitada.

FM


Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 18 Janeiro , 2010, 12:40




"Manual de Civilidade e Etiqueta" é uma edição de 1914, da responsabilidade do Editor - Arnaldo Bordalo, de Lisboa. Trata-se de «Regras indispensaveis para se frequentar a boa sociedade», coligidas por Beatriz Nazareth. É curioso como um livro destes nos pode dar um retrato de uma época, onde as classes chamadas mais altas, no conceito de pirâmide social, decerto estariam em contraste flagrante com a pobreza maioritária do grosso da sociedade.
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 18 Janeiro , 2010, 10:34

Bento XVI com o rabi Ricardo di Segni, AFP PHOTO / Filippo MONTEFORTE


Bento XVI fala de acção "discreta" durante a II Guerra, judeus pedem arquivos abertos

O Papa Bento XVI foi ontem visitar a Sinagoga de Roma - o que aconteceu pela primeira vez. Mas quem esteve presente, nos discursos dos judeus que o acolheram e no discurso que dirigiu à comunidade judaica da cidade, foi o Papa Pio XII, que liderou a Igreja Católica durante a II Guerra Mundial.

Durante a cerimónia, o presidente da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Pacifici, pediu ao Papa a abertura dos arquivos do Vaticano respeitantes ao pontificado de Pio XII (1939-1958). "Enquanto esperamos um julgamento partilhado, desejamos, com o maior respeito, que os historiadores tenham acesso aos arquivos do Vaticano sobre este período e todos os acontecimentos" ligados à Alemanha nazi, afirmou.

António Marujo



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