de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 15 Janeiro , 2010, 21:00
Li no blogue Notas de Aveiro uma reflexão que dá para pensar. A decadência do jornalismo em Aveiro é, de facto, notória. E se reconhecermos que Aveiro tem fama e algum proveito de cidade em fase de progresso, temos de admitir que algo vai mal. O  João Oliveira promete que vai voltar ao assunto, decerto para nos ajudar a descobrir o porquê de tudo isto. Eu, que já deixes as correrias jornalísticas há muito, fico a aguardar as causas desta decadência. Ideias? Para já não tenho... Nem sequer sei por onde pegar no tema.


FM

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 15 Janeiro , 2010, 17:30

Ricardo Araújo Pereira



“O ateísmo tem sido, para mim e para tantos outros incréus, a luz que me tem conduzido na vida. Às vezes fraquejo, em momentos de obscuridade e de dúvida, mas, mesmo não sendo capaz de provar a inexistência de Deus, tenho conseguido manter a fé – uma fé íntima fundada numa peregrinação que tem a grandeza e a humildade da longa caminhada da vida – em que Ele não exista”. Fiquei a pensar nestas palavras de Ricardo Araújo Pereira, lidas na Visão de 31/12/2009 (intitulavam-se “Paz e amor para todos menos para mim”), onde ele descosia, com cordialidade e combate, a homilia de Natal do Patriarca. À irresistível trepidação hilariante, que pontua a construção dos seus textos, junta-se aquilo que mostra, talvez ainda melhor, como Ricardo Araújo Pereira é simplesmente um grande escritor: o modo como se expõe e nos expõe, numa archeologia ad usum animae.


O pretexto de que parte é que “D. José Policarpo [na dita homilia de Natal] saudou os judeus e todos os que acreditam num Deus único – mas, ostensivamente, não me saudou a mim, que sou ateu”. Não se intenta propriamente uma animosidade com o Cardeal, cujo magistério, diga-se, se destaca no diálogo inteligente e sempre buscado com os não-crentes (recorde-se o livro de cartas trocadas com Eduardo Prado Coelho). O ponto, se entendi bem, é a solidão e a dor por não-crer, absolutamente reversíveis (e era isto que queria dizer a Ricardo Araújo Pereira) com a solidão e a dor de crer. Crer também é difícil. Os crentes, colocados perante o indecifrável alfabeto de Deus, dizem como Job: «chamo por Ti e não me respondes». Desde Abraão, Moisés, David, Coeleth, a Bíblia parece mais uma conferência de existencialistas incorrigíveis do que um grémio de convictos vendedores de seguros. Um cristão, por ter ouvido a prece de Jesus na Cruz (“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste”), sabe-se chamado, sem facilitações nem ilusões, a viver a paixão do encontro com Deus na fragilidade e no abandono. O problema não é, portanto, a ausência de Deus (pois ela, encarada pela positiva ou pela negativa, nos veste a todos). O problema é aquilo que o filósofo Martin Heidegger assinala: «a verdadeira pobreza do mundo é não sentir a ausência de Deus como ausência».

José Tolentino Mendonça

In SNPC
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Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 15 Janeiro , 2010, 16:28
Fátima Campos Ferreira, Isabel Jonet e Marcelo Rebelo de Sousa analisam Igreja e sacerdotes no Congresso Internacional «À Escuta da Palavra»



A visão que a sociedade tem do padre nos dias de hoje foi esta tarde analisada por três personalidades do campo social português. Num debate moderado pelo Cónego João Aguiar, presidência do conselho de gerência do grupo Rádio Renascença, o Congresso Internacional «À Escuta da Palavra» contou com a análise de uma jornalista, uma economista e um professor universitário sobre a realidade mediática e a posição que a Igreja e o sacerdote assumem na sociedade.

Ler aqui



Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 15 Janeiro , 2010, 16:05
O Bota-abaixo da Nau Portugal, na Gafanha da Nazaré, em 1940, ficou na memória de imensa gente. Pode recordar esse acontecimento aqui. 

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