de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 23 Dezembro , 2009, 20:17


Deixar Acontecer Natal


1. O Natal representa talvez dos maiores pontos de convergência no mundo actual. São raros os acontecimentos que conseguem uma unidade tão explícita em torno de um essencial objectivo comum. Embora havendo diferentes interpretações, até em termos de calendário e a que se podem juntar mesmo as dúvidas exegéticas sobre a data e o local do Natal original, a verdade é que cada ano este acontecimento consegue congregar e motivar para valores e sentidos de confiança e vida renovados. Não vale a pena salientar os excessos da quadra, pois esses acabam por ser um crescendo desmedido que se foi multiplicando ao longo dos séculos e das últimas décadas.


2. Ao passar os olhos pela arte ocidental, pela história da música, pela literatura poética, todas as artes foram brindando o primeiro Natal, como um acontecimento inédito e intemporal. Dar razões e raízes ao Natal é tarefa que cabe a quem compreende o sentido e a alma de dignidade que está presente no (re)nascimento de Belém. Deixemos acontecer o espírito de Natal, daquele universalismo acolhedor, luminoso, puro, sadio, saudável em que nos lembramos mais da noção solidária que deve habitar cada presépio do coração humano, multiplicando-se para cada dia.

3. Os tempos que correm precisam mesmo do que o Natal significa. Não propriamente toda a força publicitária que mantém a quadra viva (e em que neste aspecto o Natal não está em perigo, pois cada ano o marketing lança-se mais cedo). Mas aquela alma viva e sempre nova do Natal, que alia a memória do passado de cada um de nós ao nosso presente e nos projecta no melhor futuro possível. O Natal silenciou a utopia da dignidade humana ser divina; é divina, inultrapassável! O acontecimento do exemplar nascimento de Deus Menino, acontecimento teológico, revela-se perturbador mas restaurador definitivo da nossa condição humana. Na gruta de Belém ou no estábulo, a irreverência da simplicidade deixa-nos a pensar e quer-nos transformar! Mas para tal é urgente não perder a memória de razão e proximidade do único Natal de todos os tempos!

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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 23 Dezembro , 2009, 17:35
Dramatização do Governo e ataques a Cavaco põem bancada do PS em risco de cisão. Políticas destas não interessam a ninguém. Muito menos a um País em crise.


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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 23 Dezembro , 2009, 14:21




Natal da Esperança





1.Disposição do espírito que induz a esperar
que uma coisa se há-de realizar ou suceder.
2. Expectativa.
3. Coisa que se espera.
4. Confiança.
5. Relig. Uma das virtudes teologais.

Dos dicionários

1. Para os cristãos, a esperança é mola real da fé, que Deus não deixará de oferecer aos homens e mulheres de boa vontade. Predispondo-se a recebê-la, cada um dos que buscam o Todo-Poderoso precisa de cultivar o dom da espera, que também é, ano após ano repetido por esta altura, uma excelente ocasião que a Igreja nos proporciona para revivermos a esperança alguma vez já experienciada. Daí a beleza da quadra natalícia que atravessamos e que nos faz sentir que a meta esperada está à porta do presépio de Belém, onde a humildade humanizada nos aproxima indelevelmente uns dos outros.
A esperança, a tal disposição do espírito que nos induz a esperar que uma coisa se há-de realizar ou suceder, não é atitude espontânea e passiva. Muito menos inata. Ela precisa de ser aprendida e cultivada, educada e alimentada, para se tornar paciente e consciente de que Aquele que há-de vir se sinta bem em nós e connosco, alargando-se ao mundo inteiro, como reflexo da Estrela de Belém que a todos ilumina e aquece.




2. A expectativa de quem sonha um mundo novo, assente n’Aquele que é Caminho, Verdade e Vida, pode gerar a alegria que só nos enriquece. O saber que Jesus Cristo vem a caminho e ao nosso encontro, para secar lágrimas, acalentar sonhos de paz e ensinar fraternidade, mais valorizará a expectativa que nos envolve e nos entusiasma neste Advento de 2009.Tanto mais, quanto é certo que o mundo perdeu o Norte da justiça e teima em não encontrar caminhos de paz e de amor solidário, onde todos os filhos de Deus se comportem como tal, não havendo lugar para a mentira e para a morte de projectos de vida.
A expectativa que nos anima, que é certeza da alegria que vem com hinos de glória ao Deus-Menino, dá-nos vitalidade e coragem para lutar, com as armas da bondade e da compaixão, pelo Reino de Deus que pode estar, se quisermos, ao alcance de toda a gente que labuta na terra que nasceu a partir do paraíso.

3. A coisa que vivamente esperamos não é objecto que se use e deite fora, mas é Pessoa Divina, que perdura para além do tempo e do espaço. É Redentor de todos os homens, dando-lhes capacidade de multiplicação, de construção de uma nova humanidade. Mas ainda inteligência para penetrar nos segredos das ciências e do universo, vencendo barreiras até há pouco inultrapassáveis, perspectivando-se largas hipóteses de se atingirem metas nunca dantes imaginadas e de projectos impossíveis de conceber.
A Pessoa Divina, que há mais de dois mil anos se fez homem num ambiente tão humilde, ensinou-nos que a grandeza da pessoa não está no seu poder económico, político ou social, mas tão-só na sua capacidade e coragem para amar os feridos da vida, os excluídos por uma sociedade tantas vezes sem rosto nem alma.

4. A confiança, outro nome da esperança, tem de ocupar um lugar certo no coração dos homens e mulheres do nosso tempo. Confiança nos que nos rodeiam e connosco seguem os trilhos da vida. Confiança nas verdades que nos revelaram e que nos conduzem ao seio de Deus. Confiança nas palavras honradas dos que nos educaram e nos ensinaram que a verdade liberta. Confiança na ternura das crianças que ajudamos a caminhar nas estradas do bem e do belo. Confiança nos que pregam o respeito pela natureza e em todos os que os seguem. Confiança nas promessas da Igreja que nos acolhe. Confiança na vinda de Cristo, com toda a sua glória.

5. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “Quando Deus Se revela e chama o homem, este não pode responder plenamente ao amor divino por suas próprias forças. Deve esperar que Deus lhe dará a capacidade de, por sua vez, O amar e de agir de acordo com os mandamentos da caridade. A esperança é a expectativa confiante da bênção divina e da visão beatífica de Deus; é também o receio de ofender o amor de Deus e de provocar o castigo”.
A expectativa confiante da visão beatífica de Deus conduz-nos, por ofertas pedagógicas da Igreja, Mãe e Mestra, repetidas constantemente, a vivências enriquecedoras que nos abrem à aceitação da verdade plena. O Deus-Menino está a chegar ao estábulo de Belém para entrar no mundo. Importa que entre também no nosso coração. A visão beatífica de Deus começa aí.

Fernando Martins
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 23 Dezembro , 2009, 13:12

O meu Menino Jesus

Foram inúmeros os votos de Boas Festas que recebi, e decerto ainda receberei por estes dias, por variadas formas: cartões, telefonemas, SMS, e.mails e pessoalmente, que agradeço, por este meio, na impossibilidade de a todos me dirigir individualmente.

Formulo votos, então, de Santo Natal e de Feliz Ano de 2010. Que a ternura do meu Menino Jesus se aconchegue na ternura do coração dos meus leitores e amigos, como sinal indelével de que haveremos de construir um mundo muito melhor.


Fernando Martins
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