de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 31 Dezembro , 2009, 16:32




No cimo do meu blogue, em destaque, está uma frase interessante que veio num e-email de um fiel leitor e amigo. Dá, julgo eu, para pensar.
De facto, está em nós a resposta para muitos problemas de que nos queixamos no dia-a-dia. Será que somos, nós, os portugueses, pessimistas? Talvez. Pessimistas e habituados a protestar por tudo e por nada. A culpa dos males que nos afligem é normalmente dos outros. E para descarregarmos as nossas raivas, privilegiamos o Estado. O causador dos ancestrais atrasos em que estamos mergulhados, dizem. Mas, se pensarmos bem, até nem estamos.
Eu sei que dez por cento dos portugueses passam fome. Outros dez por cento estão no limiar da pobreza. E os restantes 80 por cento?
As notícias alusivas à passagem do ano dizem que os hotéis e os grandes centros turísticos estão cheios. Cheira-me a festa por todos os lados e não há casa mais ou menos remediada que não tenha hoje mesa farta para festejar a entrada no ano 2010.
Será uma forma de esquecer tristezas? Se calhar é isso. Mas no dia 2 de Janeiro, como manda a nossa tradição, depois da digestão bem feita, lá voltaremos às nossas queixas e protestos. Até à entrada do ano 2011.
Boas festas para todos.

Fernando Martins

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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 30 Dezembro , 2009, 11:59




A epopeia da Pesca do Bacalhau
 não desmerece nada dos Descobrimentos


Valdemar Aveiro, 75 anos, capitão da Pesca do Bacalhau, acaba de reeditar “80 Graus Norte – recordações da Pesca do bacalhau”, agora em formato clássico, com a chancela da Editorial Futura. Para além de capitão, “foi um grande pescador e um grande homem”, no dizer de um seu tripulante, que recordou, com emoção, conversas muito próximas com o seu amigo comandante, olhando o mar onde procuravam o fiel amigo com entusiasmo nunca regateado.
Tendo Aveiro por apelido familiar, nasceu em Ílhavo, mas habituou-se a conviver com gafanhões desde menino, com sete anos, quando acompanhava sua mãe, vendedeira, por terras da Gafanha. Depois casou na Gafanha da Nazaré e está na história da Pesca do Bacalhau à linha, e não só.
O seu gosto pela escrita remonta à sua juventude, quando os amigos lhe pediam que escrevesse cartas de amor para as suas namoradas. Contudo, nunca se arriscou a escrever ficção, porque a arte de criar personagens, como fazem os ficcionistas, não lhe está no sangue. Mas escrever e falar sobre a epopeia da Pesca do Bacalhau, “que não desmerece nada dos Descobrimentos”, é com ele. Para breve haverá um novo livro, onde recordará empresas, empresários, gente da nossa terra. Não se considera escritor, mas “um contador de histórias”.



Miguel Veiga com Valdemar Aveiro, no lançamento do mais recente livro


O seu entusiasmo pelas recordações de tudo quanto envolve a saga dos bacalhaus é paralelo à necessidade que sente pela preservação da nossa identidade, indissoluvelmente ligada ao mar, desde tempos anteriores à nossa nacionalidade.


Valdemar Aveiro garante que a Pesca do Bacalhau, entre nós, “tem exactamente a idade da nacionalidade; iniciou-se no dia em que Portugal começou como nação; os povos que passariam a ser portugueses já pescavam bacalhau nos séculos X e XI”. Por isso, lembra o nosso entrevistado, “é um erro dizer-se que Portugal só se voltou para a pesca do bacalhau no século XV”.
“Toda a minha vida li muito, sobretudo romances históricos, entre outras literaturas, e essa paixão pela leitura levou-me a procurar, com avidez, escritores portugueses, alemães, ingleses e até suecos, entre outros”, referiu o Capitão Valdemar. E acrescenta: “De todos colhi ensinamentos; não ia propriamente à procura deles, mas quando surgiam, interiorizava-os, utilizando-os quando escrevia os meus livros.” O gosto pela leitura terá afugentado o cigarro, porque nunca fumou, “o que é raro, entre os homens do mar”, frisa o nosso interlocutor.
Entretanto, lembra que somos os maiores consumidores do mundo de bacalhau seco, “talvez por tradição”, e lamenta o abate da nossa frota, imposta pela UE. Sublinha com mágoa que, em seu entender, “jamais será possível retornar à Pesca do Bacalhau, com a força com que dantes o fizemos”.
Considera que os nossos pescadores e outros profissionais do mar, que sofreram as consequências do abate de tantos navios, “tiveram grande capacidade para se adaptarem a novas actividades”.
Valdemar Aveiro diz que Portugal foi o último país do mundo a abandonar à pesca à linha, nos dóris, “por mentalidade dos nossos governantes e porque tínhamos mão-de-obra barata”. Porém, havia ainda a tradição e a questão cultural: “Os pescadores reviam-se nas histórias que ouviam dos seus pais e avós e alimentavam o sentido heróico que nos está no sangue”, explica.
Quando evoca os pescadores que mais de perto com ele conviveram, nos mares gelados da Gronelândia e da Terra Nova, e que o marcaram para a vida, o seu rosto como que se ilumina. E falou do seu primo Necas da Pardala, de Ílhavo, “o maior pescador de bacalhau de todos os tempos”, e dos gafanhões Alexandre da Barra, Aristides Nunes e dos Palões, “todos pescadores notáveis”, sintetiza.

Fernando Martins


Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 30 Dezembro , 2009, 11:46



Não há ninguém dispensado
deste esforço de combate à pobreza e à exclusão

 
Portugal vai gastar em 2010 mais de 700 mil euros para colocar o tema da pobreza na ordem do dia e mobilizar a sociedade civil para o seu combate. Em entrevista à agência Lusa, a dois dias do arranque do Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social, o responsável pelo grupo de trabalho em Portugal, Edmundo Martinho, explicou, em traços gerais, os objectivos da iniciativa europeia. "Não se pretende que no final de 2010 não haja pobreza em Portugal, mas que tenha havido impactos muito fortes e que todos nós compreendamos que não há ninguém dispensado deste esforço de combate à pobreza e à exclusão", resume.
 
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 30 Dezembro , 2009, 11:21


Os votos do Museu da Cidade de Aveiro para 2010 vieram com esta imagem, que partilho com os meus leitores. A arte fica sempre bem em qualquer sítio. Como aqui, no meu blogue. De mesmo modo, agradeço ao Museu da Cidade de Aveiro, que visitei tantas vezes em 2009, os votos que me remeteu, ao mesmo tempo que desejo a todos os amigos um ano de 2010 cheio de paz.


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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 30 Dezembro , 2009, 11:07

Jovens em dia de festa

Vidas alegres e felizes

O Movimento Apostólico de Schoenstatt da Diocese de Aveiro também tem o seu blogue, que aposta em manter uma actualização constante. Ainda bem. Assim, quem quiser saber o que se projecta e faz ao nível dos diversos sectores schoenstattianos só tem que clicar no sítio certo em que ele mora. Jovens de todas as idades, menos jovens com a força dos mais novos, espiritualidade quanto baste para vidas coerentes e sadias, alegres e felizes, de tudo um pouco por ali se respira, à sombra do Santuário que tem Nossa Senhora por Rainha e o Padre Kentenich por conselheiro oportuno e actual. Vejam aqui.

FM

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 30 Dezembro , 2009, 10:56


Irreverentes, escandalosos e irónicos,
desorganizados e profundos


“Ternos e irreverentes, escandalosos e irónicos, desorganizados e profundos, filosóficos e com traços até teológicos, síntese louca da cultura pop e da apática e niilista «middle class» americana”: eis os Simpsons segundo o L’Osservatore Romano, que evocou o vigésimo aniversário da série de desenhos animados concebida pelo norte-americano Matt Groening.

O jornal do Vaticano recorda que a família da cidade de Springfield ganhou 23 Emmys. Em 1999, a revista «Time» definiu-a como a “melhor série televisiva do século” e, nessa mesma edição, Bart fez parte da lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, no 46.º posto. No ano seguinte, conquistavam uma estrela na «Hollywood Walk of Fame».

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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 28 Dezembro , 2009, 12:50

Cena de o Presépio (Foto do meu arquivo)

Com os meus votos de Bom Ano

Depois do Natal, as gentes das Gafanhas começam a preparar, com mais intensidade, os Cortejos dos Reis. Tradição antiga que se mantém actual, apesar das solicitações hodiernas desafiadoras de outros interesses. O porquê de tudo isto não terá explicação fácil. A verdade é que, ano a ano, o povo sabe que tem de entrar nesta festa, acompanhando os Magos, sem camelos que os transportem mas com cavalos, que procuram o encontro com o Menino-Deus.
Há autos que recordam cenas bíblicas, cânticos a condizer com a quadra e presentes para o Menino. Só que, o Menino, desde que nasceu, nos ensinou generosidade e desprendimento dos bens terrenos, deixando tudo o que Lhe dão para as comunidades paroquiail que O adoram.
Esperando que os povos das Gafanhas se empenhem, como sempre o fizeram,  para que a festa seja o mais participada possível, aqui deixo os meus votos de Bom Ano Novo.

FM


Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 28 Dezembro , 2009, 12:31

UA - Painel de Zé Penicheiro


Uma equipa de docentes e investigadores do Departamento de Biologia da UA e do Centro de Estudos do Ambiente do Mar (CESAM) – laboratório associado – participa, com especialistas de outras unidades de investigação, no projecto que tem como objectivo avaliar o estado/potencial ecológico de todas as massas de água costeiras e de transição do país. Neste projecto, coordenado pelo Instituto da Água, I.P. (INAG), os peritos da UA têm a seu cargo a amostragem e análise do fitoplâncton, das populações piscícolas e dos invertebrados bentónicos.

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Editado por Fernando Martins | Domingo, 27 Dezembro , 2009, 23:07


(Clique na imagem para ampliar)

Editado por Fernando Martins | Domingo, 27 Dezembro , 2009, 18:10

Jardim Oudinot

Em primeiro lugar, boa tarde


Depois, como já disse, que o seu (nosso) natal tenha sido efectivamente como o descreveu.
A seguir, é para lhe dizer que, como de costume, as suas intervenções, oportunas e fundamentadas, são mesmo formidáveis.
Estou de acordo com o que disse àcerca da ria, principalmente para os «gafanhões».
Eu sou do tempo em que ia à praia (algumas vezes ia daqui, de Valongo, de bicicleta) pela ponte de madeira e essa descrição do local do campo de futebol, parece que ainda o estou a ver, pois tenho a impressão que era perto do forte, onde está o «velho» farol.





Jardim Oudinot


É que além de muitas outras coisas, fiz parte do executivo da Associação Desportiva Valonguense e cheguei a ir a esse campo ver o futebol.
Isto era quando andava «muito doente». Curei-me, graças a Deus.
Por último e principalmente, a propósito do Jardim Oudinot. Confesso que não o conheço!
E depois, quando for grande e tiver uma máquina fotográfica como a sua, vou aí tirar umas fotos.
Que são excelentes, como as da Figueira!!!!!!!
Peço desculpa pelo desabafo, mas sou assim. O que é que hei-de fazer?
Um abraço e desejo de muita saúde e votos de melhor ano que o que está a terminar.


J. M. Ferreira
 
 

Jardim Oudinot

NOTA: Cometi um pecadito, ao publicar sem sua autorização o e.mail que me enviou, mas espero que me perdoe. Era para lhe pedir a absolvição, mas o meu amigo não tem poder para isso. De qualquer forma, o pecadito serve para partilharmos sentimentos. E como a amizade é dos dos tais que valem muito...
O problema maior é o pecado grave que me confessou... Então desconhece o Jardim Oudinot, a grande e bela sala de visitas do concelho de Ílhavo, que a Gafanha da Nazaré recebeu, porque a mereceu,  com tanto carinho? Esse, sim, é que é um pecado pesado, que nem sei como hei-de perdoar-lhe! Como, porém, tenho por hábito perdoar, sobretudo quando aceito razões para a falta, vou conceder-lhe o perdão, se assumir como penitência a divulgação pública da promessa de uma visita ao Jardim Oudinot, logo que lhe seja possível! Se não vier, a penitência terá de ser mais pesada!
 
Um abraço, com votos do melhor ano da sua vida, esse que aí vem com o nome de 2010...
 
Fernando Martins


Editado por Fernando Martins | Domingo, 27 Dezembro , 2009, 15:14

O Jardim Oudinot é que nos vale


Gafanha da Nazaré quase sem ria à vista

A Gafanha da Nazaré nasceu envolvida pela ria. Os primeiros gafanhões eram agricultores, e, tanto quanto se sabe, da ria só usufruíam o que ela lhe dava sem grande esforço. Moliço para fertilizar os campos areentos, alguns peixitos e até marisco: cabozes, berbigões, a que chamavam cricos, mexilhões, amêijoas, burriés e pouco mais.
A ria era sua. Estava franqueada por todos os lados. Os gafanhões podiam nadar, pescar,  apanhar o arrolado, apreciar a beleza da paisagem lagunar. Na Marinha Velha, onde chegou a haver uma salina, com o mesmo nome, também existiu um campo de futebol, no sítio, mais ou menos, onde hoje mora o Porto de Pesca Costeira.
O progresso, contudo, tem os seus custos. A ria que era do povo passou a estar interdita ao mesmo povo. O polivalente Porto de Aveiro, com todas as suas vertentes (o único do país com essa característica) ocupou quase todos os acessos aos amantes da nossa laguna. Só de longe a podemos contemplar e receber dela aquele cheiro a maresia de que tanto gostamos.
De brinde, porém, deram-nos o Jardim Oudinot, com toda a sua beleza. Mas a ria, amigos conterrâneos, deixou de ser nossa, para pertencer ao desenvolvimento da região e do país. Do mal, o menos.
Com a ligação ferroviária ao Porto Comercial, a situação vai agravar-se. A linha do caminho-de-ferro vai estabelecer uma nova e mais firme separação entre a cidade e a ria. A inauguração, prevista para Novembro e depois para finais do ano 2009, não se concretizou, com rigor, nos prazos anunciados. Ficará para 2010, para então contribuir para a implementação da estrutura portuária. Nessa altura, com a barreira estabelecida, os gafanhões terão de procurar outros mirantes para desfrutarem do ar e da água da sua ria.

Fernando Martins


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Editado por Fernando Martins | Sábado, 26 Dezembro , 2009, 23:17
BACALHAU EM DATAS - 53






RUMO AO FUTURO








Caríssimo/a:


1975 - «Em 1975, já não seria armado qualquer navio de pesca à linha. O NOVOS MARES o único “navio de linha”que regressara dos bancos no ano a Revolução – seria transformado para a pesca com redes de emalhar.» [Oc45, 90]

1977 - «Portugal foi dos primeiros estados europeus a aderir ao conceito de “zona económica exclusiva” que seria vertida no Direito internacional a 28 de Maio de 1977. Acérrimo defensor do princípio da “liberdade dos mares” durante vários séculos, Portugal subscrevia pela primeira vez um conceito “estratégico” de “Estado costeiro” de todo incompatível com os interesses da pesca longínqua.» [Oc45, 104]

1983 - «Em 31 de Maio de 1983 são aprovados os novos estatutos da Obra do Apostolado do Mar;


Em 6 de Julho de 1983 é nomeada pelo Bispo de Aveiro, a Direcção da Obra do Apostolado do Mar, com sede no clube "Stella Maris" de Aveiro, sito na Rua dos Bacalhoeiros, da paróquia da Gafanha da Nazaré.


No dia 18 de Setembro de 1983, dia da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, foi possível celebrar a bênção e lançamento da primeira pedra da nova casa do Stella Maris.


Em 1982, graças a um subsídio do Governo, foi possível iniciar o processo de construção do actual edifício do Stella Maris, para substituir o antigo pavilhão pré-fabricado.


Esta primeira fase, que importou em 13 mil contos, foi inaugurada no dia 10 de Novembro de 1985. Presidiu à cerimónia da bênção do novo edifício o Bispo de Aveiro, D. Manuel de Almeida Trindade.»[v. Galafanha]



1993 – A 17 de Novembro é constituída a Associação dos Industriais do Bacalhau, cuja sede se situa na Gafanha da Nazaré, e que procura «contribuir com eficácia para o desenvolvimento do sector em geral, e das empresas em particular, prestando informação concreta e actualizada sobre as diversas matérias inerentes à actividade, como sejam as de carácter económico, financeiro, social, ambiental, fiscal e aduaneiro.»

1999 – Fundação da Confraria Gastronómica do Bacalhau com o objectivo de activar e desenvolver mais a confecção de produtos relacionados com o bacalhau.

2005 - O Comércio do Porto, de 3 de Julho, noticiava uma “operação de charme norueguesa junto de industriais de bacalhau”. Aí se afirma que “a Noruega fornece cerca de 50 por cento do bacalhau consumido pelos portugueses, seguida pela Islândia e Rússia, 20 por cento cada, e Canadá com 10.”

Neste mesmo ano, a 21 de Dezembro, o Correio do Vouga informava que o Museu Marítimo de Ílhavo, sob a direcção de Álvaro Garrido, estava “a concretizar um projecto que visa recolher e arquivar a memória oral da pesca do bacalhau, de modo a [permitir] uma posterior investigação desse património imaterial”.

2008 - «Despedidos 219 pescadores Bacalhoeiros imobilizados: O armador de Aveiro e presidente da Associação dos Armadores da Pesca Longínqua, Silva Vieira, despediu 219 pescadores dos 700 trabalhadores da sua frota por dificuldades financeiras, e admitiu mais despedimentos noutras empresas do sector. Silva Vieira revelou que estudos efectuados por esta associação – cujos armadores associados empregam 2000 pescadores – mostraram que os proprietários dos navios de pesca longínqua “não têm viabilidade económica a curto e a longo prazo”, dada a escalada dos preços dos combustíveis. Este armador, que tem uma frota de 20 navios, acrescenta que os navios da pesca longínqua são dos mais penalizados porque “são os que mais consomem combustível”, mas toram abandonados e esquecidos” pelo Governo. Garantindo que o aumento dos combustíveis tornou “incomportável” a exploração das suas embarcações, responsáveis por 44,44% das quotas de bacalhau em Portugal, decidiu imobilizar, pelo menos até final do ano, quatro dos seus navios de pesca longínqua e dois da costa portuguesa.» [Global, de 13/06]

2009 - «SANTA MARIA MANUELA navegou até à Galiza» para proceder à fase final da sua recuperação, pois, em 2010, o navio iniciará actividades de turismo cultural e promoção económica. [Correio de Vouga, 7/01]

«Navios aveirenses rumam ao Atlântico Norte», atendendo ao aumento das quotas de pesca e à baixa dos combustíveis. [Correio de Vouga, 14/01]

«Nova Avenida dos Bacalhoeiros deve estar pronta ainda em 2009», nova via, ligando a A25, junto à Friopesca, ao terminal de granéis sólidos e líquidos do Porto de Aveiro, junto à Ponte da Barra. [Correio de Vouga, 14/01]

«Museu Marítimo [de Ílhavo] vai ter aquário de bacalhaus» e um Centro de Documentação e Investigação do Bacalhau. [Correio de Vouga, 14/01]

«Bacalhoeiros recuperados para o turismo», titula o Global, de 7 de Abril, focando as intervenções que estão a sofrer o SANTA MARIA MANUEL e o POLYNESIA, que voltará a chamar-se ARGUS.

«Bacalhau do Canadá regressa a Portugal


Portugal poderá trazer da costa canadiana 1070 toneladas de bacalhau no ano que vem. Com a reabertura do espaço NAFO, os armadores portugueses poderão vir a aumentar a quota total de pesca da espécie.


"Ao fim de 11 anos recuperámos as quotas de bacalhau da NAFO", anunciou, ontem, o ministro português das Pescas, em Bruxelas, no conselho dos 27 para decidir os totais de captura para 2010.


A NAFO é a sigla inglesa para Organização de Pescas do Atlântico Noroeste que inclui, entre outros países, o Canadá.


Os pescadores portugueses poderão trazer 1070 toneladas de bacalhau dessa zona que esteve fechada durante 11 anos para a recuperação das espécies (bacalhau e peixe-vermelho). É um montante a repartir pelos 13 navios nacionais da pesca longínqua, sendo que cada uma destas embarcações tem uma capacidade média para 900 toneladas de pescado nos porões.


A dúvida, segundo o ministro António Serrano, é se a quota da NAFO entra em vigor em Janeiro ou de forma progressiva após o acordo com a Noruega. "Estamos satisfeitos com o que já conseguimos para o bacalhau", explicou ontem o ministro António Serrano.


As quantidades colhidas ao largo do Canadá serão somadas às colhidas no mar da Noruega quando haja acordo para tal. A UE e a Noruega fracassaram um entendimento sobre as possibilidades de pesca para o ano que vem por divergências sobre a colheita da sarda. "Se houver acordo com a Noruega nós podemos ultrapassar as quatro mil toneladas" de quota de bacalhau, mas só em Janeiro se saberá, quando forem retomadas as negociações com Oslo.


Segundo Miguel Cunha, presidente da Associação de Armadores de Pescas Industriais, a decisão da retoma da pesca ao largo do Canadá "vem dar razão" à associação que diz que "que aquela zona estava em condições de receber um maior esforço de pesca" e que o "stock de bacalhau não estava em tão mau estado" como lhes teria sido informado...» [JN, 15/12/2009]

E forçoso é terminar com esta última notícia que deixa um rasto de profunda esperança!

Além de Esperança, muita Paz e Alegria com os votos amigos de uma saúde esfuziante para o 2010 que aí está!

Manuel

NOTA: Permitam-me que agradeça publicamente ao meu amigo, conterrâneo e familiar, a dedicação com que elaborou este trabalho, sobre a Saga dos Bacalhaus através dos tempo, fixando para a posteridade uma síntese, pescada aqui e ali, com a meticulosidade que lhe é característica. Obrigado, Manuel, que o mesmo é dizer, Manuel Olívio da Rocha. E como bom amigo e gafanhão de sempre, amante da sua e nossa terra, embora metido, há dédacas, na cidade invicta, vai continuar connosco com outros temas. Quem adivinha?
 
FM

Editado por Fernando Martins | Sábado, 26 Dezembro , 2009, 22:38
A igreja portuguesa mais antiga nos Estados Unidos, que fica em New Bedford, no estado do Massachusetts, corre o risco de fechar em 2011, se até lá as suas missas não tiverem maior afluência e não for angariado o dinheiro suficiente para reparar o telhado roto.
Foi a primeira igreja construída para os portugueses que emigraram para os EUA no século XIX. Leia aqui.


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Editado por Fernando Martins | Sábado, 26 Dezembro , 2009, 19:24


FAMÍLIA E FUTURO DA HUMANIDADE


“O futuro da humanidade passa pela família” – afirma João Paulo II no documento sinodal que recolhe as intervenções dos representantes dos bispos católicos de todo o mundo reunidos em assembleia para “fazer o ponto da situação” a esta instituição conatural ao ser humano e configurada de modos diferenciados pelas culturas.
A família está ao serviço da pessoa e insere-se na sociedade com a qual mantém um relacionamento constante, recebendo e dando impulsos positivos e negativos. O que acontece nesta repercute-se necessariamente naquela e manifesta-se no tipo de pessoa que se pretende alcançar.
Esta perspectiva humanista serve-me de referência para dar o meu testemunho sobre a crise da instituição familiar, as políticas em curso para nivelar legalmente o que é diferente, a movimentação feita por vozes discordantes que pretendem criar uma opinião pública favorável e o silenciamento de outras que se lhe opõem.


Nasci e vivi numa família em que predominavam relações de amor fiel e generoso, de cooperação solidária, de atenção preferencial a quem estava necessitado e era frágil, de abertura ao futuro de cada um como o bem maior de todos nós. A fé cristã de meus Pais e, depois, dos meus irmãos mais velhos robustecia esta rede de suporte e entreajuda. A confiança constituía o ambiente em que fui crescendo e ganhando a sensatez indispensável a um equilíbrio saudável.
Como as dificuldades eram muitas, foi necessário exercitar outras capacidades virtuosas como a fortaleza, a prudência, a sobriedade, a temperança. Estas capacidades constituem o alicerce do amor, fruto de quem ama e é amado, sem esperar outra recompensa. Embora inclua a justiça, sempre necessária para viver o que é justo entre as partes, supera-a qualitativamente pois tende a expressar “o nós” que surge da comunhão entre elas e do respeito pelas suas diferenças.
O “húmus” da casa materna encontrou um fortificante na escola. A escassez de meios foi superada pela dedicação e competência das professoras e pelo companheirismo dos colegas. Também a paróquia com os seus serviços, sobretudo o da catequese e o da missa dominical, marcou indelevelmente o meu modo de ser e de agir. Como cidadão e como cristão, ou melhor como cidadão crente em Jesus Cristo e no seu dinamismo de amor pela felicidade integral de toda a humanidade.
A família surge claramente como o serviço por excelência à pessoa humana, a comunidade de amor e de vida, alicerçada no núcleo matrimonial heterossexual, inserida na sociedade à maneira de “célula” no organismo vivo, aberta a outros espaços culturais e religiosos. Estou convencido que a sociedade só ganha com uma equilibrada relação com a família e que os adjectivos “tradicional” ou “convencional” empobrecem a riqueza do sentido que esta comporta enquanto comunidade.
Outras formas de organizar a vida, de estruturar os afectos, de regular juridicamente as relações entre parceiros do mesmo sexo ou de configurar socialmente a sua identidade e o seu estatuto hão-de ser designadas de modo adequado à sua situação que é necessariamente diferente da família, tal como a compreendo e a valorizo.
Estou convencido que o futuro pertencerá a quem souber “gerir” bem a realidade “família” e dar razões sérias para a sua constituição e vitalidade.

Georgino Rocha


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Editado por Fernando Martins | Sábado, 26 Dezembro , 2009, 16:36


O que é o tempo?

No termo de mais um ano e na entrada de outro, são muitos os pensamentos que nos invadem. Mas talvez não seja fora de propósito também uma breve reflexão sobre o mistério do tempo.
Já Pascal se interrogava na perplexidade: porque é que, num passado ilimitado e num futuro igualmente sem limites, me coube viver precisamente neste tempo que é o meu?
Se soubéssemos o que é o tempo, também saberíamos o que somos. Santo Agostinho - volta-se sempre a Santo Agostinho, quando pretendemos meditar sobre o tempo - pergunta: O que é tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; mas, se alguém me puser a questão e eu quiser responder, já não sei.
Há múltiplas experiências e perspectivas do tempo. Aparentemente, tudo vai e tudo volta. As estações do ano repetem-se, sucessivamente: Primavera, Verão, Outono, Inverno, e outra vez Primavera, Verão, Outono, Inverno... Cada ano, o ano velho despede-se e chega o ano novo. Outra vez. Aí está o mito do eterno retorno, como repetiu Nietzsche: "Esta vida, tal como a vives naturalmente, tal como a viveste, é necessário que a revivas mais uma vez e uma quantidade inumerável de vezes, e nela nada haverá de novo, pelo contrário!"

A flecha do tempo é irreversível. O tempo é voragem, corre e flui, desaparece. Corre do futuro para o passado. O passado passou, o presente vai-se tornando passado, o futuro também ele se vai transformar em passado, de tal modo que temos o passado passado, o presente passado, o futuro passado, como se a história não fosse senão o lugar dos mortos: a curto, a médio, a longo prazo, todos iremos estando mortos. Mesmo a memória tem algo de ilusório, pois, quando lembramos o passado, é sempre a partir do que somos no presente que o alcançamos e vivemos, já diferentes e outros.
Afinal, o que é o tempo, uma vez que o passado já não é e o futuro ainda não é? Só o presente existe, mas, por outro lado, o presente o que é senão esse contínuo trânsito do futuro para o passado, do ainda não para o já não? Indestrutível mesmo é só o passado, pois nem Deus pode fazer com que o que foi não seja e o que aconteceu não tenha acontecido.
É sempre no presente que vivemos, mas projectados para o futuro. Mesmo o passado é sempre iluminado pelo futuro. O que vamos fazendo é em função do futuro, antecipando-nos a nós mesmos. Por isso, não coincidimos nunca completamente connosco: o homem "nunca é o seu próprio contemporâneo" (D. Huisman e A. Vergez). Mas, por outro lado, é no futuro que se encontra a morte, é nele que ela nos espera.
Com o tempo, tudo muda. Mas o "eu" transcende o tempo. Pela memória, pela atenção, pela expectativa, o espírito unifica os três modos do tempo numa certa simultaneidade: pela memória, temos o passado no presente; o presente actual temo-lo pela atenção; o futuro torna-se presente enquanto o esperamos.
Depois, o tempo é duração, ritmo. Como poderíamos ouvir uma sinfonia, se assim não fosse? E há aqueles instantes que são tangidos pela eternidade. A eles se referiu Platão, na Carta VII: "de repente", a iluminação da verdade! Qual é o tempo do amor, o tempo da criação, o tempo da liberdade, o tempo da decisão e da urgência? Cá está: há o tempo dos relógios - tempo quantitativo (cronológico) - e o tempo qualitativo (cairológico).
Por vezes, o tempo acelera; outras, parece parado. Actualmente, na aceleração vertiginosa do tempo, quando se pensa e se é?
Reflectindo bem, o tempo não é circular, cíclico, nem pode entender-se de modo exclusivamente linear, pois é linear e entrecruzado, numa rede de relações múltiplas e complexas. Cada modo do tempo tem ele próprio tríplice modo, isto é, um presente, um passado e um futuro, entrelaçando-se. O tempo e a história vivem deste entrelaçamento múltiplo, na constante abertura ao futuro.
Precisamente no quadro deste entrelaçamento, na abertura ao futuro, Deus, que é no eterno presente, é pensável como o Futuro absoluto, isto é, o Futuro de todos os passados, presentes e futuros. Deus enquanto Futuro absoluto consuma a história ao mesmo tempo que a abre ao sempre novo.

Anselmo Borges

Fonte: DN
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