de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Domingo, 22 Novembro , 2009, 18:29

Manuel Porto com Ludgero Marques

A globalização pode gerar
pobreza e exclusão social

A globalização tem “reflexos significativos” sobre a economia mundial. Porém, se “convenientemente governada, pode ser um factor de desenvolvimento humano”, mas também é certo que pode ter aspectos “socialmente perniciosos, com aumentos localizados de pobreza e fenómenos de exclusão”, sublinhou o empresário Ludgero Marques na conferência que proferiu esta manhã, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, integrada na Semana Social, que decorreu este fim-de-semana.
Abordando o tema “A responsabilidade pessoal e a participação das pequenas comunidades e iniciativas empresariais na construção do bem comum, em contexto de globalização”, o conferencista lembrou que os portugueses estiveram quase 50 anos alheados do resto do mundo, tendo Portugal entrado na globalização com um grande défice ao nível da educação.
Denunciou que os nossos trabalhadores, com “uma formação académica tão baixa”, não podem contribuir para que o nosso país possa “diferenciar-se daqueles que têm formação do nosso nível, ou até inferior”. Portugal não tem os “trabalhadores qualificados de que as empresas precisam”, disse.
Ludgero Marques, actual presidente da Mesa da Assembleia Geral da AEP (Associação Empresarial Portuguesa) com passagem, durante anos, por diversos e importantes cargos directivos de outras estruturas empresariais, referiu que é preciso desenvolver actividades económicas locais, “para que as comunidades sejam capazes de enfrentar o lado negativo da globalização”. Nessa perspectiva, importa que o Estado implemente condições que levem os empreendedores a apostar claramente na comunidade em que se inserem, ajudando-a no seu desenvolvimento e fazendo dela “o trampolim para o sucesso no mundo global”.
Ao falar da responsabilidade social das empresas, “nomeadamente em termos ambientais e de combate a fenómenos de exclusão”, Ludgero Marques recordou a notória situação do desemprego provocado pela pouca formação dos trabalhadores e pelo desajustamento em relação ao progresso tecnológico, cada vez mais exigente.
“A não assunção de responsabilidades sociais é entrave ao desenvolvimento sustentável”, especialmente porque o não cumprimento, pelas empresas, das suas obrigações “leva à concorrência desleal, à deterioração do enquadramento económico, à destruição de ecossistemas, à corrupção e, ainda, a um clima desfavorável à realização de investimentos e à prática da inovação”, frisou o conferencista convidado pela Conferência Episcopal Portuguesa para esta Semana Social.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Domingo, 22 Novembro , 2009, 12:36
BACALHAU EM DATAS - 48
.

Condestável

64 EMBARCAÇÕES EM 1964

Caríssimo/a:

1948 - «Arménio Mónica, filho de Manuel Maria Bolais Mónica, iniciou-se na construção de lugres no ano de 1948, através da direcção e construção dos lugres-motor de quatro mastros, CONDESTÁVEL e COIMBRA, para as empresas Companhia Transatlântica de Pesca, L.da, do Porto, e Empresa de Pesca São Jacinto, L.da, de Coimbra, num investimento global de 12.400.000$00. Estas embarcações de pesca à linha obedeciam às “características portuguesas” e aperfeiçoamentos modernos das anteriormente ali construídas, com a componente da introdução e utilização dos quatro mastros em ferro concedendo uma maior consistência e elegância aos navios. ... Concomitantemente, nos estaleiros de António Mónica, o irmão João Bolais Mónica, correspondia ainda no decorrer do ano de 1948, à solicitação da empresa José Maria Vilarinho com o lançamento à água do lugre-motor de madeira ADÉLIA MARIA.» [Oc45, 118]

«Em 1948, os arrastões – então todos eles “clássicos” ou “laterais” - significam ainda pouco mais de um décimo do total dos navios da frota: 12,7%. Na campanha seguinte regista-se um salto importante: 27% das unidades jà são arrastões.» [Oc45, 95]

«Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo são fundados em 1946, por iniciativa dos armadores Vasco de Albuquerque d'Orey e João Alves Cerqueira. Em 1948 apresentaram as primeiras embarcações destinadas à pesca do bacalhau, os arrastões SENHORA DAS CANDEIAS, SENHOR DOS MAREANTES e SÃO GONÇALINHO.» [Oc45, 119, n. 11]

1949 - «No mesmo dia do bota-abaixo do arrastão COMANDANTE TENREIRO, a 12 de Maio de 1949, eram cravados os rebites do novo arrastão BISSAYA BARRETO, a construir nos Estaleiros Navais do Mondego, também para a pesca do bacalhau.» [Oc45, 117]

«Um dos saltos mais significativos [no número de navios ] ocorre em 1949, campanha em que foram aos bancos 64 embarcações, mais nove do que no ano anterior. [...] De meados da década de trinta a 1967 o crescimento da frota bacalhoeira é evidente, embora seja inconstante e irregular. As taxas de crescimento médio por quinquénio são quase sempre positivas. As mais altas situam-se em 1934-38 (8,4%) e 1944-48 (4,1%). O número de navios construídos para a frota bacalhoeira num e noutro período é bastante significativo e confirma o interesse do Estado em acelerar o ritmo da “Campanha”: foram construídos 25 navios em 1944-48 e 17 em 1954-58. Nos quinquénios de 1939-43, 1959-63 e no quadriénio de 1964-67 a frota bacalhoeira regista taxas de crescimento médio ligeiramente negativas. Todas presumem períodos em que o condicionamento estatal dos ritmos de renovação da frota se fez sentir por razões diversas.» [Oc45, 93]

Manuel

Editado por Fernando Martins | Domingo, 22 Novembro , 2009, 12:27


JESUS EM TRIBUNAL

Pilatos recebe Jesus em sua casa – a residência do procurador do Imperador de Roma. Recebe-o porque a autoridade judaica lho entrega para ser julgado e condenado à morte. Sem demoras, inicia um diálogo a sós com ele, diálogo directo, claro e decisivo.
Jesus adopta uma postura digna e serena, centrando “o fio da conversa” na pessoa de Pilatos que, rapidamente, passa de juiz a arguido num vaivém contínuo: da sala à varanda, da consulta à multidão à escuta da mulher, da certeza à pergunta, da dureza da lei à busca da verdade. Este vaivém constitui um espelho transparente da atitude interior de quantos sentem o contraste das razões da consciência com a onda avassaladora das opiniões gritadas na praça pública.
Jesus aproveita a pergunta de Pilatos sobre a verdade para centrar o diálogo na missão que tem vindo a realizar e da qual estava a ser acusado. “Vim para ser testemunha da Verdade”. E qual é o seu testemunho?
Jesus testemunha pelo estilo de vida e jeito de agir que dispor de qualquer forma de poder é cultivar atitudes de serviço humilde e generoso; que toda a pessoa vale mais que as riquezas do templo e a sacralidade do sábado; que o bem de todos é fruto do contributo de cada um; que Deus e o homem estão unidos por laços originais de vida e não são concorrentes ou rivais, mas amigos leais envolvidos na mesma causa: o bem-estar integral da humanidade; que a salvação definitiva está no amor feito serviço.
A verdade é Jesus que, hoje, se espelha nas atitudes humanas e nos critérios de valor que constituem a marca da vida dos seus discípulos e a qualidade da sua acção social. Verdade que tem a ver com a justiça, a solidariedade fraterna, o bem comum, os direitos humanos, a ética da responsabilidade na política e na economia. A verdade de Jesus mostra que ser humano é aceitar-se na sua inteireza, apreciar a sua dignidade pessoal e de relacionamento, assumir o casamento entre homem e mulher, defender a vida e, em caso de conflito de valores, preferir os que menos têm, podem e sabem.
Jesus continua em tribunal. A par de tantas injustiças e acusações falsas, há sinais evidentes desta verdade no mundo de hoje: os incansáveis defensores dos direitos humanos universais; os voluntários de todas as causas nobres; os que sabem acolher e acompanhar quem está em necessidade; os que fazem da sua vida uma doação permanente para desvendar a presença de Deus nos caminhos da humanidade, realizando serviços que a Igreja lhes confia.

Georgino Rocha
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