de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 18 Novembro , 2009, 21:08


Acabei de ler, no PÚBLICO online, que "O plantel e equipa técnica de futebol do Beira-Mar anunciaram hoje que vão avançar com a “pré-rescisão” colectiva dos contratos, caso  os dois meses de salários em atraso não sejam pagos até ao dia 30 de Novembro.
A decisão foi comunicado em conferência de imprensa pelo capitão de equipa Hugo, que leu uma nota elaborada pelo plantel: “Vamos continuar com o mesmo nível de rigor e profissionalismo, não recorrendo à greve e às faltas de comparência”.

Embora não seja sócio, tenho pena que o Beira-Mar esteja a passar por uma situação tão difícil como esta. O orgulho dos sócios e adeptos do mais representativo clube de futebol da região aveirense, tratado, carinhosamente, por  Beiramarzinho, está a ser ferido, mas tenho a certeza que não será de morte. Tenho a certeza, repito,  de que não hão-de faltar gentes de Aveiro capazes de pegar no clube, para o colocar, com honra, no lugar a que ele tem direito, pelo seu rico historial desportivo. E quando isso acontecer, seria bom que os habituais maldizentes e críticos felinos se transformassem em apoiantes generosos, mostrando que, apesar de tudo, ainda são capazes de amar o Beira-Mar.

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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 18 Novembro , 2009, 20:26



Por trás da fome de pão

1. Todos concordam que o direito à alimentação e, por consequência, à sobrevivência, é um direito básico que nem precisa de ser recordado e afirmado em declarações. Mas as declarações também o escrevem e a própria Declaração do Milénio num dos seus objectivos consagra valor urgentíssimo o terminar com a fome no mundo. Foi criada a FAO (16-10-1945), instância das Nações Unidas para as preocupações da agricultura e alimentação do mundo. Mas os cenários da fome e a (in)sobrevivência nesta matéria afirmam-se com preocupação crescente. De modo transversal, aumenta o conhecimento, tanto em termos de produção alimentar mas também dos riscos da manipulação genética dos alimentos; a própria canalização de cereais para fins de biocombustíveis cresce e tudo diante da galopante classe médica asiática que vai alterar o paradigma tido até ao início deste milénio.

2. Decorreu nestes dias em Roma a Cimeira da FAO, mas sem todos os G8 (os países mais ricos do mundo). O secretário-geral da ONU foi forte ao recordar que a cada seis segundos morre uma criança de fome… Os dados, no seu realismo, são chocantes. Sendo certo que nada se pode fazer sem planificação e concertação, esta é uma área de actuação diplomática onde a natureza jurídica dos papéis se mostra insignificante diante da crueldade da multidão faminta em contraste com a fartura de alguns. Como em tantas outras questões, o primeiro passo será a alteração de comportamentos no não estragar comida, numa visão dignificante da alimentação e no gerar a corrente positiva/solidária. Por trás da fome de pão impera a fome de justiça, valores e verdade? Como mudar?

3. (Nota – correcção de gralha: os dez minutos de pausa diária na escrita d’O FIO DO TEMPO fizeram com que no texto de ontem A FACE CULTA constasse uma gralha. O texto certo é: «À situação actual de Portugal estes cenários “face oculta” era tudo o que menos se esperava, esta observada crise de instituições na área da justiça que aliada à desconfiança e suspeita de redes de corrupções, trazem para o cimo da mesa do pior que se pode esperar…»)


Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 18 Novembro , 2009, 16:30



“Um dos dias mais felizes da minha vida”


Rodrigo Alexandre Ramos, solteiro, 23 anos, brasileiro, radicado na Gafanha da Nazaré há sete anos, recebeu os sacramentos da iniciação cristã. Filho de pai adventista e de mãe católica, ficou à espera da idade que o levasse a optar por uma religião ou por nenhuma.
Jovem que se considera um pouco tímido, não deixou de arranjar amigos nesta terra que o acolheu e onde criou a sua própria empresa de venda e montagem de pneus, que o torna independente, sob o ponto de vista económico.
Nunca foi influenciado pelos pais, certamente por algum compromisso estabelecido entre eles. Mas um dia, uns amigos do grupo de jovens “Sementes de Esperança”, com quem convivia regularmente, convidaram-no para os acompanhar Aceitou ir com uma condição: “ficar calado, apenas a ouvir.”
O tempo foi passando e há cinco anos, livre e com toda a naturalidade, sem qualquer pressão do grupo, informou que não era baptizado, mas que gostava de receber o baptismo. Essa ideia talvez tenha nascido do modo como sempre foi acolhido no grupo.
Começou a participar nas actividades paroquiais, arciprestais e diocesanas e até ficou responsável pela animação. E à medida que o tempo passava e as acções de formação do grupo decorriam, foi-se acentuando o desejo de ser baptizado. Também fazia parte do grupo coral que animava a eucaristia, mas reconhecia que lhe “faltava qualquer coisa”.
Luís Miguel, João Paulo e Andreia Silva aceitam o seu desejo e garantem-lhe a ajuda indispensável. Fala com o Prior Francisco Melo que o aconselhou a encetar uma caminhada, com vista a descobrir as razões da sua fé. Participa numa acção de formação sobre S. Paulo, no seminário.
Outros encontros, conversas, orações,  leituras, estudos e reflexões se seguiram. E o dia chegou. No sábado, 14 de Novembro. Um dia de festa. “Foi uma felicidade muito grande, pela maneira como fui acolhido: foi um dos dias mais felizes da minha vida”, sublinhou, com alguma emoção.
Sentiu nessa altura que, enfim, era “membro da Igreja e filho de Deus”; sentiu que passava a ser, de pleno direito, “testemunha de Jesus Cristo e da sua mensagem”.
Seu pai não pôde participar na cerimónia, por se ter ausentado para o estrangeiro, em serviço, mas a mãe, “toda feliz” não deixou de marcar presença.

Fernando Martins



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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 18 Novembro , 2009, 16:15


O pé no chão e o coração na vida


“O mundo moderno é o nosso mundo. Porque é nosso e porque tem muito de bom e o queremos ainda melhor, devemos amá-lo, olhá-lo com simpatia, alegrar-nos com os seus bens e valores, purificá-lo dos seus erros e males. Não basta um conhecimento superficial. É preciso estudá-lo por dentro, aprofundar os seus problemas, descobrir pistas de solução, ganhar forças para as percorrer”.

Estas palavras dos bispos portugueses, foram proferidas em 1991, por ocasião do Ano da Doutrina Social da Igreja, numa mensagem ao Povo de Deus. Recordo-as agora ao terem-se celebrado, há poucos dias, os 75 anos da Acção Católica, e por estarmos em vésperas da VI Semana Social nacional, a realizar em Aveiro, sobre a “Construção do Bem Comum”, uma responsabilidade que diz respeito a todos nós.

Um e outro acontecimento lembram o dever diário de olhar o mundo com olhos de amor e de redenção, esse mundo em que muitos milhares de leigos cristãos investiram e continuam a investir o seu tempo e energias, traduzindo, desse modo, o seu compromisso de fé, a sua solidariedade fraterna e o seu dever social.

É preocupante o facto de se ver muita gente ficar em pânico ao olhar os males que existem e se alastram, deixando de prestar atenção e manifestar gratidão por tantas coisas boas e pelo empenhamento de quantos assumem, de modo consciente, a sua vocação de dupla cidadania, na Igreja e no mundo. Um cristão nunca pode ser um pessimista, um vencido, tal como o não pode ser qualquer cidadão consciente.

É verdade que a sociedade está minada pela mentira, a corrupção, as riquezas dúbias, as infidelidades de toda a ordem, o menosprezo lamentável por valores fundamentais, como a vida e a família. É verdade que, na grande política, o bem comum foi abafado pelos interesses individuais e de grupos. É verdade que existe uma crise de modelos e de referências morais e muita gente parece ter perdido o norte e o sentido da vida. É verdade que valores sociais, assim ditos, se traduzem, hoje, por coisas que nada valem ou são veneno corrosivo. É verdade que não faltam meios públicos para suportar campanhas destrutivas e suspeitas, mas são cada vez mais escassos os meios necessários para investir em favor dos que mais precisam e apoiar causas que promovem o bem e a verdade.

Porém, que olhar apenas as desgraças que aí abundam, ficará, inevitavelmente, acorrentado ao medo que deprime e ao pessimismo de que nada vale a pena, porque já tudo está perdido. Assim, se fica tolhido para enfrentar, com lucidez, os problemas graves que afectam o país e incapaz de neles poder intervir validamente. O mais lúcido diagnóstico das desgraças, por si não as soluciona nem as cura.

A história mostra que existem, na sociedade, energias pessoais e naturais, mais numerosas e vivas do que se pode imaginar. É preciso descobri-las, reconhecê-las, potenciá-las, uni-las, integrá-las e organizá-las. Ora esta não é obra de pessoas azedas, medrosas e, antecipadamente, vencidas.

Há muita gente séria e honesta neste país que não se pode isolar, nem acomodar. A urgência de uma mobilização, pacífica e operante, impõe-se cada vez mais. O povo sensato e trabalhador tem sido anestesiado e baralhado pelo malabarismo de alguns políticos pouco sérios. Haja quem o acorde, o faça pensar, o confronte com a realidade, a mentira e as promessas vãs, o convoque e lhe dê consciência dos seus direitos, deveres e capacidades. Graves omissões comete quem o pode fazer e não o faz.

Amar o mundo concreto das pessoas para poder reconhecer e pôr em relevo os seus valores e o purificar dos seus erros e males, é uma atitude pessoal e uma operação alargada, que não se podem descurar. Assim, se terá o pé no chão e o coração na vida.

António Marcelino

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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 18 Novembro , 2009, 09:47


Deus é a nossa mulher-a-dias


Deus é a nossa
mulher-a-dias
que nos dá prendas
que deitamos fora
como a vida
porque achamos
que não presta

Deus é a nossa
mulher-a-dias
que nos dá prendas
que deitamos fora
como a fé
porque achamos
que é pirosa

Adília Lopes
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 18 Novembro , 2009, 09:24




«Em Obsessão do Fogo, somos levados a percorrer mais de dois mil anos de histórias sobre livros, seguindo uma discussão erudita e divertida, culta e pessoal, filosófica e anedótica, curiosa e apetecível, plena de ironia, astúcia e referências culturais. Atravessamos tempos e lugares diversos; encontramos personalidades reais e personagens fictícias; deparamo-nos com o elogia à idiotia, bem como com a paixão pelo coleccionismo; e compreendemos a razão pela qual cada época gera as suas obras-primas. Para além disso, ficamos ainda a saber por que motivo “as galinhas levaram mais de um século para aprender a não atravessar a estrada” e porque “o nosso conhecimento do passado deve-se a cretinos, imbecis ou contraditores”»

Na contracapa de  A Obsessão do Fogo, um livro que nos oferece um encontro em Paris entre Umberto Eco, um dos mais respeitados pensadores e romancistas da actualidade, e o cineasta Jean-Claude Carrière, conduzido por Jean-Philippe de Tonnac.

Nota: Será preciso dizer mais alguma coisa? FM
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