de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 09 Novembro , 2009, 19:16
A importante memória do Muro de Berlim derrubado apura a grandiosa responsabilidade de repensar os muros a derrubar

1. Foi dos dias mais esperados do século XX, mas foi dos dias que o mundo das ideias humanas fez com que tivesse razão de existir. Sejamos claros, o ideal seria não ter sido necessário o 11 de Novembro de há 20 anos atrás. Quando não há evolução contínua é porque se podem criar as condições de desumanidade que abrem portas para a revolução. A absolutização de ideias humanas que ficara consagrada nas ideologias totalitárias do séc. XX conduziu a que cada bloco de betão desse muro significasse o desinvestimento na maturidade humana. Com olhos de ver, parece que esta memória já é muito mais longínqua do que na realidade é. A verdade é que há duas décadas atrás o mundo acordou para uma nova abertura na era da globalização, pois que a cortina de ferro fora derrubada.

2. Nestes dias revisitou-se a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Mesmo que seja para não esquecer, não repetindo… Derrubada a separação dos 66,5 km de gradeamento metálico, as 302 torres de observação, as 255 pistas de corrida para cães de guarda…viu-se por dentro das fronteiras do muro a “verdade” da ideologia. A honestidade intelectual terá de reconhecer que a ideia do absolutismo que foi derrubara com o muro não tem pernas para andar. Mas, como em todas as guerras, sendo certo que sempre triunfa a liberdade humana – ainda que conquistada com muito sangue –, a verdade profunda é que “ninguém” vence e todos saem com feridas e em todos cresce a responsabilidade. Ninguém duvida que as pesadas sanções de 1918 impostas à Alemanha geraram terreno fértil ao nacionalismo que alimentou a II grande guerra.

3. A história do século XX regista que veio da Polónia mutilada o homem da paz e reunificação que decreta o fim da guerra fria: João Paulo II. A importante memória do Muro de Berlim derrubado apura a grandiosa responsabilidade de repensar os muros a derrubar. Em todos os quadrantes da actividade humana, do universal ao local, do longínquo ao perto. No fundo do ser, nas ideias, onde o “betão” nasce…


Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 09 Novembro , 2009, 18:35
Vários bispos católicos, que a partir de hoje reúnem em Fátima para a sua assembleia plenária, relativizam a opção do Governo na defesa do casamento homossexual e a provável aprovação, pelo Parlamento, de legislação sobre o testamento vital - que, de acordo com as críticas dos bispos em Julho, deve evitar abrir as portas à eutanásia.

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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 09 Novembro , 2009, 17:42

Muro de Berlim

Liberdade no respeito pela liberdade dos outros

Os noticiários dos mais diversos órgãos da comunicação social têm hoje, como pano de fundo, a evocação do derrube do histórico muro de Berlim. As imagens mostram o vigor da conquista da liberdade, protagonizado por multidões que não sabiam o que isso era realmente.
Não vale a pena filosofar sobre o porquê das tiranias em pleno século XX. A história se encarregará de mostrar que há ideologias difíceis de compreender e de aceitar, sobretudo as que aprisionam gente, aprisionando-lhe o direito de falar e de respirar o ar puro das sociedades livres.
Mas também é importante referir que há outros muros, físicos e mentais, que continuam a bloquear o ser humano, limitando-o a seguir, apenas e só, os passos e as ideias de outros. Muros entre povos e nações, muros entre classes sociais, muros entre vizinhos, muros dentro da própria família.
O homem não foi criado para as prisões, mas para a liberdade, no respeito pela liberdade dos outros.

FM
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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 09 Novembro , 2009, 11:39


Mar da Barra de Aveiro

Marés e marinheiros


A vida hoje afastou-nos da natureza: as paisagens urbanas, com as suas florestas de betão, encerram a vida entre paredes eficazes, super-cómodas, é certo, mas o ar que respiramos por alguma razão se chama “ar condicionado”.
O que acredito é que precisamos de amplitude, de campos vastos a perder de vista, de viagens mais profundas que as da rotina. Precisamos perceber o silêncio das coisas, cúmplice do silêncio da nossa alma.
Precisamos da liberdade leve dessas horas inapreensíveis que passamos junto ao mar.
Há um poeta que diz: “Deus anda à beira d’água”. Não me admiro nada. A imensidão, o nome límpido, a alegria azul do mar são luares onde Deus deixou o Seu toque.
Os caminhos marítimos para os outros continentes estão descobertos. Falta, talvez, (re)descobrir o caminho marítimo para o porto secreto de cada coração.

José Tolentino Mendonça

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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 09 Novembro , 2009, 00:06



9 de Novembro

DIA MUNDIAL CONTRA O RACISMO

Consubstanciado no poema “Lágrima de preta” de António Gedeão, está o tema em epígrafe, em que o poeta escalpeliza a essência do ser humano. Independentemente da cor da pele, no seu íntimo, nas suas células, no seu ADN, está gravada a informação genética que há-de nortear os destinos do homem. A cor da pele é o mero make-up, com que a Natureza caracterizou a geografia do nosso nascimento, que em nada condiciona os destinos do Homem!
Se recuarmos na história, haveremos de concluir que nem sempre foi assim e nem precisamos de ir para além do século XIX. Foi nos seus finais, entre 1861 e 1865 que decorreu um dos conflitos bélicos sangrentos na história dos Estados Unidos, que ilustra o tema, a Guerra da Secessão.
Por alguns historiadores chamada de Guerra Civil Americana, teve a sua génese na divisão económica entre o Norte industrializado e o sul mais agrário que pugnava pela manutenção da escravatura. As grandes plantações de algodão eram o suporte económico duma sociedade esclavagista que garantia a mão-de-obra barata para a exploração e comercialização da matéria-prima. Com a subida ao poder de Abraão Lincoln e os seus propósitos abolicionistas, mais se agudizou o conflito armado entre brancos e negros. A obra literária de Margaret Mitchel, “E tudo o vento Levou”, adaptada ao cinema, com sucesso retumbante, retrata de forma magistral essa luta de classes entre Nortistas e Sulistas e foi uma obra de referência.
Mas não se circunscreveu ao continente americano, este flagelo do racismo, tendo alastrado os seus tentáculos, um pouco por todo o mundo. Aliado à xenofobia, teve o seu expoente máximo na era nazi, em que milhares de Judeus foram sacrificados em nome da hegemonia da raça ariana.
Na África do sul, foi mantida, durante décadas, uma luta interna protagonizada por Nelson Mandela, que mercê da sua convicção e tenacidade, conseguiu abolir o vergonhoso Appartheid!
Foram inúmeros os fenómenos declarados de racismo, a envergonhar a nossa civilização, e que ficaram para a história como nódoas indeléveis.
O tema tem sido inspiração recorrente para escritores e poetas, ao longo dos tempos.
E...se iniciei esta reflexão com a alusão ao poema, “Lágrima de preta”, vou concluir com uma citação de Gabriel Garcia Marque: “... só admito que um ser humano olhe, de cima, o seu semelhante...se for para o ajudar a levantar-se”.

Comungo e corroboro!

M.ª Donzília Almeida

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