de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Setembro , 2009, 23:22

"Enquanto houver alguns bispos e padres que se consideram com o direito de decidir pela sua cabeça os caminhos de pastoral (...) estamos a fragilizar a proposta cristã", afirmou D. José
 
  "O cardeal-patriarca de Lisboa repreendeu hoje bispos e padres que "se consideram com o direito de decidir pela sua cabeça" em vários domínios da Igreja Católica, considerando que isso fragiliza "a proposta cristã" e cria "divisões".
"Enquanto houver alguns bispos e padres que se consideram com o direito de decidir pela sua cabeça os caminhos de pastoral, o sentido da existência moral, a maneira de celebrar, estamos a fragilizar a proposta cristã, num mundo que saberá aproveitar, com os seus critérios, as nossas divisões", afirmou D. José Policarpo, no VI Simpósio do Clero, que junta em Fátima cerca de mil sacerdotes.
Para o cardeal-patriarca, que não concretizou a que situações se referia, o futuro da Igreja "ultrapassa as capacidades de visão e de decisão de cada um de nós", acrescentando que "a Igreja tem na sua unidade a sua força" e que a comunhão "é muito mais que uma questão de disciplina".
"A comunhão hierárquica exige a humildade da obediência, atitude básica de uma total disponibilidade para o serviço", disse."
 
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Setembro , 2009, 16:28
É tempo de cada
um se assumir
com os seus direitos...
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"É tempo de cada um se assumir com os seus direitos, deveres e responsabilidades de cidadão e de cristão, se for o caso. Tempo é sempre. Porém, há acontecimentos que nos fazem acordar e nos empurram para caminhos novos, abertos e estimulantes, porventura incómodos, mas necessários. O tempo de eleições para escolher servidores do bem público, como devem ser sempre os deputados da Assembleia da República e os responsáveis autárquicos, não pode deixar-nos indiferentes e passivos. Quando impera o medo de falar ou a apatia generalizada, há sempre o perigo de serem incómodas as opiniões mais livres e realistas. É esse medo e essa apatia que agradam tanto aos ditadores como aos políticos fracos. Mas a uns e outros não se lhes pode proporcionar tal favor. Pelo contrário, há que mostrar que democracia é espaço de participação de todos e respeito pela liberdade de opinião de cada um."
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António Marcelino
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Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Setembro , 2009, 14:59
Primeira peregrinação a Fátima do Stella Maris (foto de arquivo)

15 amigos do Stella Maris – Obra do Apostolado do Mar vão de bicicleta em peregrinação a Fátima, nos dias 5 e 6 de Setembro. O responsável pela iniciativa é o diácono permanente Joaquim Simões, director do Stella Maris. O grupo sai da Gafanha da Nazaré às 6 da manhã do próximo sábado e espera chegar ao santuário de Fátima a meio da tarde.
É a segunda vez que esta peregrinação, de bicicleta, se realiza, à sombra do Stella Maris.

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 02 Setembro , 2009, 14:41
Procissão pela Ria (foto de Carlos Duarte)
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Tradição vai manter-se
para alegria das gentes do mar e da ria


Os festejos em honra da Senhora dos Navegantes vão realizar-se nos dias 19 e 20 de Setembro. Cumpre-se, deste modo, a tradição, para alegria das gentes do mar e da ria, que nutrem por Ela uma terna devoção. A organização é do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que conta com a indispensável colaboração da paróquia e da Obra do Apostolado do Mar, bem como da Junta de Freguesia, Instituto Português da Juventude, Câmara Municipal de Ílhavo, Porto de Aveiro e outras instituições particulares e oficiais.

No sábado, no Stella Maris, pelas 21 horas, vai ser celebrada uma eucaristia de acção de graças por todos os que labutam sobre as ondas do mar e na laguna aveirense, que dão pão para muitas famílias da nossa diocese, sem deixarem de estimular a coragem de todos, quando as águas revoltas ameaçam a integridade física dos marítimos.

No domingo, as festas começam com a procissão pela ria. O cortejo litúrgico sai do Stella Maris por volta das 14 horas, com irmandades e andores, em que pontifica o da Nossa Senhora dos Navegantes. Autoridades diversas, banda de música, grupos folclóricos e muito povo integram-se na procissão, que deve chegar ao Forte da Barra pelas 16.30 horas.

Deve assinalar-se a passagem por São Jacinto, onde o povo marca sempre presença simpática e amiga, mostrando a sua devoção a Nossa Senhora, graças à iniciativa louvável de Dona Fernanda.

No Forte da Barra, logo depois da chegada da procissão, haverá missa solenizada, com cânticos oferecidos pelos grupos folclóricos que participam nos festejos, sob o patrocínio do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Depois, no festival de folclore, actuam os Ranchos de Gouveia e de Taveiro, tal como o grupo anfitrião.

FM

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 01 Setembro , 2009, 17:57
Com o fim do Verão reabre o ciclo dos regressos. Da terra visitada, do longe espreitado, da casa ao trabalho, do diferente ao mesmo, da solidão à solidão. São muitos os regressos. E as memórias do vivido como que se desvanecem rapidamente pelas urgências a cumprir com as desarrumações da partida e da chegada. Afinal os locais, as pessoas, os hábitos, as rotinas como que teimam em dizer que nada se passou e que não cairia mal um início de férias que pusesse fim a todo este cansaço.
Mas quem mais sente esta mudança de registo é o mundo da diáspora. Mais uma vez vimos os nossos emigrantes e percebemos que tiveram que regressar por um imperativo doloroso não apenas de trabalho, mas de país readquirido, família ampliada, incapacidade de voltar atrás nas opções de vida há muito tomadas. A errância não é apenas a mudança de pátria e cultura. É uma procura incessante de equilíbrio entre o nomadismo e a vida sedentária.
Neste todo há alguém que está no fim da lista. Silêncio de elegância social, bloqueio político, incapacidade de alterar uma lei de despejo. São os repatriados. Um dia, na infância ou adolescência, partiram para a terra dos sonhos, a grande América.Com ou sem culpa envolveram-se em problemas criminais de maior ou menor gravidade. Manchado o cadastro, sentem alguém bater à porta, informar-se da identificação e, depois de lhes atar as mãos enviam-nos para a sua terra. Pura e simplesmente. O crime pode ter muitos anos, mas os retroactivos na lei não têm remissão nem apelo. E ei-los que voltam dolorosamente para a pátria, sem “saber” a língua, a cultura nem se enquadrar minimamente no novo-velho ambiente. A família está partida. A esperança afundada. Regressam compulsivamente à sua terra de que tantas vezes tiveram saudades míticas e quase são obrigados a odiar. O horizonte é negro. Serão recebidos, se não têm familiares, numa espécie de orfanato para adultos, apoiados por técnicos. Não poucas vezes vem o desespero e até o suicídio.
E o silêncio quase completo da sociedade perante um drama duplo. De quem regressa para a terra como exílio, e da comunidade que tem desconfiança e medo dos novos visitantes, velhos conterrâneos.
A Igreja foi quem mais atenção deu, de início, a este drama. Mas ele repete-se e aumenta. A pergunta continua a mesma: quem poderá travar esta avalanche de dramas? Que força política consegue humanizar uma lei com efeitos tão cruéis?
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António Rego
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 01 Setembro , 2009, 17:46
Nem sempre há rigor na História de Portugal que nos é contada. No caso da República, há várias versões, nem sempre coincidentes. Vai daí, criou-se a ideia, há muito, que em Portugal houve a I República, estando nós, presentemente, na II República. No meio delas, houve o chamado Estado Novo. Tanto quanto sei, o Estado Novo não foi Monarquia. Foi ditadura? Foi. Violenta e desrespeitadora dos direitos humanos? Foi. Mas a I República não foi menos violenta e menos desrespeitadora dos direitos humanos. Terá sido, até, muito pior, porque se perseguiam e assassinavam os monárquicos e o clero, perseguindo a Igreja, mas também assassinavam os republicanos, desde que fossem de outra facção.

Posto isto, há que repor a verdade. Houve, então, três Repúblicas, sendo as duas primeiras ditaduras desumanas. Salva-se a terceira, se conseguir ser mais justa, mais livre, mais democrática, mais respeitadora dos direitos humanos, mais fraterna.

FM

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