de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 15 Julho , 2009, 17:51
Joana Pontes


EXEMPLO DE PERSEVERANÇA

Neste mês de Julho, em que a Câmara Municipal de Ílhavo promove, entre os dias 17 e 25, mais uma edição da Semana Jovem, dedicamos a rubrica “A Nossa Gente” a Joana Raquel Rodrigues Pontes.
Nascida a 6 de Abril de 1984, em São Salvador, Município de Ílhavo, esta jovem munícipe frequentou a Escola Primária da Cale da Vila e realizou o Ciclo Preparatório na EB 2,3 da Gafanha da Nazaré.
No Verão de 1996, com apenas doze anos, constituiu e dirigiu o “Clube da Leitura”, projecto que teve lugar no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré e que visava uma melhor e mais saudável ocupação dos tempos livres de crianças e jovens com carências económicas.
Concluído o Curso Tecnológico de Animação Sociocultural (Ensino Secundário), ingressou, em 2004, no Instituto Superior Politécnico Gaya para se licenciar em Intervenção Social e Comunitária.
Por iniciativa própria e na qualidade de sócia da Associação Tampa Amiga, Joana Pontes desenvolveu o Projecto “Vamos pôr esta ideia a Andar”, alimentado pela recolha de tampas de plástico para aquisição de Ajudas Técnicas para Instituições do Município de Ílhavo. Esta notável e meritória iniciativa, à qual a Câmara Municipal de Ílhavo se associou, e na qual colaboraram dezenas de pessoas anónimas, estabelecimentos comerciais, Escolas e outras instituições do Município e também de fora dele, deu os seus primeiros frutos quando, em Janeiro de 2008, Joana Pontes, após a recolha de cinco toneladas de tampas para reciclar, conseguiu assegurar a entrega de duas cadeiras de rodas à Fundação Prior Sardo e ao CASCI.
Mas, Joana Pontes abraçou ainda outras causas: em Dezembro de 2005 dinamizou uma Campanha de Recolha de Brinquedos e VHS para o Hospital Pediátrico de Coimbra e para a Pediatria do IPO do Porto e, em Dezembro de 2006, colaborou na campanha “Vamos aprender a semear sorrisinhos” em beneficência da Associação Porta Aberta (Palmela).
Licenciada em Serviço Social desde Novembro de 2008, Joana Pontes encontra-se, actualmente, a realizar o Curso de Mediadora EFA no Instituto Português da Juventude de Aveiro e prepara-se para frequentar o Curso de Formadora na mesma instituição, assim como a Pós-Graduação em Psicogerontologia Social no ISCIA – Aveiro.
Durante o seu percurso de vida, esta jovem enfrenta um Raquitismo Hipofosfatémico, já ultrapassou uma Tuberculose e uma Anorexia, mas a sua perseverança e o seu dinamismo nunca a impediram de concretizar os seus sonhos, fazendo dela um exemplo de coragem que a motivam para intervir no âmbito social sempre com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos que a rodeiam.
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In Viver em... da CMI

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 15 Julho , 2009, 17:35

Oração pelas férias

Dá-nos, Senhor,
depois de todas as fadigas
um tempo verdadeiro de paz.

Dá-nos,
depois de tantas palavras
o dom do silêncio
que purifica e recria.

Dá-nos,
depois das insatisfações que travam
a alegria como um barco nítido.

Dá-nos,
a possibilidade de viver sem pressa,
deslumbrados com a surpresa
que os dias trazem pela mão.

Dá-nos
a capacidade de viver de olhos abertos,
de viver intensamente.

Dá-nos
de novo a graça do canto,
do assobio que imita
a felicidade aérea
dos pássaros,
das imagens reencontradas,
do riso partilhado.

Dá-nos
a força de impedir que a dura necessidade
esmague em nós o desejo
e a espuma branca dos sonhos
se dissipe.

Faz-nos
peregrinos que no visível
escutam a melodia secreta
do invisível.

José Tolentino Mendonça

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 15 Julho , 2009, 17:29


1. Diz o povo que «homem prevenido vale por dois». A sábia afirmação não entra numa lógica da quantidade mas procura ajudar a entender que a prevenção é o único caminho do futuro. Quantos “acidentes” provêm de descuidos, desleixos, distracção, facilitação. De quando em quando discorre-se sobre a capacidade lusitana para o improviso (grandes obras assim o demonstram), mas também de um défice de planeamento sistemático, metódico e rigoroso. No mundo que corre, onde todas as coisas estão ligadas e onde a complexidade de tudo obriga ao reconhecimento das redes de ligação entre diferentes quadrantes, planear será evitar que se ande dois passos para a frente e um para trás.

2. Aquela imagem pacata e resignada em que numa estrada pública vem um sector de cada vez (água, saneamento, gás, cabo…), e em que cada um abre e fecha a própria rua durando a obra anos a fio e sendo um interminável incómodo para os utentes… ou aquela obra de estrada realizada em pleno dia, ao calor do sol abrasador para os trabalhadores (porque não de noite?), a que se junta a incómoda paragem e confusão de trânsito, mau para os trabalhadores, mau para os utilizadores da via pública… aquela imagem… Os exemplos poderiam não terminar, num claro apresentar as desvantagens do não planear e do não assumir a equipa como o centro das decisões/acções.

3. É certo que muitas vezes tem de se apagar o fogo, correr para um SOS de urgência, mas esta terá de ser a excepção. A regra tem de ser um planeamento capaz de envolver todos os ângulos em causa... Não se fala só da obra física, mas da obra humana e comunitária. Esta aprendizagem – DA URGÊNCIA AO PLANEAMENTO – continua a ser um défice e por isso uma necessidade premente na cultura e filosofia de vida de nós, os portugueses. Quantas vantagens no planeamento estratégico e aglutinador dos vários actores em jogo! Quanta desvantagem gera a desorganização, a falta de método, o desleixo que multiplica as urgências da corrida desnorteada!

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 15 Julho , 2009, 17:24

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Retrato incompleto

Gente que lavra a água igual ao chão
Penteando os seus cabelos de moliço
É o povo que mantendo a tradição,
Dá vida ao moliceiro e ao seu feitiço.

Gente ousada na dura emigração,
Voltando à terra, findo o compromisso,
É o povo que, p’ra ter mais farto o pão,
Deixou, p’l mundo, a juventude e o viço.

Tomando em suas mãos o seu destino
A si mesmo se fez, desde menino,
Este povo de história tão grandiosa.

Peito aberto à saudade do futuro,
De coração honrado e gesto puro,
É gente boa, é gente da Murtosa!


Domingos Freire Cardoso

Editado por Fernando Martins | Quarta-feira, 15 Julho , 2009, 17:11
Companheiros de jornada
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Mesmo em férias, o professor
não se demite das suas funções

Mesmo em férias, o Professor não se demite das suas funções! A sua veia pedagógica nunca o abandona! Continua a incentivar, reprovar, avaliar... situações, actos, contextos!
Deambulava num destes dias ensolarados, à beira ria, nesta terra, abençoada por Deus e bela por natureza, sentindo o cheiro salgado a maresia!
Neste cenário relaxante, tão libertador da mente, dá consigo a meditar na evolução que a língua tem sofrido ao longo dos tempos. No domínio das relações humanas, profundas alterações se têm dado. Há palavras que na sua polissemia adquiriram outros significados, novos, estranhos, na sua análise de pessoa oriunda do século passado. A primeira que lhe veio, à mente, foi a palavra camarada, que o seu pai tantas vezes utilizou, para se referir aos colegas, na instituição das forças de segurança, na qual trabalhou um grande período da sua vida. Os seus camaradas, aqueles cujas vidas o tinham marcado, pela boa camaradagem partilhada, eram os seus colegas e amigos de mister. Hoje, volvidos 35 anos após a revolução de Abril, o significado da palavra afunilou, perdeu a amplidão, ganhou uma conotação restrita e muito politizada. Perdeu... a seu ver!
Companheiro/a, no seu tempo era o amigo da escola, o colega de carteira, num contexto restrito e bem claro! Hoje, no final da primeira década do século XXI, companheiro adquiriu uma enorme amplitude! De simples colega, compincha de escola, adquiriu uma conotação nova. Não recorda outra palavra que tenha feito uma viragem de tanta abrangência! Companheiro de jornada... ainda que numa 2ª ou 3º via! Nunca como nos dias de hoje, se ouviu proferir, com tanta frequência, “o meu/minha companheiro/a”! Noutros tempos a palavra marido/mulher tinham peso, numa sociedade que privilegiava os valores da fidelidade, da integridade, em suma, da instituição família! Hoje, a cada dia que passa, ficam mais restritos no seu campo de aplicação! A este ritmo......qualquer dia, os..... cônjuges, ficarão circunscritos à sua condição de arcaísmos!!!
Conservadora como é, a teacher, continua a fazer jus aos seu código linguístico anquilosado, arcaico (!?), sem sequer ter aderido ao acordo ortográfico! Assim, nesta senda linguística, continua a ser fiel ao seu antigo léxico e a chamar, com toda a propriedade, companheiro de caminhada... ou até de maratona, ao seu cannis de estimação, que não trocaria por nenhum substituto, qualquer que fosse o nome pomposo que lhe atribuíssem! Deve dizer, a título de curiosidade, que o recíproco também é verdadeiro! Os amigos de verdade, são pérolas preciosas nas relações humanas, tão conturbadas, dos dias de hoje!
E... a propósito de amizade, emerge do torpor morno em que se encontrava, um termo quase esquecido na gaveta do léxico, nos bons velhos tempos da outra senhora! Agora, mercê das Novas Oportunidades desta efervescente e promissora democracia, (!?) subiu à ribalta, revigorado, cheio de novas nuances conotativas e de um largo espectro semântico – amigos do alheio!
Sem se perder em elucubrações sobre o tópico... deixa aos nossos governantes e aos especialistas em Linguística, a análise e (de)composição da palavra!
Bom exercício gramatical!

Mª Donzília Almeida
15 de Julho de 2009

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