O provedor do leitor do PÚBLICO, Joaquim Vieira, assume com coragem o seu papel. No domingo, no seu texto habitual, critica abertamente o jornal que lhe paga, denunciando abertamente, mas com serenidade e oportunidade, critérios editoriais daquele diário. Tudo a propósito da posição do diário que nos habituou à sua posição de jornal de referência. Concretamente, sobre a forma como a redacção tratou os três manifestos divulgados por outros tantos grupos de economistas e outras personalidades do nosso panorama político-social. O PÚBLICO, directa ou indirectamente, não tratou da mesma forma os que defendem os grandes investimentos em que o Governo aposta e os que os desaconselham.
Apesar das explicações que o director do jornal lhe forneceu, a verdade é que o PÚBLICO errou escandalosamente nesta questão. E isso é mau para a credibilidade de um jornal de referência, com obrigações de ser honesto no tratamento jornalístico dos mais variados temas.
É certo e sabido que os jornais não podem cair na tentação de tomar partido na política. Se quiserem seguir essa orientação, então que o façam, mas não tentem esconder essa opção. E assumam as consequências.
Fernando Martins