de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Junho , 2009, 19:00

“Deixai vir a mim as criancinhas!”

Não pretende usurpar Direitos de Autor a Quem proferiu, há milénios, estas palavras, mas tão-só evocar quão partilhadas o têm sido, na sua tão penosa quanto longa carreira docente.
Neste dia, em que está no centro das atenções, das preocupações e comemorações, a criança merece algum debate e reflexão, por parte da teacher.
Desde muito cedo, foi alvo de estudos de comportamento, não fosse ela a matéria-prima duma profissão tão nobre, como é a lapidação de diamantes brutos. Das mãos dos professores, após muitas operações de profundo labor, saem as pedras preciosas que vão embelezar a vida e gerir os destinos do amanhã. Quando forem adultos! Quando tiverem ultrapassado, com sucesso, as várias etapas da sua formação, na qual os mestres são agentes activos e modeladores. Pretende-se que saia o melhor produto, que ganhe a excelência! Para isso se esfalfam e hoje, por todo o país, se desdobram em esforços para lhes proporcionarem alguns momentos agradáveis e em que elas são os únicos protagonistas.
Sim, as criancinhas merecem-nos o melhor e o maior empenho. Vêm à memória, episódios de violência contra as crianças em que a mais abominável, execrável a todos os níveis, é sem dúvida a pedofilia. Não há palavras de repúdio que possam expressar a intensidade da revolta e indignação que qualquer cidadão de bem possa sentir. Ultrapassa os limites da capacidade humana. É uma ignomínia!
Por outro lado, há que usar de bom senso e não cair no extremo oposto de tanta protecção, tanto facilitismo, tanta permissividade, que estão a conduzir as crianças de hoje a verdadeiros e pequeninos déspotas!
Vejamos como as políticas educativas têm conduzido o ensino em Portugal e como os seus agentes têm sido maltratados e vilipendiados com a pseudo-liberdade dada aos alunos em geral.
Foi moeda corrente em determinada época, que o ensino deveria ser ministrado com carácter lúdico, para que as crianças aprendessem a brincar! De tal modo isso ficou arreigado, que hoje, nas nossas salas de aula, deparamos com bandos de indigentes que nada mais fazem que boicotar sistematicamente o trabalho do professor.
Sempre teve alguma dificuldade em aceitar que a pura brincadeira, sem carácter de responsabilização, possa conduzir a uma interiorização de valores, como por exemplo o trabalho.
Se é dada, ao aluno, a possibilidade de recompor energias de descontrair, de brincar, em suma, nos intervalos das aulas que até são generosos, por que cargas de água não se deverá encarar o estudo, a aprendizagem como algo de sério, de consequente e não apenas um prolongamento do recreio? Vamos formar uma multidão de ociosos, de irresponsáveis, de parasitas?
Quem está no ensino há décadas vê com tristeza como as coisas têm acontecido neste país de brandos costumes, onde a transgressão e a violência estão a ganhar foros de práticas rotineiras.
Preconiza a teacher que... é de pequenino que se torce o pepino... e também com as abençoadas criancinhas deveria acontecer a mesma coisa!

M.ª Donzília Almeida
01.06.09

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Junho , 2009, 14:29

A Justiça Social virá quando não forem precisos os Bancos Alimentares

Quem há por aí capaz de duvidar da generosidade dos portugueses? Só os pessimistas, os que olham apenas e só para o seu umbigo. Afinal, pese embora as dificuldades por que todos passamos, o nosso povo soube responder ao apelo do Banco Alimentar Contra a Fome, durante o último fim-de-semana.
Segundo números já apurados, e que apontam para 1935 toneladas de alimentos recolhidos, houve um aumento, em relação a Maio do ano passado, da ordem dos 18 por cento. Ainda bem.
Contudo, é bom que nos habituemos à ideia de que esta é a solução imediata para responder à fome de muitos milhares de portugueses. A solução definitiva virá quando os Bancos Alimentares não forem precisos. Nessa altura, não haverá injustiças sociais.

FM

Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 01 Junho , 2009, 12:25

1. A campanha já vai alta, mas os níveis de reflexão efectiva sobre a Europa continuam muito baixos. A preferência pela intriga também já é elemento característico, como companhia dos vários processos eleitorais. Não se pense que é só em Portugal que ocorre este desvio; a Itália debate-se com a crítica a Berlusconi, a França debruça-se sobre Sarkosy. E parece que quanto mais os cidadãos estão “longe” da Europa ou a entendem só como dadora de subsídios, tanto mais o debate vai arrefecendo uma desejada reflexão ampla e aberta sobre a Europa para o século XXI. É natural que as grandes questões nacionais acabem por ser essa Europa mais perto em que a maturidade cívica tem dificuldades em reconhecer as virtudes e está logo pronta no apontar os defeitos.

2. Mas as lideranças teriam outra obrigação despertadora para os máximos possíveis de ligações entre os cidadãos e os lugares e poderes de decisão. Ao fosso que existe (e que acaba por ser lógico) entre Bruxelas e as comunidades locais e regionais, a elite política parece rendida à insignificância do debate sobre a Europa. Os problemas nacionais, também na conjuntura de crise, acabam por afogar as tentativas de uma reflexão de cidadania europeia. Talvez na actualidade terá sentido perguntar se «é mesmo possível debater a Europa?» Mesmo os que criticam o défice democrático da não realização de referendos sobre questões deste velho continente, a verdade é que o tempo e o modo de suas actuações parecem fazer desta época mais uma oportunidade eleitoral perdida.

3. Já bastava a distância geográfica dos centros de decisão europeia, já seria difícil ao nosso país de limitada intervenção cívica, quanto mais com a generalidade de um género crispado de campanha… Os apelos à não abstenção são esse último apelo a vencer as indiferenças que vão reinando, para mais em acto eleitoral de que não se vê o benefício imediato… Campanha terá de significar mais pedagogia... Cidadania? A faca e o queijo vão ficar na mesma?
-
Alexandre Cruz

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