de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 16 Maio , 2009, 20:53
Pintor Levi Reis

Na Galeria do Artesanato, junto ao Café Calisto, na Gafanha da Nazaré, vai realizar-se um workshop de pintura a óleo, nos dias 13 e 14 de Junho, com a colaboração do pintor Levi Reis. A iniciativa é de Helena Ferreira, que participou, há tempos, numa experiência semelhante, de que gostou imenso. De tal forma, que decidiu avançar agora com esta oferta a todos os que gostam de artes decorativas, de colaboração com Madalena Ferreira, da Galeria do Artesanato, com quem mantém uma parceria saudável.
O workshop vai funcionar com um mínimo de oito pessoas, pelo que os interessados devem inscrever-se quanto antes, na Avenida José Estêvão, n.º 243, Gafanha da Nazaré.
Para mais informações, visitar http://artesdecorativas-tantasideias.blogspot.com/

Editado por Fernando Martins | Sábado, 16 Maio , 2009, 13:08

20 Maio, quarta-feira, 21 horas


Pessoas, problemáticas e respostas

Painel sobre Retrato de Problemáticas Sociais

Moderação:Padre João Gonçalves, coordenador da Pastoral Social Diocesana e coordenador nacional da Pastoral das Prisões

Intervenções: Belmiro Couto – Ceia com Calor: apoio aos sem-abrigo, das Florinhas do Vouga;
Lyudmila Bila – Associação de Apoio ao Imigrante;
Hélder Santos – Unidade de Desenvolvimento Social da Segurança Social Aveiro

Organização: CUFC, Cáritas Diocesana de Aveiro e PANGEA ong


Editado por Fernando Martins | Sábado, 16 Maio , 2009, 11:23

Sentido de humor


Era uma aula de 90 minutos, uma óptima oportunidade de se fazer uma boa preparação para o teste próximo.
Tinha planificado as actividades, minuciosamente, com o objectivo de uma boa “refrescadela” da matéria leccionada.
Os trabalhos foram decorrendo com a espontaneidade e a irreverência próprias desta faixa etária - dez aninhos frescos e hiperactivos!
A teacher rejubilava, quando por artes mágicas (!?) conseguia “ouvir” o silêncio... passe o paradoxo... É uma realidade que sabe a música, especialmente aos ouvidos torturados de um docente e que no seu ambiente de trabalho, é cada vez mais, algo de virtual, quase utópico!
Mas, neste dia, a estas horas da matina, os ânimos estavam ainda entorpecidos pelo sono dilatado do fim-de-semana. Aproveitando esta pseudo apatia e para espevitar os sonolentos, a teacher inicia a aula com uma breve nota humorística. Também se insere na pedagogia, já que predispõe as mentes para um trabalho mais frutífero; descontrai, retempera e estimula. Assim pensa a mestra e foi neste pressuposto que se aventurou a iniciar aquela aula com uma “gracinha”. - O que faz um magalinha debaixo de uma janela? Claro que o vocabulário desta tirada, em Língua Materna, não integra o léxico destes moradores do século XXI. O magalinha que namora a sopeira, são arcaísmos que precisam de actualização na gíria estudantil que incorporou como linguagem corrente, boé, Ya... etc... A teacher ainda não domina este dialecto, apesar da sua atracção por línguas estrangeiras e do seu contacto permanente com os falantes do referido linguajar!
A piada só foi entendida por alguns alunos com sentido de humor mais exacerbado e que já apreenderam as marcas do discurso humorístico. A elisão usada na dicção do falante, traz a ambiguidade do humor... que só alguns entenderam.
Os trabalhos decorreram dentro da normalidade, tendo a teacher sido forçada a refrear alguns alunos vocacionados para futuros “entertainers” e concorrentes dos afamados Herman José, Mr Bean...etc Queriam estes contar também uma anedota, uma brincadeira, um dito jocoso!
Ah! Que bom haver alguém que tem por vocação, alegrar, tirar do torpor depressivo em que está mergulhada esta sociedade hodierna! Com tanta miséria por aí a olho nu, com tanto desemprego a aumentar cada dia que passa, com a violência a recrudescer nos nossos meios urbanos, há que dar apoio e incentivo a quem quer ser humorista!!! Fazer rir um povo... que só tem motivos para chorar... é uma obra de misericórdia!!! Mestres do verdadeiro humor! E... se rir é a melhor terapia para a depressão... deixemos vir ao de cima, o sentido de humor!
Foi neste contexto, que no fim da aula quando os alunos já tinham começado a sair, o RPT, não confundir com RTP, qualquer semelhança é pura coincidência, se abeirou sorrateiramente da teacher e lhe perguntou:
- Sabe por que a água foi presa?
A teacher estava boquiaberta e... aguardava, ansiosa, a emissão daquele “programa humorístico!”
- Porque matou a sede!
Ah! Viva o humor, viva a boa disposição, viva a genuína alegria e... viva eu... que tenho o privilégio de aprender com esta gente de palmo e meio! Cogita a teacher atirando uma estrepitosa gargalhada, como a súmula da sua boa disposição.
E o recado que tencionara enviar, na caderneta do RPT, pelo seu humor... sempre à flor da pele... ficou no tinteiro... pois não queria coarctar a tendência inata dum humorista promissor !

Mª Donzília Almeida
11.05.09
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Editado por Fernando Martins | Sábado, 16 Maio , 2009, 11:02

Cardeais no casino - no caso vertente, no Casino da Figueira - é já por si notícia. Quem imaginaria, há poucos anos ainda, cardeais a falar sobre religião no casino? Mas porque não? Não poderão os casinos abrir-se também à cultura? Também aceitei ir lá, para uma conferência sobre Religião, Religiões e o Diálogo Inter-religioso.

Primeiro, foi o patriarca de Lisboa, cardeal José Policarpo. No decorrer descontraído da conversa, saiu a famosa advertência às portuguesas quanto a possíveis amores com muçulmanos: "Cautela com os amores! Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam."

Eu estava lá e pensei logo no monte de sarilhos em que ele próprio estava a meter-se. Quando me perguntaram, respondi que os termos do pronunciamento não tinham sido de modo nenhum os mais adequados. Mas que estava de acordo quanto à substância, pois conheço casos dramáticos na Suíça e na Alemanha. Aliás, o cardeal referia-se sobretudo à ida para os países deles, onde as mulheres podem ficar sujeitas à lei islâmica.

Aqui está a importância da separação da Igreja e do Estado. Apesar de tudo, no mundo ocidental, há a lei civil e a sua protecção. Não foi a Igreja que concedeu, por exemplo, a possibilidade do divórcio.

No mês seguinte, foi o cardeal José Saraiva Martins. Desta vez, o clamor foi sobretudo por causa do pronunciamento sobre os homossexuais. A "homossexualidade não é normal, temos que o dizer. Não é normal no sentido de que a Bíblia diz que, quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher. É o texto literal da Bíblia, portanto, esse é o princípio sempre defendido pela Igreja".

Interrogado sobre o tema, digo em síntese: não deve haver discriminação dos homossexuais e não vejo porque é que o Estado não há-de reconhecer para eles uma forma de união, com consequências jurídicas semelhantes às dos casados. A questão reside em saber se há-de chamar-se-lhe casamento. A palavra não é indiferente nem a questão é religiosa. Como disse o filósofo ateu Bertrand Russell, "o casamento é algo mais sério do que o prazer de duas pessoas na companhia uma da outra; é uma instituição que, através do facto de dela provirem filhos, forma parte da textura íntima da sociedade, e tem uma importância que se estende muito para além dos sentimentos pessoais do marido e da mulher".

Foi também no casino que, no mês de Fevereiro, Saraiva Martins, antigo Prefeito da Congregação dos Santos, anunciou a canonização para breve - aconteceu, no Vaticano, no passado dia 25 de Abril - de Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável.

Por causa dos milagres exigidos para uma canonização, perguntam-me frequentemente se acredito em milagres. Respondo que só acredito nos milagres do amor. Quanto aos "milagres" no sentido estrito - aqueles que Deus faria sobrenaturalmente, suspendendo as leis da natureza -, mantenho razoável cepticismo. "Então, não acredita que Deus pode tudo?" Não, não acredito, pois a maior parte das vezes fala-se da omnipotência divina de modo infantil. Deus não pode, por exemplo, fazer com que dois mais dois sejam cinco nem cometer suicídio.

A razão do meu cepticismo é, porém, mais funda. Acredito em Deus infinitamente bom e poderoso, criador dos céus e da terra, como diz o Credo. Se acredito em Deus criador a partir do nada - sublinhe-se que a criação não se opõe ao evolucionismo -, creio nele enquanto continuamente criador. Deus não está fora do mundo - ele é infinitamente presente ao mundo. Ora, os milagres pressupõem que Deus está fora do mundo e que, de vez em quando, de modo arbitrário, vem ao mundo, interrompendo as leis da natureza. Porque acredito que Deus está dentro e não fora, pois é Força criadora infinita, não acredito nos tais milagres.
Porque creio nos milagres do amor, pergunto muitas vezes porque é que ainda não foi canonizado o Padre Américo, modelo de amor cristão, em generosidade sem limites, inteligente e eficaz, no quadro de uma pedagogia para a liberdade e autonomia.

Anselmo Borges
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