de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Domingo, 19 Abril , 2009, 19:22


O passado é importante e bom, mas é preciso preparar e rentabilizar o futuro


Celebrou-se, hoje, o oitavo aniversário da elevação da vila da Gafanha da Nazaré a cidade, com um programa de alguma forma simbólico, já que não estamos em maré de grandes festas. Também oito anos de cidade não são um número “redondo”, como agora se diz. Contudo, o hastear das bandeiras, junto à sede da Junta de Freguesia; a visita à Fundação Prior Sardo, na casa de Remelha; a passagem pela Via de Cintura Portuária; a participação na Missa das 11 horas, na igreja matriz; e o almoço de trabalho com entidades e dirigentes associativos, no Navio-Museu Santo André, constituíram um programa comemorativo condigno, que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, tendo como anfitrião o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra. Associaram-se autarcas, o Prior da Freguesia, Padre Francisco Melo, e diversas entidades.
Na missa de acção de graças, o nosso prior aproveitou a oportunidade para lembrar que a freguesia e a paróquia nasceram juntas, tendo referido que as comemorações devem ser uma homenagem à “força de todos, mulheres e homens, que nesta terra trabalharam e continuam a trabalhar, para tornar esta sociedade, que vive entre a ria e o mar, de sabor a sal, cada vez mais próspera, inclusiva e justa, e onde a paz tem de ser a palavra de ordem”.
Questionado sobre como gostaria de brindar a nossa cidade e o seu povo, no próximo ano, altura em que se celebra o centenário da freguesia e paróquia da Gafanha da Nazaré, Ribau Esteves adiantou que o Centro Escolar e Educativo da Cale da Vila, “obra que começará nas próximas semanas, para ficar pronta em Março ou Abril de 2010”, será uma prenda importante. Isto, “porque a Educação foi e é sempre o nosso sector prioritário”, afirmou.
Garantiu que 2010 vai ser o ano do “arranque físico das obras de saneamento básico”, na Gafanha da Nazaré, “para acabarmos os 50 por cento da cobertura que nos faltam, ao nível da cidade”.


Referiu, a propósito desta questão, que, muito brevemente, vão ser tomadas decisões bastante significativas, envolvendo os 11 municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), sobre “o investimento na expansão das nossas redes de água e saneamento e de gestão dessas mesmas redes”.
O autarca ilhavense sublinhou que até final deste ano ficará concluída a obra de ampliação e remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, “para darmos melhores condições ao desenvolvimento cultural das populações desta cidade”. E logo acrescentou que há uma outra prenda, para beneficiar quatro instituições privadas, a chamada Casa da Música, que gostaria de oferecer no ano do centenário da freguesia e paróquia. As suas dúvidas prendem-se com o facto de ainda não ter conseguido realojar uma família que habita o edifício que se pretende aproveitar. “Há alternativa para o realojamento, mas falta convencer a referida família a aceitar a nossa proposta”, disse.
Ribau Esteves frisou que a Câmara quer assinalar o centenário com uma outra obra, muito significativa. Trata-se da qualificação do centro urbano da Gafanha da Nazaré, o que implica o arranjo do “troço central que envolve a igreja matriz, na Av. José Estêvão, e a construção, nos terrenos do antigo mercado, da nova sede da Junta e dos CTT”. Falta o financiamento da CGD, que tarda, para este objectivo, mas, “se não se for por aí, vamos procurar outra solução”, garantiu. E acrescentou: “É um objectivo com estatuto formal de prenda, na medida em que o nosso compromisso é que essa obra, o seu desenvolvimento e finalização, marque, de forma histórica, o centenário da freguesia.”


Na Fundação Prior Sardo, uma instituição criada pelo Prior José Fidalgo, para apoiar, sob as mais diversas formas, as famílias, Ribau Esteves, que foi o primeiro presidente da direcção, considerou “exemplar o trabalho de resposta às dificuldades” das pessoas. Ainda criticou o secretário de Estado do Ordenamento do Território, do Ministério do Ambiente, João Ferrão, por não ter disponibilizado uma parcela de terreno de 400 metros quadrados, da zona da Colónia Agrícola, para a construção de uma creche da Fundação, por considerar "irrelevante o projecto".
O presidente da Câmara de Ílhavo considerou que é fundamental que haja gente solidária, mas frisou que as instituições são precisas, tal como “são precisas regras para servir bem quem mais necessita, organizadamente”. E mais: "O passado é importante e bom, mas é preciso preparar e rentabilizar o futuro."

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Domingo, 19 Abril , 2009, 19:15
Leonardo da Vinci

1. Os grandes autores da época do Renascimento primaram pelo espírito aberto de polivalência, do saber de tudo um pouco, da procura da visão de conjunto. Não, porventura, numa tentativa de explicação fixista unitária de tudo, mas na dinâmica procuradora do desenvolvimento humano integral, onde todas as faces da vida que nos envolve merecerão ter da parte do ser humano uma abordagem. Um dos maiores génios de sempre da humanidade vem desta época, Leonardo da Vinci (1452-1519). Das suas habilidades, do que nós hoje chamaríamos de polivalência, ele foi: pintor, escultor, arquitecto, matemático, engenheiro, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, escritor, poeta e músico do chamado Renascimento italiano. Teve, ainda, além de outras, intuições na área da futura aviação.
2. Claro que não vamos pedir tanto a nós próprios nem aos que hoje estudam ou ontem estudaram! Génio é génio! Mas haveremos sempre de pedir não um afunilamento demasiado na especialidade que faça perder a noção da globalidade (E. Morin). Poderemos mesmo colocar em esquema esta dúvida: o mercado de trabalho reclama polivalência adaptativa à realidade, mas, objectivamente, os circuitos dos estudos vão-se apurando sempre mais na especialização. Como articular? Por vezes perguntamo-nos a nós próprios: como pedir POLIVALÊNCIA, esta que traz consigo também a exigência e aceitação humanista e a capacidade de adaptação e recriação mediante as novas situações e mesmo as dificuldades…quando a formação aposta fortemente mais numa especialização no pormenor (?).
3. Nos tempos actuais (não dizemos se de crise, pré-crise ou pós-crise), esta capacidade de adaptabilidade generosa, na aceitação própria da gradualidade da construção da casa (seja física seja da vida), dará garantias de ser-se melhor profissional e mais cidadão na procura de cada dia (no pressuposto da ética) nos irmos moldando. Um novo renascimento!

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Domingo, 19 Abril , 2009, 15:13
BACALHAU EM DATAS - 17



Júlia I

SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX - BENSAÚDE E MARIANO


Caríssimo/a:


E continuemos a nossa saga...


1857 - «…Mas em 1857, a Companhia [de Pescarias Lisbonense] viu-se forçada a suspender a sua actividade, por razões que se prenderam com o agravamento das leis fiscais.» [Creoula, 09; HPB, 27; Oc45, 79]
1865 - «O “imposto de pescado” já se elevava a 6 %.» [HPB, 26/28]
1866 - «Em 1866 voltou a ressurgir a Faina Maior com a empresa Bensaúde & C.ª, do Faial, que, por razões climatéricas, transferiu mais tarde a seca do bacalhau e as instalações principais para o Barreiro.»[Creoula, 09]
«Nove anos depois da falência da Companhia das Pescarias Lisbonense (1857), em 1866, apareceram dois novos armadores “Bensaúde e C.a” e “Mariano e Irmãos” que armaram nesse ano 4 veleiros: HORTENSE, 98 t, SOCIAL, 148 t e 25 homens; JULIA I, 217 t e 41 homens; JULIA II, 145 t e 28 homens. O JULIA I e o JULIA II serão mesmo armados em lugres-patacho. De 1866 a 1903, estas duas empresas acabaram por ter praticamente o exclusivo da pesca do bacalhau.» [HPB, 28]
1875 - «A grande revolução nos métodos de pesca empregados ocorreu em 1875, ano em que se fez o primeiro ensaio com "dories", embarcações ligeiras de fundo chato, utilizadas há muito pelos pescadores americanos. As pesadas chalupas de difícil e perigosa manobra, quer no arrear, quer no içar para bordo, viram assim terminado o seu ciclo de utilização diário. Entre os franceses, cada dory era tripulado por dois homens, visto serem ligeiramente maiores que os dories usados pelos portugueses, estes ocupados por um só homem. A pesca era agora feita pelos pescadores isolados nas suas pequenas embarcações, senhores e donos do seu trabalho e do seu destino, ficando o navio fundeado no mesmo sítio durante vários dias, enquanto a abundância de pesca o justificasse.»[HDGTM, 40]
1885 - «Na Figueira da Foz, diz Rui Cascão, a pesca do bacalhau “reiniciou-se de facto em 1885, utilizando um só navio – o JÚLIA 1.º – com apenas 82 toneladas de lotação – sob o comando do capitão José da Cunha Ferreira (1856-1945).” »[Oc45, 79]
1886 - «Segundo Rui Cascão partiram para a Terra Nova dois navios – JÚLIA 1.º e JÚLIA 2.º, com a tonelagem de 270 m3.» [Oc45, 80]
1888 - «Das cerca de 21.000 toneladas que entraram no país, apenas 923 foram pescadas por navios nacionais.» [Oc45, 67]
1889 - «Segundo Rui Cascão “As campanhas [da pesca do bacalhau] foram feitas com 3 navios de 1889 a 1901, com excepção dos anos 1895/1896 e 1900”.» [Oc45, 80]
1890 - «Construção do navio ADÍLIA nos terrenos marginais da Cale da Vila, pelo pai do celebrado Mestre Mónica.» [Tim, Set/1990, “Toca a Marchar”]
1891 - «Em 1891, a empresa Bensaúde & C.ª deu origem à Parceria Geral de Pescarias que a par com a Mariano e Irmãos, da Figueira da Foz, deteve o exclusivo da pesca do bacalhau em Portugal.»[Creoula, 09]


Manuel

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