de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 28 Outubro , 2008, 15:37

O debate plural dos Valores

1. É saudável quanto natural e mesmo importante que nem todos concordem com tudo. Seria monótono um unanimismo social que poderia asfixiar a liberdade do próprio pensamento e reflexão. Mas, todos hão-de considerar que sobre determinados assuntos essenciais da vida em comunidade o esforço do consenso é tarefa insubstituível. Este é um debate sempre aberto (?), no discernimento das ténues fronteiras entre o querer e o dever, o indivíduo e a comunidade. O facto lógico de que o que para algumas sociedades é um Valor para outras não o é não deve deixar à deriva o debate dos valores. Este anseia por horizontes de abertura de espírito para sua realização.
2. Considerar-se a relatividade dos valores (em termos de tempo e espaço) no seu existir socioantropológico não pode ser confundido com o relativismo de tudo o que pode esbarrar para a ausência das próprias referências ético-sociais. Felizmente algumas instâncias credíveis, reconhecidas e visionárias sobre o essencial para o futuro humano vão lançando na praça pública o debate dos valores fundamentais, este que persiste em não ser pacífico, talvez porque a pequenez do olho humano veja nele mais o “cisco” da fronteira qualificada de moralista que a nobre abrangência da procura situada dos valores essenciais para a Humanidade se entender no caminho. Esta atenção ao particular que divide e dificuldade em perscrutar o universal do mundo que somos é, por si, sinal do fechamento que aprisiona.
3. Temos dado ecos da pertinente Conferência Gulbenkian «Que valores para este tempo?» (2006). Destaquemos agora a UNESCO que nos seus Debates para o Século XXI, sob a direcção de Jérôme Bindé, questiona «Para onde vão os Valores?» (2006, Piaget). Se o primeiro passo é enfrentar o debate sobre o (valor dos) Valores, o segundo será perguntar se eles dependem da mera estatística social e cultural ou se têm um estatuto (ético) próprio (?) … Sim, dá pano para mangas!

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 28 Outubro , 2008, 11:09

Mário Soares: exemplo de vitalidade intelectual e cívica

Quando li hoje a habitual crónica semanal de Mário Soares no Diário de Notícias, não pude deixar de pensar na sua extraordinária capacidade física, intelectual e cívica, em actividade constante. O antigo Presidente da República, que completa 84 anos no próximo dia 7 de Dezembro, mostra à saciedade que há, efectivamente, idosos jovens, tal é a força e a coragem com que intervêm no mundo das ideias e das convicções. Mário Soares é um deles.
Podemos discordar das suas posições políticas, podemos aceitar que nem sempre apresenta propostas com aceitação plausível, mas a verdade é que está no mundo, com uma rara intuição para dizer o que pensa, com uma juventude de espírito invejável.
Não é nem nunca foi uma pessoa acomodada, teima, com uma dignidade rara, em marcar presença no quotidiano do país e do mundo, insiste em lutar, por todas as formas ao seu alcance, por um mundo melhor. Um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano.
E faz tudo isto com uma coragem exemplar, ao jeito de quem nos quer dizer que não podemos nem devemos ficar alheios aos problemas dos homens e mulheres do nosso tempo. A indiferença, o comodismo e o desinteresse são, simplesmente, apanágio de gente derrotada, sem alma, sem vida.
Obrigado, Dr. Mário Soares, pelo seu exemplo.

Fernando Martins

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 28 Outubro , 2008, 10:38

Bispos portugueses felizes com o trabalho do Sínodo. D. Anacleto de Oliveira e D. António Bessa Taipa fazem um balanço do que sentiram no Sínodo, que decorreu no Vaticano, durante três semanas.

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 28 Outubro , 2008, 10:00
4– Diocese de Aveiro segue Vaticano II

Vinte anos depois do Vaticano II, concretamente, em 1985, inicia-se a formação dos primeiros diáconos permanente na Diocese de Aveiro. Após uma sessão de informação a que presidiu D. Manuel de Almeida Trindade em conjunto com D. António Marcelino, Bispo Coadjutor, e em que estiveram presentes, além do Padre Georgino Rocha, os párocos com os homens que haviam convidado, os candidatos iniciaram os primeiros encontros, seguindo o programa de formação aprovado pela conferência Episcopal Portuguesa.
Da lista inicial, constam:
José Joaquim Pedroso Simões, da Gafanha da Nazaré; Daniel Rodrigues, da Glória; João Afonso Casal, da Glória; Manuel Fernando da Rocha Martins, da Gafanha da Nazaré; Luís Gonçalves Nunes Pelicano, da Palhaça; Fernando Reis Duarte Almeida de Óis da Ribeira; Afonso Henriques Campos Oliveira, de Recardães; Augusto Manuel Gomes Semedo, de Águeda; e Carlos Merendeiro da Rocha, da Gafanha da Nazaré.
Participaram ainda na formação Domingos Carvalho Moreira, da Vera Cruz; Carlos Valentim de Sousa e Silva, da Vera Cruz; José Fernandes Arede, de Águeda; e Manuel de Oliveira Marques Ferreira, de Beduído. Estes candidatos não foram ordenados, por razões pessoais.
O Carlos Merendeiro faleceu em 17 de Fevereiro de 2003, depois de uma vida cheia, como leigo e como diácono permanente, de amor à Igreja e de dedicação à causa da Boa Nova de Jesus Cristo.
A formação decorreu em Aveiro, semanalmente, durante três anos e cinco meses, incidindo os temas de estudo e reflexão sobre Concílio Vaticano II – História e constituições e Teologia do Diaconado; Pastoral da Palavra e Pastoral Litúrgica; Pastoral sociocaritativa e Sentido pastoral das leis e da disciplina canónica. A seguir à ordenação, os estudos abordaram temas de eclesiologia, teologia do presbitério e teologia do laicado; Moral familiar e Doutrina Social da Igreja; Dinâmica de grupos, Catequética e trabalhos de cartório; Teologia da oração, da vocação e da Liturgia das Horas; Ministério do leitorado, do acolitado e do diaconado.
Como prelectores, registamos, entre outros, que deram contributos esporádicos, os seguintes: D. Manuel de Almeida Trindade, D. António Baltasar Marcelino, Padres Georgino Rocha, Querubim Pereira da Silva, Urbino Pinho, Manuel António Carvalhais, José Henriques da Silva, Júlio Franclim Pacheco e Monsenhores Aníbal Ramos e João Gaspar.
A formação apoiou-se em retiros, recolecções, encontros de oração e acções de intervenção pastoral e social, com apresentação de relatórios dos trabalhos desenvolvidos e das conclusões conseguidas. Em algumas acções de formação e oração participaram as esposas.
Importa sublinhar que, antes da ordenação, D. António Marcelino visitou as famílias dos candidatos, com o objectivo de as esclarecer sobre o passo que o marido e pai estaria disposto a dar, colocando-se ao serviço da Igreja, de forma ministerial. De todas as famílias recebeu a anuência à decisão a tomar pelos candidatos.
Fernando Martins

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