de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 18 Setembro , 2008, 14:20
Eu identifico-me, presentemente, com três praias: Barra, Costa Nova e Figueira da Foz. Gosto de outras, mas estas enchem-me as medidas, por razões pessoais. Aqui ficam três fotos, com as legendas que justificam as minhas opções. Mas que fique claro: não quero que haja ciúmes entre as minhas três praias.

BARRA

Gosto da praia da Barra porque nasci a dois passos do seu mar e do seu areal. Desde tenra idade, identificava, na noite silenciosa, o som cadenciado das ondas a estenderem-se na praia, o trabalhar dos motores das traineiras a saírem para o mar, o rugido da ronca a anunciar nevoeiro na costa, a luz do farol com avisos à navegação.
Agora, que preciso de caminhar, a praia da Barra dá-me a possibilidade de entrar no mar, um bom quilómetro, pelo molhe sul, para sentir distintamente a maresia, o palpitar do mar, ora sereno ora bravio. Mas ainda para me deliciar com horizontes largos, aqui e ali assinalados por navios que passam ao largo ou entram na barra.

COSTA NOVA


A Costa Nova também me está no sangue e na alma. Os sons confundem-se ou misturam-se, irmãmente, com os da Barra. E se o mar é o mesmo, a laguna que bordeja a povoação, com 200 anos de vida, enche-nos a alma de paz. Olhando-a, de pertinho, ali estão a beijar-nos os pés a sua água transparente, os seus barquinhos à vela que nos convidam para viagens de tranquilidade, os pescadores na safra que os alimenta, a vontade de dar um saltinho até às Gafanhas, com ponte à vista
Ao longo da ria, na Costa Nova, há sempre a possibilidade do encontro com outras gentes que procuram um ar cada dia diferente.

FIGUEIRA DA FOZ



A praia da Figueira da Foz foi, para mim, uma conquista tardia. Nem por isso deixo de a admirar, como se pode e deve admirar uma terra com tradições antigas na arte de aproveitar o sol à beira-mar, sobretudo para a burguesia. Depois, e bem, democratizou-se, e hoje a praia da Figueira é de toda a gente.
Aquela marginal a perder de vista, com areal de um lado e vida urbana do outro, com o oceano, ao longe, a desafiar-nos, tudo isto me encanta em dias de menos vento e de mais sol.
Gosto de por ali caminhar, cruzando-me com quem passeia tranquilamente ou insiste em perder peso, com gente jovem e menos jovem, a pé ou de bicicleta e sempre com a serra da Boa Viagem à vista.

Fernando Martins


Editado por Fernando Martins | Quinta-feira, 18 Setembro , 2008, 14:20
“Diziam-me há dias que Portugal era, na Europa, o país com as maiores manchas de pobreza concreta. Não vi dados comprovativos nem comparativos, por isso não afirmei nem neguei. Sei apenas que abundam expressões e situações de pobreza escancarada e envergonhada, com tendência a aumentarem. Também sei que, por vezes, nos diversos sectores de vida - políticos, religiosos, empresariais, culturais - há mais retórica que acções concretas.
Os pobres, incapazes de saírem, por si, das valas profundas para onde foram empurrados, são um grito permanente pela justiça, partilha efectiva de bens, reconhecimento e defesa de direitos humanos não promovidos, nem respeitados. Um grito que tem de nos acordar e incomodar.
Muitas situações podem resolver-se se todos quisermos. Quando o conseguirmos, temos mais autoridade para exigir a quem pode que resolva o que nos ultrapassa."
António Marcelino
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