de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 23:27

É inaugurada no próximo dia 4 de Outubro, no Centro Cultural de Ílhavo (CCI), uma exposição de aguarelas do pintor Ilhavense António Neves, denominada LATITUDES.
Esta mostra individual de pintura é a primeira deste artista naquele espaço, após as exposições de Cândido Teles e João Carlos Celestino Gomes, que se manterão em local próprio no CCI.
Questionado sobre a razão do nome LATITUDES para estes seus trabalhos, o aguarelista confidenciou-nos que, “tal como o significado da palavra, são linhas imaginárias criadas para cortar a Terra, também a pintura é feita de linhas onde o imaginário do artista traça, na tela, horizontes por vezes impensáveis de alcançar ou nunca visitados, sendo esta uma forma de viajarmos por esses locais”.
Ao longo de 21 anos de pintura, sente-se, nos trabalhos mais recentes do aguarelista António Neves, uma maior intensidade e rigor nas formas e nas cores, sejam as paisagens quentes e arrebatadoras do Brasil ou do Alentejo, passando pelos tons tristes e bucólicos das margens do Douro e do Tejo, sejam os amarelos dos eléctricos de Lisboa, não esquecendo a nossa laguna e os barcos típicos da região.
Viajante inconformado, sempre à procura das realidades imaginadas, é capaz de transmitir o que vê e o que lhe dita a inspiração, exprimindo contrastes, sentimentos, beleza e cores, numa simbiose artística, ao mesmo tempo impondo ao espectador uma serenidade estonteante, comparada com a acalmia de uma qualquer maré baixa do oceano, num fim de tarde de um qualquer mês de Setembro.
Com 44 anos, já reconhecido como aguarelista de relevo, encontra-se neste momento a preparar duas exposições para levar, pela segunda vez, ao Brasil (Cabo Frio – Rio de Janeiro) na Galeria AB e no Centro Cultural de Charitas.

Carlos Duarte
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 18:18

«A CNIS foi esta manhã chamada a Belém. Num encontro entre o Presidente da República, o Pe. Lino Maia e Eugénio Fonseca, ficou patente o reconhecimento que Cavaco Silva tem pelo trabalho das instituições particulares de solidariedade social em Portugal.
O Presidente da República quis ouvir o que a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade pensam sobre a situação social, as expressões da crise e perceber a disponibilidade de as instituições continuaram o seu trabalho para reduzir os efeitos da actual crise.
O Pe. Lino Maia, Presidente da CNIS, explica à Agência ECCLESIA que Cavaco Silva demonstrou uma “grande preocupação pelo actual momento”. O Pe. Lino Maia lê um “momento difícil que se perspectiva mais complicado ainda, com a sensibilidade financeira mundial, e com implicações graves na situação nacional”.»
Fonte: Ecclesia

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 17:47
Caro Professor Fernando Martins,

Algumas vezes, utilizo algum do meu tempo livre observando os comentários do "Pela Positiva". São comentários pessoais e por isso, merecedores e dignos de respeito.
Em reunião da Assembleia Municipal quando efectuei aquele requerimento à Exma Mesa, foi porque tal reunião me suscitou dúvida podendo estar em causa decisões importantes tomadas / aprovadas naquela mesma reunião. Não será obviamente, de "tanto quanto sei, ninguém da autarquia se opôs..." que havendo alguma ilegalidade ela o não seja pelo facto de ninguém se opôr. A bem da verdade e liberdade do pensamento não deve o sr professor exprimir-se desta maneira. É claro que todos nós ilhavenses, pertencentes a um mesmo concelho, ficámos deveras satisfeitos com tal espectáculo que foi termos nesta terra maruja a presença dos maiores veleiros do mundo. A minha dúvida, não é de maneira nenhuma "ninharias", ou mesmo "politiquices" porque o sr professor se estivesse na última reunião da Assembleia Municipal e que se prolongou até à uma da manhã de sábado, veria que fui eu, e depois de terem falado PCP e PS, o primeiro a observar aquela acção do executivo, dando nota meritória à presença dos grandes veleiros.
O Eduardo Ferreira, sr professor, não faz politiquices porque não tem personalidade tão destrutiva para se atrever a tal. De resto sr professor, queira desculpar mas o seu comentário parece uma defesa do próprio executivo. Aqui, julgo não haver qualquer necessidade desta vontade de defender já que nesta questão não há nada para defender porque o executivo não foi atacado e, mesmo se o fosse, teria concerteza capacidade própria para o fazer.
Queira-me com respeito e, se possível, publique este meu pensamento no vosso "Pela Positiva".

Eduardo Ferreira
::
Meu caro amigo

Não assisti, de facto, à Assembleia Municipal, para fazer um comentário com base no que ali foi discutido. Limitei-me a comentar o que veio a lume na comunicação social e que foi amplamente divulgado. Não pretendi atacar ninguém, mas tão-só a ideia de se perder tempo com a eventual ilegalidade da sessão, pelo simples motivo de ter sido realizada num navio estrangeiro, quando há tantos problemas mais importantes, e urgentes, a debater.
Como sabe, tenho o maior respeito pelas ideias dos outros, mas não posso ficar indiferente, como se nada tivesse acontecido, a um protesto que não leva a parte nenhuma. Se o senhor tiver razão, e até admito que a possa ter, apenas vai obrigar a que se realize mais uma reunião da Câmara. Só isso.
Permita-me que lhe diga, com toda a honestidade, que nada me liga ao PPD/PSD, a não ser as amizades pessoais, que essas não têm partido político. E neste caso, tenho amigos, muito chegados, em todos os partidos, pela maneira respeitosa como lido com todos eles.
De qualquer forma, quero apresentar-lhe as minhas desculpas, prometendo-lhe que ficarei atento ao desenrolar do acontecimento, na certeza de que darei a mão à palmatória, se for caso disso.

Fernando Martins

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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 14:01
A consolidação do ser cultural


1. Talvez nunca como hoje as mobilidades desinstalam aquilo que se julgavam ser os públicos e as práticas garantidas. Os vários níveis, pessoais e institucionais, de pertença são desafiados à renovação contínua, sem que com isso se perca aquilo que pode ser «a “ponta” por onde se lhe pegue». É uma virtude imensa a vasta rede de solicitações, das reais às virtuais; mas, tantas vezes, com pena, sente-se o perder de ponte com as memórias essenciais... A coragem da adaptação aos novos cenários, da autocrítica como quem procura antever o futuro, a mudança renovadora como atitude contínua, serão alguns dos ingredientes capazes de unir no presente a memória da história ao desejado futuro humano cultural.
2. Toda a gama mais variada de instituições comunitárias debatem-se com esta problemática. No início de cada ano projecta-se e inscreve-se como objectivo um maior investimento nas redes de relacionamentos (família, escola, sociedade, trabalho), procurando uma maior pertença e participação. Na decorrência das profundas avaliações realizadas, erguem-se propósitos que quererão consolidar as ideias e as práticas de que somos seres culturais e que sem «cultura» activa e participativa acabamos até por ficar a anos-luz do melhor lema de vida, esse que conduziu os grande sábios que nos ajudam a pensar. Da ampla abrangência a ponto de quase-tudo ser cultura, valerá a pena o esforço de focalizar-se em algo que, ainda que não esteja da moda, seja enriquecedor e fortalecedor das raízes que darão fruto comunitário.
3. Se há sector que, no fundo, não deveria sofrer qualquer crise financeira deveria ser a proposta cultural. Porque esta pode ajudar à redescoberta de soluções viáveis e representa o investimento mais significativo, mesmo em educação, para sermos comunidade que aprecia e valoriza o património que temos, para mais nos estimarmos e engrandecermos no património que SOMOS. Está nas mãos de todos?!

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 11:38

De tempos a tempos, surge em público a questão sobre se a Igreja em Portugal deveria ter ou não um órgão nacional na imprensa para funcionar como voz oficial, que deixasse claras as posições da hierarquia católica a respeito dos mais diversos temas da actualidade, permitindo também esclarecer falsidades ou deturpações lançadas noutros meios.
Deixando de lado o facto – relevante – de não existirem Igrejas “nacionais” no nosso mundo católico, a grande questão passa, mais do que pela existência de um ou de centenas de meios de comunicação social, pela centralização de posições e opiniões num número restrito de pessoas, por mais responsabilidades que tenham, algo que acaba por parecer um contra-senso numa sociedade cada vez mais aberta ao pluralismo e a novos protagonismos.
É verdade que nem todos podem falar em nome da Igreja, mas é curioso notar que, quando se quer saber a posição católica sobre determinado tema, só se assumam como possíveis interlocutores os seus Bispos ou, no máximo, um ou outro sacerdote mais mediático. A Igreja não pode falar sobre a crise em Wall Street? Ou sobre alterações legislativas em curso no nosso país? Ou sobre a onda de criminalidade que enche os ecrãs e as páginas dos jornais?
Pode e deve, parece ser a resposta mais óbvia. O que não parece lógico é que se peça sempre aos mesmos que falem de tudo, do futebol à economia, da política à justiça, da cultura às novas tecnologias.
Em Fátima, nas Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, o Bispo de Coimbra deixou um apelo directo a todos os baptizados: é preciso “dar a cara”. Em especial, pediu aos jornalistas que se assumam como vozes católicas no meio do barulho mediático, reagindo quando for oportuno às pequenas e grandes provocações que a altivez (e ignorância) de muitos vão lançando de forma indiscriminada e, quase sempre, pouco fundamentada.
Falar em Igreja é, afinal, falar como comunidade e não como um mero espectador desiludido com o desempenho da sua equipa, mas impossibilitado de entrar em campo. Independentemente dos meios existentes – e os novos tempos da Internet permitem uma diversificação cada vez maior -, o problema da ausência de voz e de vez persistirá enquanto os católicos não se sentirem comprometidos nesta causa, procurando e oferecendo informação quando forem chamados a isso.

Octávio Carmo
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 11:15


Espreitando pela janela, manhã cedo, registei um dia bonito. O sol despontava no horizonte e indiciava calor neste Outono acabado de nascer e uma luminosidade que alimenta a alma. Sair para passear um pouco foi decisão tomada de imediato. Ao sair, à beira da minha porta, li esta frase estampada numa carrinha. Não dizia mais nada. Talvez até nem seja preciso dizer mais nada. Mas que é um bom lema de vida, lá isso é. O meu dia começou assim muito bem...
Claro que eu gostaria que lhe acrescentassem um simples "o", ali antes de "bem". Leiam agora... Não seria um grande lema para toda a vida?
FM

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 09:10
O escândalo das casas distribuídas, por rendas simbólicas, pela Câmara de Lisboa, a amigos, amigos de amigos, correligionários, artistas, jornalistas e outros, que se fazem valer da sua projecção social para reclamar favores, não deixa de ser curioso. Curioso, porque, em alguns casos, as habitações foram para pessoas exímias em pregar justiça social; e porque se apoiaram em compadrios, tão ofensivos das normas democráticas.
Claro que, depois da denúncia, alguns beneficiários, decerto envergonhados, já começaram a devolver o que de mão beijada receberam.
Esta questão vem lembrar o eterno hábito da senhora cunha, descarada ou camuflada, tão em voga na nossa sociedade, em desfavor do seguimento normalíssimo da lei. Não sei de onde veio esta maneira de ser e de estar na vida, mas gostaria de saber.
Não acredito que seja por congénita deformação mental; muito menos por deficientes bases educativas. Talvez por convencimento de que as leis são injustas, que é preciso contornar, ou pura e simplesmente por desonestidade.
O que se sabe é que muitos, se puderem contornar as leis com uns favorzinhos, ficam felicíssimos. Tanto os que pedem como os que dão. Estará isto, realmente, no sangue dos que seguem esses caminhos?

FM

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 08:25
Pelourinho do século XVIII

O pelourinho da Figueira da Foz pode ser apreciado na Praça General Freire de Andrade. Trata-se de um símbolo do poder local e da administração autónoma da justiça, datado de 1782. A coluna torcida é coroada por um capitel, onde se destacam as armas nacionais.

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 30 Setembro , 2008, 08:03

A propósito do recente falecimento do actor de cinema Paul Newman, recebi da minha leitora Madona um texto que, pela sua oportunidade, aqui transcrevo, em parte.

Foi num programa radiofónico, esta manhã. Um conhecido jornalista da nossa praça, na sua crónica matinal, diária, referia uma homenagem, feita a uma celebridade da sétima arte, de nacionalidade americana, falecida há dias.
Depois de enumerados os seus grandes sucessos, alguns, êxitos retumbantes na indústria cinematográfica, ficaram-me gravadas na memória, algumas façanhas deste actor. Na sua época, em parte a minha, dado que é um pouco mais velho que eu, foi a coqueluche das jovens e adolescentes, que suspiravam quando o viam contracenar com as actrizes mais belas de Hollywood.
Refiro-me ao galã de olhos azuis que enfeitiçou meio mundo feminino. Era másculo, dinâmico... e possuía uns penetrantes olhos azuis!
Na verdade, o que mais me impressionou na sua biografia, foi a referência à sua mulher, também actriz. Mas que sacrificara a carreira, em prol da família. Mas… ainda não foi isso que prendeu a minha atenção e que se gravou na memória.
Paul Newman, esteve casado 50 anos, com a mesma mulher! É de facto de um colosso, um homem, que vivendo num meio, onde se troca de parceiro como quem troca de camisa, ter feito semelhante proeza! Justificava a sua constância, dizendo que “se tinha bife em casa, não precisava de ir procurar hamburger fora”.
(…)
Grande homem, tu, Paul Newman! Foste grande em tudo! Foste, verdadeiramente, um homem de estatura! E é por esses que eu mantenho um secreto fascínio!
Madona

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Editado por Fernando Martins | Segunda-feira, 29 Setembro , 2008, 16:30

A fuga do passeio espacial

1. Desde os tempos da guerra fria (entre os Estados Unidos da América e a União Russa) que a conquista do espaço representa a maior afirmação da humanidade. A chegada americana à Lua, em 1969, ficaria para sempre registada como esse sinal político confirmado de se ser superpotência no panorama mundial. Ninguém duvida do interesse para a investigação científica dessas viagens espaciais. Mas, sejamos realistas: elas, mesmo no seu potencial científico, são bem mais realizadas numa estratégia de ânsia de poder do que numa lógica de investigação como serviço generoso à humanidade. É assim!
2. Quase que existe nestas lides das potências uma “moda” criada que prefere bem mais o atirar-se à fuga para o espaço do que o mobilizar-se para a resolução dos problemas essenciais na terra. É bem mais fácil responder e afirmar-se com tecnologia, mesmo que seja espacial, que com sentido de Humanidade. O que foram os anos 60 para EUA e Rússia, são agora os tempos da China. Depois dos Jogos Olímpicos «excepcionais» o homem chinês quase imitou Armstrong ao saudar no seu passo «o mundo inteiro», agitando a bandeira chinesa. O novo herói é Zhai Zhigang que caminhou 15 minutos no espaço (27-09-2008).
3. Também se comenta que a viagem, designada de missão Shenzhou VII, ocorreu alguns dias antes do aniversário dos 50 anos da americana NASA e pouco antes do 1 de Outubro, dia feriado nacional na China em que é celebrada a «grandeza» imperial. Nestes contextos e na gestão da afirmação, pouco parece importar o leite contaminado ou as condições, tantas vezes desumanas, em que é alavancada a gigante potência do século XXI. Por vezes anuncia-se o fim das ideologias que deram lugar exclusivo ao económico. Não é verdade, embora talvez estejamos mais que nunca diante daquele triste lema em que «o mal de uns é a sorte dos outros.» Jogo China versus EUA.

Editado por Fernando Martins | Domingo, 28 Setembro , 2008, 20:27

O Outono, que chegou e pelos vistos p'ra ficar, com todo o seu manto de suaves matizes, sugere-me este poema dos tempos de outrora...


Outono
Os tons dourados
Do teu manto
E os avermelhados
Em espanto
Ou nostalgia,
Descem em nós
A melancolia.
Cobre-se a natureza
Que rescende a mosto
Dum véu de tristeza.
Sentido ao sol-posto.
E neste sabor
Há pranto
Ou louvor?


Madona



Nota: Este poema, colocado no meu blogue nos comentários, por alguém que assina Madona, vem agora, aqui, para a ribalta, por sugestão do leitor assíduo João Marçal. O meu obrigado para ambos.

FM
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Editado por Fernando Martins | Domingo, 28 Setembro , 2008, 16:04

Aquando da Regata dos Grandes Veleiros, que atraiu ao Porto de Aveiro muitos milhares de visitantes, a Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) deliberou fazer a reunião habitual a bordo do veleiro russo Sedov. Pessoalmente, considero muito feliz a iniciativa, pelo simbolismo de que se revestiu, ao sublinhar, de forma original, a importância por todos atribuída à regata. Mas houve quem criticasse a decisão da autarquia, já que, dentro do veleiro, e segundo as normas internacionais, a CMI estaria em território estrangeiro.
Tanto quanto sei, ninguém da autarquia se opôs, tendo até apoiado tão simbólica ideia de mostrar quanto o povo considerou meritória a Regata dos Grandes Veleiros. Tenho para mim que a grande maioria dos ilhavenses (e neles incluindo os gafanhões, naturalmente) até gostou que a reunião se tivesse realizado no veleiro russo. Noutro qualquer, teria o mesmo gosto, penso eu.
As políticas, porém, às vezes têm destas coisas, perdendo tempo com ninharias e descurando o verdadeiro valor da iniciativa da autarquia, num momento em que tudo o que se fizer para promover a nossa região pode ser fundamental para o seu progresso.
FM

Editado por Fernando Martins | Domingo, 28 Setembro , 2008, 15:32
Arsélio Martins e Tomás Fidélis


A revista PÚBLICA de hoje traz uma entrevista curiosa. Arsélio Martins, o professor do ano em 2007, responde a questões postas pelo Tomás Fidélis, um aluno brilhante em 2008. Professor e aluno da mesma escola travaram um diálogo interessante, que vale a pena ler, para longa e necessária reflexão sobre a escola, os professores e os alunos que temos.
A dado passo, o Tomás pergunta, para uma resposta desafiante:

Qual é que acha que é a melhor qualidade de um professor?

A melhor qualidade de um professor é ter aprendido bastante para saber que sabe muito pouco. E saber que é muito importante que a geração seguinte seja melhor que ele. É preciso que faça todos os esforços para que quem vem a seguir tenha mais conhecimentos e competências e desempenhe um papel melhor. A minha mãe dizia assim: “Eu quero o melhor para os meus filhos.” Os professores devem ter esta pulsão como fundamental. Acrescida da humildade de saberem que têm de estudar, ler e cultivar-se todos os dias. Um professor que também não consiga ligar a sua disciplina a um conjunto mais vasto de saberes é muito pobre e faz com que os estudantes sejam pobres. Tem de ir ao contratempo, participar na vida social, ter as suas ideias.
Foto da PÚBLICA

Editado por Fernando Martins | Domingo, 28 Setembro , 2008, 15:10

A política da agenda diária
1. Nestes dias vieram à ribalta algumas das contas do negócio dos combustíveis. Quando muitos questionam o modelo do capitalismo (até lhe chamam de “selvagem”!), o certo é que das ditas contas lucrativas o Estado vai buscar fatia significativa. Relata o estudo da Visão (25-09-2008) que «cada cêntimo a mais, do gasóleo e da gasolina, representam 230 mil euros nos cofres» de lucro por dia, este conseguido às custas da dependência energética que, no fim de contas, convém grandemente aos poderes. As inverdades, omissões e estratégias dos dois sistemas de poderes, sejam os capitalistas sejam os estatais, servem-se fortemente das conjunturas mais que servem…
2. Como eco da recente apresentação pública de livro de Marques Mendes, que não deseja o regresso antes pelo contrário, vem uma certa renegação da condição política, ele que esteve anos a fio nessa linhagem das lideranças. Denunciar-se que se sente surpreendido tantas vezes com a pequenez de horizontes da «agenda» política dos partidos no parlamento é constatação que os cidadãos fazem e pedem que seja diferente. Na reflectida desilusão de um dirigente político (seja de que quadrante partidário for…) em relação à «classe política» está a tristeza de um povo que olha para cima e tem dificuldades em sentir-se efectivamente representado.
3. Vive-se o clima propício para o crescer da indiferença em relação ao bem comum. No difícil comum ganha-pão da agenda diária, a preferência dos silêncios abre espaço desmedido ao fracturante. Hoje eleva-se o pormenor, o acessório, a minoria, a bandeira da inclusão de cada um mas, tantas vezes, em detrimento da visão de conjunto de uma sociedade como comunidade. As malhas do tecido social e cultural correm o risco de se quebrarem e, pior ainda, de não se sentir a sua falta. É democrático o querer da minoria…; mas não será urgente o pensar-agir comunitário?


Editado por Fernando Martins | Domingo, 28 Setembro , 2008, 09:50

AS CIÊNCIAS NATURAIS

Caríssima/o:

Ora aqui está um assunto que sempre ... (o que eu ia a escrever, Santo Deus!... o que vale é que o computador tão depressa escreve como apaga,... safa, agora ia a sair delita!...) ..., mas vou completar: um assunto que sempre me interessou, bem como aos meus companheiros. Também aqui se ia para o tal quarto (que não tinha nada de escuro!...) decorar a teoria, mas com uma diferença: o que se lia e estudava reflectia-se na nossa cabeça em imagens bem reais. Reinos da Natureza: animal, vegetal e mineral; exemplos: a porca lá de casa, a couve do quintal e a pedra com que o Amílcar rachou a cabeça do...
Mesmo quando o estudo incidia sobre o corpo humano não havia dificuldade que ainda a semana passada se tinha matado o porco e o Ti João André o desmanchou e nos mostrou o coração, os pulmões... e por aí fora, à medida que ia pondo para o alguidar e separando a fressura das tripas, até que chegou à bexiga que nos mandou bater e secar para depois jogarmos à bola...
Com o tipo das raízes, ou o dos caules, mesmo até o recorte das folhas e as corolas das flores ou as características dos frutos, aquilo era uma 'saladinha de frutas' bem preparada, não havia sabor, cor ou trincadela em falso para a identificação que nos era exigida...
Já na mineralogia não era tão linear: pedras e barro, bom, até bonecos fazíamos e pequenos púcaros, mas se o livro falava em minérios havia alguma hesitação. Mas isto para quem morava à beira da oficina do Ti Zé do Lino logo se rasgava o horizonte: ferro, cobre, chumbo...
Era de facto uma aprendizagem baseada numa experiência de vida que, muitas vezes, nos levava a pedir mais que aquilo já nós sabíamos, só que a dificuldade estava em distinguir a Zoologia, da Botânica e da Mineralogia, nomes tão complicados para coisas que, desculpai-me, eram tratadas por nós... aos pontapés!

Manuel

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