de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Domingo, 31 Agosto , 2008, 21:33

"Sinto cansaço apenas. De fazer a barba todos os dias, de levantar, vestir, tomar banho, pequeno-almoço, comer, mastigar, engolir... Tudo isso, essas coisinhas fáceis e corriqueiras mas que são sempre as mesmas. É sempre a mesma coisa, a mesma ordem, ver a televisão... Tudo isso é uma chatice".

Manoel de Oliveira, "Diário de Notícias"

Editado por Fernando Martins | Domingo, 31 Agosto , 2008, 20:15


NOVO PRIOR QUER QUE A COMUNIDADE CRISTÃ
SEJA FERMENTO DE UMA NOVA HUMANIDADE


A Gafanha da Nazaré viveu hoje três datas marcantes: A criação da paróquia, em 31 de Agosto de 1910, com o decreto de erecção canónica do Bispo-Conde de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina, diocese à qual pertencia este espaço geográfico; a Festa da Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré; e a tomada de posse do novo prior, padre Francisco Melo.
Com a igreja repleta de fiéis, D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, lembrou, à homilia, que estávamos a viver um momento de oração e de acção de graças por tantos dons recebidos durante os 98 anos de vida da paróquia, mas logo adiantou que não nos podemos conformar com a lógica do mundo, antes devemos seguir os “critérios do evangelho”.
Hoje – sublinhou D. António – é um”abençoado dia de gratidão e de esperança” pelo trabalho realizado ao longo dos tempos, desejando que a freguesia receba com alegria o novo pároco, a quem agradeceu “o sentido de comunhão fraterna” com que acolheu o seu convite para esta missão.
Depois da tomada de posse, o agora prior da Gafanha da Nazaré, padre Francisco Melo, sacerdote há 15 anos, falou da importância de todos construirmos uma comunidade cristã “centrada na eucaristia, humilde, sóbria e fraterna”, que seja “fermento de uma nova humanidade”.
Prometeu lealdade, abertura e colaboração com as instituições e os poderes instituídos, “para melhor servir o homem”. Ainda manifestou vontade de que a comunidade da Gafanha da Nazaré seja mais “missionária e ecuménica”, apontando a celebração do centenário da paróquia, em 2010, como ponto de partida para “um novo fervor evangélico”.

FM

Editado por Fernando Martins | Domingo, 31 Agosto , 2008, 09:57

Mineiros
gigantes da terra
cultores de uma arte
tenebrosa e bela
toupeiras do solo carvoento
símbolo da vida
sofrimento
mortalha de canseiras
e suores acesos
exemplo
flagrante
de homens livres
presos!
Cerveira Pinto

Nota: O Cerveira Pinto, de banca meu companheiro, como ele dizia, era um poeta nato. A sua poesia nascia, por isso, espontaneamente. Já lá vão algumas décadas quando este poema lhe saiu, num intervalo de uma aula. Passou-me o papel onde acabara de o escrever. Fixei-o, em parte. Há tempos enviou-me o que faltava. Aqui o publico como homenagem à amizade. Nunca mais li qualquer dos seus poemas. Será que a veia secou?
FM
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Editado por Fernando Martins | Domingo, 31 Agosto , 2008, 09:26
Mia Couto. Foto de Pedro Soares, publicada no seu último livro
"Aos 10 anos todos nos dizem que somos espertos, mas que nos faltam ideias próprias. Aos 20 anos dizem que somos muito espertos, mas que não venhamos com ideias. Aos 30 anos pensamos que ninguém mais tem ideias. Aos 40 anos achamos que as ideias dos outros são todas nossas. Aos 50 pensamos com suficiente sabedoria para já não ter ideias. Aos 60 anos ainda temos ideias mas esquecemos do que estávamos a pensar.Aos 70 só pensar já nos faz dormir. Aos 80 só pensamos quando dormimos."
Mia Couto
In "Venenos de Deus, remédios do Diabo"
Nota: Sugestão de Orlando Figueiredo

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Editado por Fernando Martins | Domingo, 31 Agosto , 2008, 09:19

A SOLETRAÇÃO

Caríssima/o:


Há muito, muito tempo, tanto que lhe perdi a conta (vejo no registo que foi em Março de 1976!), escrevi no Timoneiro, no «Postal do Porto»:
“A propósito, talvez aches piada a este caso que parece... anedota:
Aula de leitura da primeira classe. (A escola tinha as quatro classes e eu, por exemplo, tive de levar o banco para me sentar!)
Estava a praticar uma de nós: Ia dizendo:
«H-agá, não se lê; E i; e um Rê e um O – ru; e um I; e um Nê e um A – na: OIRINA.»
O que aí fica é autêntico...”
E acrescentava em jeito de rodapé:
“P.S.- O que a nossa companheira estava a ler era aquela lição do H e a palavra era: ...HEROÍNA. Como nos rimos, inocentemente, Oliveiros!”
Início de aprendizagem atribulada!
Mas um outro exemplo ilustra uma bem conseguida...
Tarde de domingo; leitura atenta do Correio de Vouga por um nosso Ancião que muito respeitávamos.
Ouvimos então um gaguejar que nos fez parar a brincadeira e erguer os ouvidos:
- Olhem lá, esta palavra é esquisita, o que quer dizer: FON-TAI-NE-BLE-AU!
E ele silabou toda a palavra com um AU aberto, tal como em BACALHAU! Os que tínhamos aprendido uns rudimentos da língua francesa no liceu fomos espreitar e sorrimos, porque era evocado o célebre “tratado de Fontainebleau”. Demos umas pinceladas de história e ouvimos como resposta:
- Mas por que é que não escrevem em português?
Com o pedido de desculpa pela sensaboria das estórias fica à espera das vossas, essas sim..., o

Manuel

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