de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 27 Junho , 2008, 11:06
A frescura do jardim interior do CAE


Quando me encontro na Figueira da Foz, de passagem ou em férias, passo sempre pelo Centro de Artes e Espectáculos (CAE), voltado para o Parque das Abadias, de verde, de vários tons, permanentemente vestido. Estão, nesta altura, a ser recordados os seus primeiros seis anos de existência, com uma exposição fotográfica, que mais não é do que uma “síntese, em imagens”, da sua actividade cultural ao longo destes anos, como se lê no texto de apresentação da mostra, patente ao público até 15 de Julho.
São fotos de arquivo representativas de momentos altos da vida do CAE, mostrando artistas e personalidades, as mais variadas, do mundo da arte, da política e da cultura, nacionais e internacionais.
O CAE mora ao lado do Museu Municipal Dr. Santos Rocha e da Biblioteca Municipal. Trata-se de um edifício bem dimensionado e integrado no espaço envolvente, típico da Arte Contemporânea, projectado pelo arquitecto Luís Marçal Grilo, com espaços para todas as idades e para todos os gostos, de que destaco dois auditórios, salas de exposições, livraria e café-bar, com esplanada para o Parque das Abadias, de onde nos vem um ar fresco, tão apetecível nos dias de calor.
No exterior, para espectáculos de Verão, sobretudo, há um anfiteatro situado num jardim mais intimista.
Se vem de férias à Figueira da Foz, não se esqueça de passar por lá. Leve um livro, um jornal ou uma revista, tome um café e delicie-se com o ar diferente que lhe é oferecido. De graça, claro.

FM

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 27 Junho , 2008, 10:55
O Forte de Santa Catarina foi construído nos finais do século XVI para reforçar a defesa da Foz do Mondego, fazendo parte, com a Fortaleza de Buarcos e o Fortim de Palheiros, do sistema defensivo do porto e da baía da Figueira da Foz e de Buarcos. Com estrutura triangular, tem três cortinas, um meio baluarte e dois baluartes. No seu interior há uma pequena capela dedicada a Santa Catarina de Ribamar, devendo-se a sua construção ao arquitecto Mateus Rodrigues.

Placa comemorativa do primeiro centenário da Guerra Peninsular

Do programa comemorativo dos 200 anos da Guerra Peninsular, destaco, para além de uma sessão solene nos Paços do Concelho, hoje, 27 de Junho, pelas 17.30 horas, presidida pelo Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, com a intervenção de dois oradores convidados, a inauguração, amanhã, 28, pelas 17 horas, de uma exposição, no Museu Municipal Santos Rocha, intitulada “Figueira da Foz e a Guerra Peninsular”. A seguir, às 19 horas, na igreja matriz de S. Julião, será celebrada a eucaristia, em memória das vítimas das Invasões Francesas, acompanhada pelo Coral David de Sousa.
No dia 29, domingo, pelas 11.15 horas, todos poderão assistir ao descerramento de uma Placa Comemorativa do Bicentenário da Tomada do Forte de Santa Catarina, seguida da recriação histórica dessa mesma tomada, pela Associação Napoleónica Portuguesa, com o Grupo de Recriadores Históricos do Município de Almeida. Depois será a abertura do Forte e a visita à Exposição Evocativa das Comemorações.
Em Agosto prosseguem as celebrações, com programa que tenciono divulgar neste meu espaço.

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 27 Junho , 2008, 10:52
Inter-dependemos

1. Mesmo para quem considere o contrário, todos dependemos uns dos outros. A montante ou a jusante, a interdependência acompanha-nos de forma tão viva e andante que até pode parecer estranho ter de sublinhá-la. Mas a verdade é mesmo essa, temos de salientar, como diz a canção, que «sozinho não és nada, juntos temos o mundo na mão!» Após as transformações sociais dos anos 70, desde os anos 80 que a Pedagogia da Interdependência - Gentle Teaching: www.gentleteaching.com) vem construindo um caminho centrado na dignidade da Pessoa humana. Decorreu nestes dias (25 de Junho, na UA), fruto de oportuna parceria transdisciplinar ESSUA, DCE-UA e ASSOL, uma conferência com o autor mundial desta teoria de relacionamentos humanos para uma sociedade efectivamente inclusiva.
2. Vale a pena interiorizar algumas linhas fundamentais do pensamento do Professor John McGree que correspondem a uma visão, diríamos, enraizada no sentido afectivo da “maternidade” da própria pedagogia como relação. A pergunta lapidar ajuda-nos a recentrarmos o caminho: «o que é a qualidade quando as pessoas não estão lá?» Talvez esta pergunta essencial ajude a resgatar dimensões essenciais do ser que têm ficado nas periferias dos esquemas pré-concebidos. As sociedades tendencialmente tecnocráticas, lucrativas e racionais têm potenciado outros dinamismos que, muitas vezes, travam esta determinante inclusão da experiência humana mais profunda, a face afectiva da vida como motor de motivação e vontade. É na base da profundidade da comum dignidade humana que o autor da teoria pedagógica da interdependência constrói os seus quatro pilares: ser e estar SEGURO, AMADO, CAPAZ DE AMAR, ENVOLVIDO.
3. Nesta matriz de itinerário (que compromete quem o comunica pois vem de dentro), mas de forma sempre aberta às novas situações e intuições, destaque-se que em casos de profundas diferenças (deficiências) partilhadas pelo autor, a noção de segurança e amor exerceu força restauradora da pessoa, reconstruindo pelo afecto o sentido de Humanidade, este muitas vezes perdido, oculto ou desprezado por formas de relacionamento mais frias, de “autoridade autoritária”, ou mesmo de uma registada violência. Sejam, para quem vive o espírito de procura diária, as ideias e as práticas sempre itinerantes, errantes, procuradoras do melhor para bem da finalidade última da realização de cada ser humano. É aqui que a própria natureza no sentido da própria maternidade oferece o justo entendimento: ninguém é por si mesmo e crescer para a autonomia será tomar consciência das crescentes responsabilidades.
4. Neste patamar de inclusão da diversidade de cada um na comunidade de todos terá de triunfar uma vivência e aprendizagem na ordem mais da sensibilidade humana que da técnica burocrática. O subjectivo de cada um é a força que quererá alargar o seu horizonte para a objectividade interdependente dos sistemas e estruturas, humanizando-as e tornando-as efectivamente significativas como serviço à humanidade das pessoas.
Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 27 Junho , 2008, 10:51

Diferentes razões, ao longo do ano, comprometem estruturas políticas em acontecimentos de âmbito religioso. Tanto naqueles que a tradição coloca no presente de cada sociedade, como na análise de problemáticas que podem afectar a relação entre comunidades e Nações.
São disso exemplo, por um lado, a salvaguarda e promoção de tradições religiosas em diferentes contextos onde, por iniciativa autárquica, não se poupam esforços ao trabalho de reconstrução da memória cristã, incontornável pelo Natal, pela Páscoa ou noutros momentos de festividades populares. Por outro lado, na atenção redobrada à emergência de atitudes e comportamentos fundados em convicções religiosas ou de conflitos que só falsamente se podem sustentar no fenómeno religioso. É o propósito da Comissão de Liberdade Religiosa, nomeadamente nos Colóquios Internacionais que promove.
E tudo isto ao mesmo tempo que se tentam apagar da memória colectiva e institucional legados históricos, como os do cristianismo.
A integração de todas as convicções religiosas na construção social é um imperativo mundial. E permite a valorização efectiva de cada religião, apurando os contributos que deixa à solidificação da justiça e paz nas sociedades.
Para aquelas que se fundamentam na Palavra, no Livro dos livros, é crescente a necessidade do confronto com as linhas que inspiraram comportamentos e determinaram a arte ao longo de gerações. Essa certeza foi sabiamente apresentada, por estes dias, em debates culturais. É também experimentada nos momentos de confronto com o Texto, possível quando se contornam excertos de apresentações litúrgicas ou releituras que afastam o leitor da integralidade do original
Para o crente, o desafio do confronto com a Palavra surge como premente e único capaz de lhe oferecer razões sólidas para a fé. Para os que com ele fazem sociedade, nomeadamente os que se responsabilizam pelo poder público, é a atenção permanente à salvaguarda da liberdade religiosa, à garantia dos mesmos direitos e deveres para todos os que partilham diferentes convicções religiosas o desafio de todos os programas: para as tradições, nomeadamente religiosas, que surgem com novos contributos à justiça e paz nas sociedades e, já agora, também para aquelas que já muitas provas deram nesse âmbito.

Paulo Rocha
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Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 27 Junho , 2008, 10:50


No próximo dia 12 de Julho, vai realizar-se o XXV Festival Nacional de Folclore da Gafanha da Nazaré, por iniciativa do Grupo Etnográfico desta cidade. Será, também, o XI Festival Internacional. Esta vai ser mais uma ocasião para os amantes do folclore poderem apreciar danças e cantares de várias regiões do País, bem como o que um grupo estrangeiro nos vai oferecer.
Depois da recepção, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré vai proporcionar a toda a gente que o desejar uma visita à Casa Gafanhoa, pólo museológico representativo do quotidiano vivido por lavrador abastado dos inícios do século XX. O desfile começará às 21 horas, estando previsto o início do festival para as 22 horas, na Alameda Prior Sardo, junto à Escola Preparatória.
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Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 27 Junho , 2008, 10:38
A Mugabocracia

1. Quando Aristóteles (384-322 a.C.) escreveu a sua obra magistral Política, apresentou seis formas de governo. A sua noção de politeia (traduzida como res-publica, “coisa pública”), viria a corresponder ao ideal modelar de governo que habitualmente designamos de “democracia”, um sistema justo governado por muitos. Vale a pena sempre ir à origem das palavras: demo (povo) em cracia (poder). Esta consciência de que nas sociedades ditas democráticas o povo está mesmo no poder precisa de ser alimentada e participada continuamente, quando não só do simbólico passa-se à indiferença e desta à relativa insignificância real da própria democracia.
2. Das condições fundamentais para o exercício mínimo democrático são as eleições realizadas em total liberdade. Não chega que esta seja parcial, não pode haver qualquer coacção, sendo neste caso exaltada só a cracia (poder) ficando esquecido o povo (demo). Este assalto da cracia (dos poderes) ao povo é o espelho mais claro da miopia da condição humana. Mesmo em regimes de liberdade democrática e com todas as formas, mesmo que representativas, esta fronteira é sempre de difícil definição. Os necessários laboratórios da democracia das sociedades fechadas precisam, hoje, tanto da ordem exterior de uma presença viva da comunidade internacional (especialmente quando da declarada ingerência), como de uma abrangente compreensão profunda das sociedades e do ser das culturas, a partir da chave da dignidade da pessoa humana.
3. A situação do Zimbabwe respira esta fronteira. O líder da oposição, sentindo não haver condições de liberdade para o acto eleitoral, dá o “salto” denunciador: refugia-se na embaixada da Holanda. O que se sabia acontecer tem agora eco diplomático de pressão sobre o ditador Robert Mugabe que viu a sua “cracia” ameaçada desde as últimas eleições. O braço de ferro agora tem a confirmação do Conselho de Segurança da ONU que declara unanimemente ser «impossível» a normal realização do acto eleitoral. O ambiente adensa-se. Ao pedido do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para o adiamento da segunda volta das presidenciais, o embaixador do Zimbabwe na ONU manifestou-se admirado e rejeitando o pedido.
4. Quando as cracias (os poderes concentrados) crescem desmedidamente, as violências e restrições tornam «impossível a realização de eleições livres e igualitárias», como refere a Declaração do Conselho de Segurança da ONU. Nestas circunstâncias navega-se na inverdade, não é possível escutar o sentir do povo, tudo pode acontecer, até a violência. Triste ilusão e recorrente drama, quando o tempo da vida, mesmo dos pretensos poderosos, é sempre tão breve. Mas o povo vencerá porque a liberdade é o grito humano mais profundo!
Alexandre Cruz

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