de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 02 Maio , 2008, 10:57





1.º de Maio

Ontem, 1 de Maio, o Rancho das Cantarinhas de Buarcos brindou o seu povo e alguns turistas com danças e cantares, sempre com as cantarinhas bem equilibradas na cabeça das dançarinas. Foi bom de ver e de sentir a alegria das gentes de Buarcos, com o mar bem dentro da alma. Terra de pescadores, com tradições que perduram no tempo. Ontem, também, cruzei-me com uma mulher de Buarcos, com o seu trajo garrido, onde sobressai o avental e o oiro ao peito.
Com estas fotos, quero homenagear esta terra e esta gente que segura, bem firme, as suas marcas culturais, resistindo às invasões de turistas, sobretudo no Verão.
Nota: Clicar nas fotos para ampliar

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 02 Maio , 2008, 10:55

Revisitar Maio de 68

1. Estas semanas serão oportunidade de revisitar um período especial da história do século XX. Na segunda metade do século passado, o ano de 68 assinalou um tempo de viragem. Exageradamente, para alguns esse foi o ano que mudou o mundo recente; para outros, foi só mais um momento de rebelião social. À medida que os anos vão passando, de forma mais justa e equilibrada, pode-se considerar que os anos 60 foram um tempo de rupturas e de transição, mas do brotar de determinadas concepções de liberdade e ética questionadoras dos considerados valores tradicionais sociais. Quarenta anos depois, são muitas as publicações que virão à luz do dia neste Maio de 2008, o primeiro do século XXI em tempos de aceleradas transformações sociais globais.
2. Em 1968 o General De Gaulle e a elite bem pensante francesa abalaram com uma revolta contra o elegante “status quo” conservador. Tudo começou com a revolta de estudantes de Paris, movimento que alastrou a toda a França, fazendo parar mais de 10 milhões de pessoas trabalhadoras. Os partidos comunistas, tendencialmente mas não exclusivamente, aproveitaram a boleia, embarcando e agigantando a onda que fez parar a França. De Gaulle geriu a resposta possível, acabando mesmo por dissolver a Assembleia Nacional e refugiando-se algum tempo na Alemanha. A insurreição superou todas as barreiras (étnicas, culturais, idade, classe, sexo), extravasando em muito a ideia dos seus populares e anarquistas impulsionadores.
3. Em Junho de 68 realizaram-se eleições. O partido gaullista ressurgiu vencedor com mais força. A ressaca desta surpreendente (e de algum modo gratuita) revolução popular, se por um lado terminou ali (como começou acabou com brevidade), por outro na sua filosofia mais profunda o «Maio de 68» assinala socialmente «o ano que não acabou». A força das liberdades galopantes das juventudes, indiferentes aos referenciais que os mais velhos ainda procuram transmitir, esta tensão não só continua como avoluma-se de problemáticas actualmente. Maio de 2008, quarenta anos depois, existem condições de crise e de desigualdade crescente, a par de uma multidão que não consegue um «lugar» na sociedade de todos e de uma certa classe política que persiste nos sinais de viver distanciada dos reais problemas das pessoas.
4. Todavia, hoje também se verifica uma sociedade civil muitas vezes indiferente e anémica…mas que sente cada dia as limitações sócio-económicas que impedem milhares de pessoas de construírem um interveniente projecto (pessoal e familiar) de vida. Ora nas causas, ora nas consequências, a crise sempre foi motor de rebelião e gerador de impulsos (por vezes irracionais) de expectativas. É por isso necessário continuamente diluir as tensões dos «nós» sociais a fim de orientar todas as energias e dinamismos, em diálogo ético de gerações, em ordem ao bem social comum. Foi o que faltou em 68 e que importa evitar que falte hoje.

Alexandre Cruz

Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 02 Maio , 2008, 10:52
"A Igreja é chamada a seguir, com coragem e serenidade, caminhos novos. A socie-dade, cada vez mais individualista e dividida, necessita deste testemunho dos crentes. Purificar-se e curar-se, quando o mal existe e não foi prevenido a tempo, não é vergonha nem humilhação. É sinal de grandeza de alma, que sempre se identifica com a verdade, numa atitude humilde de quem não desiste quando falha, nem se inebria com êxitos duvidosos e sabe medir as consequências dos seus actos sejam eles positivos ou reprováveis."
António Marcelino
Todo o artigo em Correio do Vouga
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Editado por Fernando Martins | Sexta-feira, 02 Maio , 2008, 10:43
Ainda a respirar os ares das curtas férias, permitam-me que agradeça aos amigos que me enviaram e.mails com mensagens e novidades. Sem poder responder-lhes, por falta de tempo e de meios (o feriado do 1.º de Maio é para muitos trabalhadores legitimamente descansarem!), prometo que o farei por estes dias. Aproveitando, hoje, uma porta aberta, aqui estou a dar conta de que estou vivo e com saúde, graças a Deus, e com vontade de estar com os meus amigos cibernautas. Também aproveito para aqui arrumar, para a posteridade, alguns trabalhos em atraso. E mais uns registos... curtos mas oportunos.
FM
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