de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 23:26

No meio da floresta de cimento, é possível encontrar uma janela aberta para o mundo. Ou um espelho onde se reflecte a paisagem natural. Essa, sim, com vida.
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 18:50

António Vieira ou o poder da palavra
1. Quando Fernando Pessoa (1888-1935) atribui a António Vieira o título de Imperador da Língua Portuguesa, fala-nos de uma concepção não meramente literária da língua mas da dinâmica andante e reconstrutiva da vida, cultura e do homem do séc. XVII que foi António Vieira (1608-1697). Em 2008 assinala-se o Ano Vieirino, celebrando-se em múltiplos acontecimentos os 400 anos do seu nascimento (http://www.ua.pt/vieira2008). Na actualidade do séc. XXI que vivemos, na imensidão poderosíssima das mil imagens, também esta pode ser uma oportunidade de regressar à fonte primordial da comunicação que é a palavra. Claro que não meramente palavras por palavras; mas ideias, concepções, dinamismos, estímulos que derrubem muros e ergam todas as pontes onde as diferentes culturas, na riqueza da diversidade, interajam de forma inclusiva, estimulante e culturalmente acolhedora.
2. Poder-se-á considerar este projecto humaníssimo e decisivo, que Vieira registou de modo incontornável na sua época, como o sentir da “língua viva” dando vida e ser às línguas, sempre compostas de mudança, no que elas representam como encontro com o mais profundo do sentir humano e do encontro dignificante com os outros em espírito de fraternidade. Assim sempre fosse!... É por isso que do Brasil profundo e explorado (até ao tutano, diria Vieira) de seiscentos, quem aprende as línguas indígenas (dos índios às gentes provenientes de África) chega a Lisboa pronto, porque autenticamente livre, para se propor à limpeza dos vazios e superficialidades da linguagem de muito do Barroco do seu tempo. Tão estético e elegante que “vazio” da autenticidade do ser e da tão rica profundidade humana. Vieira, filho mestiço de boa gente, sente: o deixa andar, a redoma de vidro, o conformismo, o apagamento, o vazio, tudo e todos os que estão indiferentes ou intolerantes recebem de Vieira o espevitar do compromisso!...
3. Em boa hora esta viagem retrospectiva à complexidade da portugalidade e do período da catarse do primeiro tempo verdadeiramente global de seiscentos quer acolher, neste ano de 2008, olhares prospectivos quanto ao futuro que se desenha no ser e no tempo da globalização que nos interpela e à reinvenção diária da vida. Não é como dantes, mas os “passados” que nos precederam oferecem, a quem se abre a essa totalidade da experiência humana, chaves de leitura para mais e melhor sermos resposta. Uma das peças de Vieira, aos 47 anos de idade e nos decisivos anos 50, é o Sermão da Sexagésima (1655) proferido na Capela Real de Lisboa, onde ele procura libertar os seus contemporâneos das amarras de concepções vazias enaltecendo o conteúdo.
4. Integrado no CICLO DE POESIA “O MAR”, da organização da Fundação João Jacinto de Magalhães, esta quinta (21.30h), na Fábrica de Ciência Viva, a cidade acolhe, de viva voz pelo actor António Fonseca, a película que ousou abanar os alicerces da cómoda retórica: O Sermão da Sexagésima. Entrada livre, um momento único de rasgo da cultura portuguesa, um privilégio para esta terra de ria e mar!

Alexandre Cruz



Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 16:42
D. Carlos Azevedo, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, lembra que temos de estar mais atentos à crise socioeconómica

“Importa que as instituições da Igreja estejam muito próximas das dificuldades e a partir de instâncias de observação da realidade socioeconómica, possam ir de encontro às situações mais críticas”
“A Igreja está presente no terreno, nas paróquias, onde se conhecem as situações e se acompanham, mas é preciso abrir cada vez mais os olhos sobre estas realidades e criar um observatório social”
Clique aqui para ler mais

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 16:07

O Atlético Clube da Marinha Velha foi um clube de futebol que existiu na Gafanha da Nazaré, precisamente no lugar da Marinha Velha. O seu campo era no sítio onde está hoje, mais ou menos, o Porto de Pesca Costeira. Quando havia jogadores com pontapé potente, a bola, muitas vezes, ia para a Ria! E então, era preciso que alguém a fosse buscar a nado. Assisti a isto, era eu criança e jovem, há uns 50 e muitos anos. Foi seu fundador e principal dirigente o senhor que, na fotografia, está de chapéu. Era ele o senhor Casqueira, mais conhecido por Casqueirita. Este senhor, tanto quanto posso recordar, tinha um carro de praça, o primeiro que houve na Gafanha da Nazaré. O senhor Casqueirita era um homem bom, que se dedicava a causas sociais, desportivas e culturais. Também chegou a ter um Rancho Folclórico. Alguns jogadores de futebol eram seus empregados e viviam em sua casa. Tinha ainda uma agência funerária. Diz-se que gastou um boa fortuna nestas suas actividades.
O meu amigo Júlio Cirino anda a escrever um livro sobre as suas recordações da Gafanha, onde, decerto, haverá um espaço alargado para o Desporto, já que é treinador de algumas modalidades do Atletismo e seleccionador de uma delas. Agora precisa de conhecer os nomes destes jogadores. Quem poderá dar uma ajuda? Aqui fica o pedido!
As ajudas podem vir por e.mail: f.rocha.martins@gmail.com
FM

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 12:24

Entrevista com o Presidente da AMI

A edição de hoje do jornal “Diário Económico” contém uma entrevista com o Doutor Fernando Nobre, Presidente da Assistência Médica Internacional – AMI.
Atendendo à vastíssima experiência internacional do Presidente da AMI, que já esteve em mais de cem países em missões humanitárias, o que lhe dá uma enorme autoridade para se pronunciar, entre outros assuntos, sobre a crise alimentar que o mundo atravessa, convido todos os leitores a lerem esta entrevista.
Só um breve comentário: a dado passo da entrevista, é feita a seguinte pergunta ao Dr. Fernando Nobre: “Voltou a ser rentável produzir cereais?”
Lembram-se, caros leitores, da Política Agrícola Comum da União Europeia – a PAC?
Então já devem perceber porque é que na Europa deixou de haver incentivos à produção de cereais, entre outros produtos agrícolas! É tudo uma questão de lucro! Nem que, para isso, seja necessário pagar para não se produzir! Os outros, os que estão fora da Europa, que produzam, sempre fica mais barato. E se eles não produzirem ou não quiserem exportar?
Ao que chegámos!

Vítor Amorim

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 12:17

Ainda haverá lugar e tempo na alma para se ouvir falar de crise? Há coisas que são mais que claras. O petróleo, pai convencional da energia, calor, frio, movimento e tecnologia tem os poços em alerta e os preços a disparar todos os dias. Entra-se pela terra dentro para, em vez do poético girassol, se extrair força de cavalos que arrastem toda a tralha de que se compõe a vida moderna. A terra, árida e triste, diz que não dá para tudo.
Daria, mas da forma como a repartiram só vê tombar árvores - motores de respiração do planeta. Se se volta ao carvão a sala comum da humanidade fica irrespirável, pior que uma câmara de gás. E mais. Nesta lista, já quase se não fala de carne, peixe, legumes ou leite. Fala-se de pão, arroz, mandioca. Quem não lembra as crises de outrora que começavam quando os pais diziam: "come muito pão e pouco toucinho"?
É fácil demais apanhar estes dados e arremessá-los simplesmente para os sistemas, as ideologias, os responsáveis pela agricultura ou economia. Mas os governos não podem ser os últimos a reconhecer que isto acontece. Ninguém pode ignorar esta crise global, ainda que passageira. Entramos em matéria planetária onde um minuto de luz ou refrigeração a mais, a demora num duche ou na lavagem dos dentes tem repercussões na humanidade. Tem o mesmo preço, para o planeta, esbanjar num hotel de luxo ou numa cabana perdida de África.
Aqui entram outros elementos. Este preço não é igual para todos. O pão falta na mesa de muitos e sobeja muito na mesa de poucos. Há algo de errado nas contas do mundo. Alguns cristãos, apenas inspirados no Evangelho, têm deixado sugestões simples que nos podem questionar sobre o nosso comportamento face à terra e aos bens, mas também abrir pistas concretas e possíveis, individual e comunitariamente. Por exemplo: a agricultura deve estar voltada para os bens alimentares; importa reformular o conceito de pobreza neste novo contexto; qualquer desperdício deve ser considerado como um crime de assalto à mesa dos pobres; reforçar a vigilância para as situações de fome envergonhada; ter coragem de aceitar este momento como de crise sem que isso signifique uma derrota ou humilhação. Mas aceitar que não se trata duma catástrofe natural. É uma tragédia que todos ajudámos a desencadear. E na consciência, deixar bem clara a pergunta de Jesus diante da multidão faminta: "Quantos pães tendes"?

Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 11:45

Como disse ontem, passei pelo antigo Jardim Oudinot, com obras de remodelação em curso. Máquinas e trabalhadores andavam em bom ritmo, sinal de que o novo jardim estará para breve. Esta foi a satisfação que senti. O povo desta região estava a necessitar de um espaço ajardinado, com diversas valências. O povo e quem nos visita. A mágoa, como referi ontem, veio com a velha ponte arrancada a ferros. Voltando ao Jardim Oudinot, gostaria de saber em que ano é que ele foi construído e quem foi o seu mentor. Já perguntei, já li o que foi possível ler, já contactei antigos responsáveis pela JAPA (Junta Autónoma do Porto de Aveiro), antecessora da actual APA, e ninguém me soube dizer, com rigor em que época é que foi criado. Uma coisa é certa. O Jardim Oudinot diz bem que foi uma homenagem ao Eng. Oudinot, que elaborou os planos da abertura da Barra, abertura essa que foi concretizada pelo seu genro, Luís Gomes de Carvalho. Terá sido criado com base na necessidade de fixar as areias movediças, conforme projecto conhecido? A pergunta aqui fica para quem me quiser ajudar.
FM
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Editado por Fernando Martins | Terça-feira, 06 Maio , 2008, 11:11
Preço do arroz pode criar conflitos sociais na Ásia

«O recente aumento dos preços do arroz vai atingir duramente os países da Ásia. Os mais afectados são os mais pobres, incluindo os pobres urbanos», declarou Fukushiro Nukaga, Ministro das Finanças, do Governo japonês, durante a 41º Assembleia-Geral do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), a decorrer em Madrid, até à próxima terça-feira, dia 6.
«Isto terá um impacto negativo nas condições de vida e de alimentação das populações. Esta situação pode levar a conflitos sociais», acrescentou. Segundo o Ministro das Finanças japonês, é necessário «adoptar medidas para satisfazer, imediatamente, as necessidades dos mais pobres»
Haruhiko Kuroda presidente do BAD, referiu, em Madrid que “O aumento do preço dos alimentos ameaça minar os esforços da Ásia para combater a pobreza", alertando que a "época dos alimentos baratos, quiçá, chegou ao fim", sublinhando que o preço do arroz triplicou nos últimos quatro meses, algo que, em sua opinião, "não se pode explicar pela leia da oferta e da procura", acrescentando que montante da ajuda "dependerá dos pedidos dos países em causa".
O próprio BAD estima que o aumento dos preços dos bens alimentares afectará mil milhões de pessoas, só na Ásia.
Rajat Nag, director-geral do BAD, afirmou, na sexta-feira, dia 2, também em Madrid, que das pessoas afectadas na Ásia cerca de 600 milhões sobrevivem com menos de um dólar por dia e os 400 milhões que estão acima deste limiar também são muito vulneráveis.
O preço do arroz tailandês, um dos mais utilizados na Ásia, é actualmente de cerca de mil dólares (648 euros) a tonelada, o triplo do que era há um ano, quando se realizou a anterior Assembleia-Geral do Banco Asiático de Desenvolvimento, no Japão.
A nível global, os preços dos alimentos quase duplicaram, em três anos, originando distúrbios vários e protestos, um pouco por todo o mundo, e restrições às exportações no Brasil, Vietname, Índia e Egipto.
O Ministro das Finanças do Japão, alertou que as restrições às exportações aumentam os preços, enquanto os subsídios para ajudar os pobres a lidar com a questão poderão ser um fardo pesado para os orçamentos nacionais e «não são sustentáveis, a prazo».
Os subsídios alimentares no Bangladesh, um dos países mais pobres da Ásia, deverão duplicar no corrente ano fiscal e atingir 1,5 mil milhões de dólares (973 milhões de euros). A 29 de Abril, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, anunciou a criação de uma célula de crise para lidar com a questão da subida do preço dos alimentos e os consequentes problemas de fome.
Entre outras causas da crise, a ONU refere a falta de investimentos no sector agrícola, os subsídios que pervertem o comércio, os subsídios aos biocombustíveis, as más condições climatéricas e a degradação do meio ambiente.
Com sede em Manila, Filipinas, o BAD é uma instituição financeira multilateral, criada em 1967, para reduzir a pobreza e melhorar a qualidade de vida nos países mais pobres da Ásia e Pacífico, através do financiamento de projectos em condições vantajosas, assistência técnica e difusão do conhecimento. O BAD conta actualmente com 67 países membros, dos quais 48 da região Ásia-Pacífico, como Timor-Leste, e 19 não regionais, tendo os Estados Unidos e o Japão como principais accionistas.
Portugal é membro do BAD, desde o ano de 2002.

Vítor Amorim

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