de Fernando Martins
Editado por Fernando Martins | Sábado, 19 Abril , 2008, 19:17

No Baixo Vouga Lagunar, na zona da Ria de Aveiro, ao longo do percurso de Salreu, é possível encontrar uma enorme variedade de espécies de plantas e aves. A garça vermelha é uma das mais emblemáticas, mas Maria José Santana (texto) ficou particularmente deslumbrada com o frango d"água e a cigarrinha-ruiva, por causa dos sons que vão produzindo.
Reportagem no FUGAS, do PÚBLICO de hoje
NB: Foto da Quercus
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Editado por Fernando Martins | Sábado, 19 Abril , 2008, 17:39

Sophia de Mello Breyner Andresen

O PÚBLICO de hoje oferece a quem o compra uma pequena brochura com a biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen. São pouco mais de 50 páginas sobre a mais expressiva e laureada poetisa portuguesa do século XX. Não diz muito, mas diz o suficiente para uma primeira abordagem à sua vida e obra.
Em busca de sintonia perfeita com o Cosmos, como se sublinha no livrinho, Sophia encontrava aí a sua mais profunda fonte de inspiração.

“Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.”

E com este belo poema vos deixo, com votos de que a leiam. Hoje e sempre. Vale a pena.

FM
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Editado por Fernando Martins | Sábado, 19 Abril , 2008, 14:40


A data não foi esquecida. Ainda bem. Ainda bem, porque o povo, com as suas múltiplas preocupações, não tem tempo para tudo. De qualquer forma, neste espaço de partilha costumo alertar todos os meus leitores para datas históricas, sobretudo as que me dizem respeito mais de perto.
Quando se lutou por este estatuto, como antes para a criação da freguesia e depois para a elevação a vila, não faltou quem discordasse, alegando que a Gafanha da Nazaré não tinha, ainda, estruturas de cidade. Nunca alinhei por esses protestos. É que, como sempre acreditei, se os não tem, tem de se esforçar por consegui-los.
Não duvido de que a Gafanha da Nazaré tem bastantes infra-estruturas, decerto, até, mais do que algumas cidades, mas também aceito que tem de conquistar outras, não de rajada, que isso é muito complicado em tempos de crise, mas paulatinamente. Contudo, com persistência e determinação. A comunidade vai crescendo e novos tempos exigem novas respostas sociais, culturais, cívicas, educativas, desportivas e de lazer, mas também religiosas. Mas isso só será possível se houver unidade e conjugação de esforços, entre toda a gente. Ficarem todos à espera de que alguém faça alguma coisa não leva a parte nenhuma. Hoje, porém, não falarei disso. Lembro só que vale a pena pensar em projectos que possam contribuir para o enriquecimento da cidade. Todos lucraremos.

FM
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Lei nº 32/2001

(Publicada no Diário da República de 12 de Julho de 2001, nº 160, série I-A, página 4230)

Elevação da Gafanha da Nazaré,
no concelho de Ílhavo,
à categoria de cidade

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161º da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:

Artigo único: A vila de Gafanha da Nazaré, no concelho de Ílhavo, é elevada à categoria de cidade.
Aprovada em 19 de Abril de 2001.
O Presidente da Assembleia da República,
António de Almeida Santos

Promulgada em 7 de Junho de 2001.
Publique-se.
O Presidente da República,
Jorge Sampaio

Referendada em 29 de Junho de 2001
O primeiro-ministro,
António Manuel de Oliveira Guterres

Editado por Fernando Martins | Sábado, 19 Abril , 2008, 12:03

"É triste que tanta gente ache que a epidemia pedófila na Igreja foi uma inevitabilidade que decorre da intrínseca perversidade do clero; é triste que tantos outros considerem o caso um detalhe sem importância nem consequência. Creio, pelo contrário, que a pedofilia na Igreja foi um acontecimento repugnante mas evitável. E que muitos católicos ainda não se aperceberam do significado desta crise. Ainda há quem fale em acidentes isolados: mas foram cinco mil padres e 13 mil vítimas, só nos Estados Unidos. Que o clero católico, o mesmo que difunde uma ética exigente em tempos de caos ético, tenha estado implicado em tão grande escala em abusos de menores, eis o que não pode redundar senão em perda de autoridade moral e de confiança dos crentes."

Pedro Mexia escreveu hoje, no PÚBLICO, no caderno P2, um texto sobre a visita do Papa aos EUA. Para o ler, vá à página 2.

Editado por Fernando Martins | Sábado, 19 Abril , 2008, 11:17

Velho, se posso e sei trabalhar?

Se já existiram tempos em que a velhice significava ter um estatuto, reconhecido, de honra, de dignidade, de sabedoria, de experiência ou de bom conselheiro, ela tende, cada vez mais, a representar um peso para a própria sociedade actual.
No dia 8 de Abril, do corrente ano, o Presidente da República, Cavaco Silva, proferiu um discurso na Fundação Calouste Gulbenkian, cujo tema era exactamente o envelhecimento.
No decorrer da sua excelente mensagem reflectiva (que deveria ser lida na íntegra), o Presidente da República afirmou, a dado passo: "No caso das empresas, questiono-me sobre se a obsessão sobre o contínuo rejuvenescimento dos seus trabalhadores se traduz sempre num ganho efectivo de eficiência e se tal não poderá contribuir para um défice de identidade, de cultura organizacional e, mesmo, de rentabilidade.”
O Presidente da República, que até é economista, sabe bem, apesar de o nunca dizer na sua comunicação, porque é que estas coisas acontecem: a busca imediata, e a qualquer preço, do lucro das empresas, sobretudo das grandes empresas de referência nacional ou internacional.
Cavaco Silva bem sabe que a lógica que vigora nestas empresas é uma lógica que visa despedir (usa-se a expressão “emagrecer”) trabalhadores experientes, competentes e úteis, usando como pretexto (falso) o rejuvenescimento dos seus quadros.
A rentabilidade e a produtividade destas empresas, só em caso muito excepcionais, passa por medidas, deste género, que são sempre bem definidas, pontuais e transitórias.
O que se pretende com estes despedimentos, camuflados de “emagrecimentos”, ou “rejuvenescimento”, é pagar, aos novos e poucos trabalhadores que são contratados, – que são, naturalmente, inexperientes – ordenados muito mais baixos e fomentar os vínculos contratuais temporários. Reforça-se, assim, a precarização do novo trabalhador, prejudicando-se, quase sempre o Cliente, pelos maus serviços que lhe começam a ser prestados e desumaniza-se a própria empresa e a sociedade, em geral.
É verdade que, no imediato, esta forma de gestão de recursos humanos dá lucro, quase instantâneo, e os accionistas entram em gáudio, só que isto implica custos elevados, a prazo, para todos: trabalhadores, empresas, sociedade, Clientes e o próprio Estado.
Pelo mundo fora, algumas das grandes empresas que adoptaram esta política desastrosa – social e economicamente – já mudaram a sua forma de actuar e começaram a contratar os trabalhadores que, anos antes, tinham dispensado.
Esta mensagem do Presidente da República merece a atenção de todos os portugueses, pois trata de assuntos que, no caso de ele estar a exercer as funções de Primeiro-Ministro, dificilmente abordaria,
São estas aparentes contradições de discurso, resultantes dos cargos que se ocupam numa ou noutra ocasião, que acabam por desacreditar os princípios da ética e da moral. Eu sei que o Presidente da República sabe que este modelo económico, a que alguns chamam de desenvolvimento e progresso, não pode continuar por muito mais tempo, pois, de outro modo, não fazia o que fez nem deixava os recados que deixou, como é óbvio, na Fundação Calouste Gulbenkian.
O nível de progresso de uma sociedade também se mede, cada vez mais, pela forma como ela vê e trata os seus idosos e não é conferindo-lhes o estatuto de inúteis ou de velhos, antes do tempo, quando estes estão em perfeitas condições para trabalhar, que ela é capaz de regenerar-se, humanizar-se, desenvolver-se e progredir solidamente. Em vez disso, regride, e não progride; escraviza e não liberta; discrimina e não congrega; divide e não une; desumaniza e não humaniza. No fundo, deseja que o homem acredite que já o não é, para que ponha em causa, o mais possível, a sua própria identidade.


Vítor Amorim

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